Teatro: Peça Simpatia - Crítica (Óh!...)

Fui assistir a peça “Simpatia”, no último sábado de chuva, com Leandra Leal e Xuxa Lopes, lá no teatro Tuca (próximo da PUC), mas no final do espetáculo, nem o público, e tampouco os atores foram “simpáticos”. Tentarei explicar: Simpatia – substantivo feminino com vários significados: sinal de atração entre as pessoas; pequenos rituais para conseguir coisas boas ou prevenir as ruins e compaixão.
Segundo um release, a peça partiu de dezenas de entrevistas e depoimentos, inclusive do elenco e da equipe, recolhidos, pesquisados e retrabalhados por todos. Na verdade, são histórias de valentia, de heroísmo, de mulheres com dentes à mostra, mas sem selvageria, com uma ferocidade de mãe, de loba que defende os filhotes, para se inserir na sociedade de Mercado sem se render à desumanização da Lei do Mercado. Na verdade trata-se de uma visão bem feminina perante os fatos do dia a dia. E, para resolver alguns problemas sempre tem uma “simpatia”.
Há momentos de humor, porém naquele sábado não surtiram efeitos no público, talvez preocupados com a chuva lá fora.
Cada momento encenado pelos atores são fragmentos, não há uma história em si, com começo, meio e fim. Algumas vezes há momentos “abstratos”, como dança e algumas perfomaces.
O público naquele dia era pequeno para um teatro espaçoso e, ao final da peça, deu a impressão de dever cumprido, pois os mesmos nem apareceram para os aplausos da platéia, que em menos de 2 minutos após o fim, deixou o teatro vazio e, a “Simpatia”, ficou apenas no nome da peça.

"Tropa de Elite" ganha o quê e para quem?

O filme brasileiro "Tropa de Elite" que conquistou o Urso de Ouro do 58º Festival de Cinema de Berlim, não merecia este prêmio. O filme é ruim. O que este filme traz de novo para ganhar um prêmio tão importante? Não ví nada. Talvez o “Urso de Ouro” seja o prêmio mais importante do cinema depois do “Oscar” americano, mas levar este prêmio é algo duvidoso.
Há algumas explicações para isso; a primeira: os 21 concorrentes eram pior que “Tropa de Elite”, mas muito pior mesmo... A segunda: o filme foi transmitido em português com legendas em alemão, Bom... Acho que tanto o público americano como europeu não gostam de filmes legendados... É estranho. Terceiro: o filme é clichê. Basta lembrar do sargento “pincel” dos Trapalhões e vamos ver um roteiro parecido com “Tropa de Elite”.
Há denúncias de corrupção? Há. A narração até certo momento, quando o famoso Bope, toma conta do filme com suas “táticas”, ganha um novo rumo da história. Para os americanos, reflete uma polícia fascista. Para outros... Sei lá! Mas o fato é que o filme não é bom. Mas então... Por que ganhou? Talvez uma teoria da conspiração, tipo: “Veja como o Brasil está”, tipo para prejudicar o governo e tal... Se o filme “Tropa de Elite” ganhou o Urso de Ouro... E tantas pessoas consideram este prêmio como mais importante do cinema... Temos então que rever o conceito e ter outros olhos para o “Oscar”. Aliás, este filme nem chega aos pés de “Central do Brasil.”
O pior não é isso: Padilha (o diretor) disse que o filme voltará a ser exibido em 50 salas de cinemas do Rio, de São Paulo e de Brasília, a partir da próxima sexta (22).

