A barriga


Dias atrás meu pai fez um comentário simples, daqueles rotineiros das conversas do dia a dia. “Encontrei a Maria (uma velha conhecida da família). Ela tava bonita. Gordaa... Respirando saúde”. Entendi muito bem o que ele quis dizer com o “gordaa”, sem importância para mim esqueci o fato.
Certa vez uma prima nos visitou e a observação que meu pai fez foi a mesma. “Nossa, como está bonita... Engordou né!” Minha prima de imediato fechou a cara, desse dia em diante entrou em regime e, até hoje diz que come alface com tomates. Isso tudo tem uma explicação: a barriga.
Houve uma época em que ser gordo era sinônimo de saúde e beleza. Nos tempos atuais, das gorduras “trans”, ser gordo é pejorativo para muitos e barrigudo então é pior, pois para muitos é “desleixo”. Para amenizar a situação alguns dizem que não tem barrigas, mas sim “calos sexuais”.
Ao ver minha barriga penso... “Estou gordo ou barrigudo?” Sem saber a diferença a mantenho... Faço corridas, caminhadas, futebol... Mas nada... Ela continua intacta, do mesmo tamanho, sendo alimentada pelas gorduras “trans” dos fast foods; pelas cervejas após o futebol; pela comida caseira, regada a pimenta e farinha; pelas coxinhas, e esfihas da faculdade; também pelos pastéis de feira; pelos refrigerantes que dizem ser light e por tanta, mais tantas asneiras de botecos, que parecem ser quitutes dos deuses.
Não tem jeito, como diz Lulu Santos: “Ela me faz tão bem, ela me faz tão bem... Que eu também quero fazer isso por ela...”

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