Reencontrando a invenção do Brasil com Gilberto Freyre

Estes dias fui ao Centro de São Paulo, mais precisamente na Santa Ifigênia, com dois amigos (Jefferson e Bira). Estávamos à procura de peças de informática e, em meio a parada para fazer uma “boquinha” em um boteco, decidimos: “Vamos ao Museu da Língua Portuguesa”.
Depois de pagar pela bagatela de R$ 2, adentramos em um local que respira, expira e inspira cultura. Sim... Já tinha ido ao MLP no ano passado como estudante, mas agora foi diferente, meio que “sem responsabilidades” fiquei mais atento ao museu por conta de minha “displicência”. Após quase duas horas no local conheci Gilberto Freyre, pois o MLP está com uma exposição de toda a sua obra. Já tinha ouvido falar, li pouquíssimas coisas sobre Freyre, mas no museu descobri quem estudou e reestudou o Brasil.
No local há armários, onde você abre e descobre um documento pessoal de Freyre. (Vi seu RG, passaporte, certidão de nascimento, entre outros). Aí pensei: “Caramba, este cara um dia pegou uma fila danada para tirar estes documentos, como qualquer um mortal, e de repente fica aqui... Exposto em um museu.” Nas gavetas é possível ver suas cartas enviadas e recebidas, entre outros documentos e rascunhos de seus livros.
Descobri que, além de cientista político era escritor, pintor, desenhista, pesquisador, poeta... Caramba!
Em um passeio simples em busca de informática, descobrimos uma outra peça fundamental, chamada Gilberto Freyre.

As 120 grandes obras da Literatura Brasileira, segundo o professor Alfredo Bosi

Aê galera, o professor e acadêmico Alfredo Bosi listou os livros obrigatórios para qualquer um interessado em se aprofundar em nossa língua e cultura.

O índice é o seguinte:
1.1 - Colônia – séculos 16, 17 e 18
1.2 - Século 19 – Romantismo, Realismo, Parnasianismo e Simbolismo
1.3 - Século 20
1.4 - (Modernismo)
1.5 - (Depois do modernismo)

Veja aqui a lista:
1.1 Colônia – séculos 16, 17 e 18
1. Pero Vaz de Caminha - Carta a Dom Manuel (1500)
2. José de Anchieta - Autos e Poesias (1550)
3. Padre Manuel da Nóbrega - Cartas (1553)
4. Gabriel Soares de Sousa - Tratado descritivo do Brasil (1587)
5. Bento Teixeira - Prosopopéia (1601)
6. Frei Vicente do Salvador - História do Brasil (1627)
7. Padre Antônio Vieira - Sermões (1638-1695)
8. Gregório de Matos - Poesias – (ca 1680)
9. Manuel Botelho de Oliveira - Música do Parnaso (1705)
10.Antonil (pseud. de João Antônio Andreoni) - Cultura e opulência do
Brasil (1710)
11.Nuno Marques Pereira - Compêndio narrativo do Peregrino da
América (1718)
12.Academia Brasílica dos Esquecidos (1724) e Academia Brasílica dos
Renascidos (1759)!
13.Cláudio Manuel da Costa - Obras poéticas (1768)
14.Basílio da Gama - O Uraguai (1769)
15.Fr. José de Santa Rita Durão - O Caramuru (1781)
16.Tomás Antônio Gonzaga - Cartas chilenas (1789?)
17.Tomás Antônio Gonzaga - Marília de Dirceu (l792)
18.Domingos Caldas Barbosa - Viola de Lereno (1798)
19.Silva Alvarenga - Glaura (1799)
1.2 Século 19 – Romantismo, Realismo, Parnasianismo e Simbolismo
20.Gonçalves de Magalhães - Suspiros poéticos e saudades (1836)
21.Martins Pena - O juiz de paz na roça (1838-1842)
22.Joaquim Manuel de Macedo - A moreninha (1844)
23.Gonçalves Dias – Primeiros Cantos (1846)
24.Gonçalves Dias – Segundos Cantos e Sextilhas de Frei Antão (1848)
25.João Francisco Lisboa - Jornal de Timon (1852-1854)
26.Alvares de Azevedo - Obras (1853-1855)
27.Francisco Adolfo de Varnhagen - História geral do Brasil (1854-
1857)
28.Junqueira Freire - Inspirações do claustro (1855)
29.Manuel Antônio de Almeida - Memórias de um sargento de milícias
(1855)
30.José de Alencar - O Guarani (1857)
31.José de Alencar - O demônio familiar (1858)
32.Luís Gama - Primeiras trovas burlescas (1859)
33.Casimiro de Abreu - Primaveras (1859)
34.Tavares Bastos - Cartas do Solitário (1862)
35.Fagundes Varela - Cântico do Calvário (1865)
36.José de Alencar - Iracema (1865)
37.Qorpo-Santo - Comédias (1866)
38.Sousândrade - O Guesa (1867-1884)
39.Castro Alves - Vozes d’África, O navio negreiro (1868)
40.Castro Alves - Espumas flutuantes (l870)
41.Visconde de Taunay – Inocência (1872)
42.Machado de Assis - A mão e a luva (1874)
43.José de Alencar - Senhora (1875)
44.Bernardo Guimarães - A escrava Isaura (1875)
45.Machado de Assis - Iaiá Garcia (1878)
46.Machado de Assis - Memórias póstumas de Brás Cubas (1881)
47.Machado de Assis - Papéis avulsos (1882)
48.Joaquim Nabuco - O Abolicionismo (1883)
49.Raimundo Correia - Sinfonias (1883)
50.Raul Pompéia - O Ateneu (1888)
51.Olavo Bilac - Poesias (1888)
52.Sílvio Romero - História da Literatura Brasileira (1888)
53.Aluísio Azevedo - O cortiço (1890)
54.Machado de Assis - Quincas Borba (1891)
55.Cruz e Sousa - Broquéis (1893)
56.Rui Barbosa - Cartas de Inglaterra (1896)
57.Artur Azevedo - A Capital Federal (1897)
58.Joaquim Nabuco - Minha formação (1898)
59.Alphonsus de Guimaraens - Dona Mistica (1899)
60.Machado de Assis - Dom Casmurro (1899)
1.3 Século 20
61.Euclides da Cunha - Os Sertões (1902)
62.Rui Barbosa - Réplica às defesas de redação do Projeto do Código
Civil (1902)
63.Graça Aranha - Canaã (1902)
64.Cruz e Sousa - Últimos sonetos (1905)
65.Capistrano de Abreu - Capítulos de história colonial (1907)
66.Vicente de Carvalho - Poemas e canções (1908)
67.Augusto dos Anjos - Eu (1912)
68.Lima Barreto - Triste fim de Policarpo Quaresma (1911)
69.José Veríssimo - História da literatura brasileira (1916)
70.Monteiro Lobato - Urupês (1918)
71.Valdomiro Silveira - Os caboclos (1920)
1.4 (Modernismo)
72.Mário de Andrade - Paulicéia desvairada (1922)
74.Manuel Bandeira - Ritmo dissoluto (1924)
75.Oswald de Andrade - Memórias sentimentais de João Miramar (1924)
76.Oswald de Andrade - Pau-Brasil (1925)
77.Guilherme de Almeida - Raça (1925)
73.Simões Lopes Neto - Contos gauchescos (1926)
78.Alcântara Machado - Brás, Bexiga e Barra Funda (1927)
79.Mário de Andrade - Macunaíma (1928)
80.Cassiano Ricardo - Martim-Cererê (1928)
81.Manuel Bandeira - Libertinagem (1930)
82.Carlos Drummond de Andrade - Alguma poesia (1930)
1.5 (Depois do modernismo)
83.Raquel de Queirós - O Quinze (1930)
84.José Lins do Rego - Menino de engenho (1932)
85.Gilberto Freyre - Casa grande e senzala (1933)
86.Graciliano Ramos - São Bernardo (1934)
87.Jorge Amado - Jubiabá (1935)
88.Sérgio Buarque de Holanda - Raízes do Brasil (1935)
89.Érico Veríssimo - Caminhos cruzados (1935)
90.Rubem Braga - O conde e o passarinho (1936)
91.Dionélio Machado - Os ratos (1936)
92.Graciliano Ramos - Angústia (1936)
93. Otávio de Faria - Tragédia burguesa, I, Mundos mortos (1937)
94.Graciliano Ramos - Vidas secas (1938)
94.Marques Rebelo - A Estrela sobe (1938)
95.Murilo Mendes - A poesia em pânico (1938)
96.Jorge de Lima - A túnica inconsútil (1938)
97.Cecília Meireles - Viagem (1939)
99.José Lins do Rego - Fogo morto (1943)
100.Carlos Drummond de Andrade - A rosa do povo (1945)
101.Guimarães Rosa - Sagarana (1946)
102.Vinicius de Moraes - Poemas, sonetos e baladas (l946)
103.Henriqueta Lisboa - Flor da morte (1949)
104.Érico Veríssimo - O tempo e o vento(1949-1961)
105.João Cabral de Melo Neto - O cão sem plumas (1950)
106.Carlos Drummond de Andrade - Claro enigma (1951)
107.Jorge de Lima - Invenção de Orfeu (1952)
108.Cecília Meireles - Romanceiro da Inconfidência (1953)
109.Graciliano Ramos - Memórias do cárcere (1953)
110.João Cabral de Melo Neto - Morte e vida severina (1956)
111.Guimarães Rosa - Grande sertão: veredas (1956)
112.Guimarães Rosa - Corpo de baile (1956)
113.Clarice Lispector - Laços de família (1960)
114.Guimarães Rosa - Primeiras estórias (1962)
115.João Antônio - Malagueta, Perus e Bacanaço (1963)
116.Clarice Lispector – A paixão segundo G.H. (1964)
117.Osman Lins - Nove novena(1966)
118.Antônio Callado - Quarup (1967)
119.Haroldo de Campos - Xadrez de estrelas (1974)
120.José Paulo Paes - Um por todos (1986)
Alfredo Bosi

Eu quero um cartão!

Não sou de usar cartão de crédito. A última vez que utilizei um, fiquei devendo tanto que estou pagando até hoje. Então o quebrei. Mas... Sabem como é né? Resolvi fazer academia tirar as gordurinhas do "panceps", então tive uma surpresa: o local oferece desconto de 50% se o pagamento for com cartão de crédito. "Sacanagem", pensei.
Na minha carteira só encontro cartão de proletariado, ou seja, de pobre mesmo: Cartão do CPF, Cartão Cidadão, Cartão Vale Transporte, Cartão do SUS, Cartão Telefônico, Cartão Carrefour e o mais chic... Cartão C&A. Cartão de banco, é só para saque. Vou ter que pagar mais caro na Academia por não ter cartão de crédito.
Enquanto isso, no nosso governo, os cartões estão rolando que é uma beleza. A Matilde Ribeiro anunciou a saída da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial após ser acusada de usar irregularmente o cartão corporativo do governo. É mais que justo, né! O desligamento foi comunicado logo depois de um encontro com o presidente Lula. Ela admitiu que usou indevidamente o cartão.
Pois é! A ministra gastou, apenas em 2007, mais de R$ 171 mil com o cartão corporativo, imaginem os outros 42 cartões de crédito corporativo do governo, que ainda não foram checados?. O assessor José Henrique de Souza, que atende o gabinete pessoal do presidente da República, gastou 115 000 reais no ano passado “em supermercados, açougues e lojas de bebida, entre outros”.
Matilde ao tentar justificar o uso indevido do cartão, disse que foi mal orientada por dois funcionários da secretaria. - Não estou arrependida. Fui orientada a usar o cartão - disse ela, afirmando depois que esses funcionários já foram demitidos.
Em 2007, as despesas de Matilde com o cartão corporativo somaram R$ 171 mil. Desse total, ela gastou R$ 110 mil com o aluguel de carros e mais de R$ 5 mil em restaurantes.
É... Acho que vou pagar um pouco mais caro a "malhação", vou ficar sem cartão mesmo. Na verdade, o povo é que paga sempre a conta, com cartão ou sem cartão nenhum.