A música em mim, a fita cassete e "rippar"

A revolução tecnológica trouxe um leque de palavras novas e isso está se transformando em um fenômeno linguisitico, pois a forma como estas palavras invadem as nossas vidas é incrível. Bom, mas não é exatamente isso que gostaria de abordar nesse texto, mas sim sobre um costume básico de todos aqueles que gostam de baixar músicas da internet, cuja palavra exata é "rippar".
Lembro quando comecei a me apaixonar por músicas, foi logo que ganhei de meu pai um walkmam da Sony. Para gravar as fitas cassetes e colocá-las no meu brinquedinho, tinha que gravar alguns discos nas tais fitas. Eram três tipos específicos: Metal (a mais cara) a de Cromo (que durava séculos a gravação) e a de ferro ( a mais barata). Ia na casa de um camarada (Elcio) e lá, falávamos sobre os álbuns da Legão, U2, Smiths, Iron... E muitas faixas destas bandas ia direto para a fita.

Quando alguns amigos iam em casa passávamos pelo menos 3 horas para gravar apenas 3 fitas. Era cansativo? De forma alguma, pois curtíamos cada faixa que estava sendo gravada, além do papo e.. É claro dela... Uma geladinha né!

Bom, as fitas acabaram e agora acompanho a tecnologia, porém este avanço acontece de forma fria. Estes dias estava gravando alguns cds para amigos e não tem a mesma magia.

As músicas estavam todas no HD, abri o programa, escolhi as músicas para serem gravadas. E um detalhe, antes eram no máximo 20 músicas por fita. Agora se for no formato MP3, em um CD simples cabem 150. Selecionei uma centena de músicas, apertei o botão e em cinco minutos o cd foi cuspido pelo computador. Tava pronto. Não houve papo, não teve cerveja e nem deu para sentir o clima do cd, pois trata-se apenas de um arquivo.

Não... Não quero as fitas de volta. Prefiro os CDs, porém perdeu-se algo muito importante: a magia da música que está dentro de nós. Hoje gravamos arquivos.

2 comentários:

Anônimo disse...

É Sergio, a tecnologia nos possibilita mais quantidade. É a snack culture (cultura em pedaços) artigo publicado na revista Wired.Hoje,se tem acesso a muito mais coisas que há alguns anos. Porém, a qualidade do que se tem acesso é discutível, nesse mundo do secundo life, da baixa resolução. É tanta coisa, que acaba virando tanto lixo. No caso das músicas, junta-se tanto arquivo de MP3 no HD, que o lance passa a ser mais juntar do que o de apreciar. A quantidade de coisas que vamos juntando é tão grande, que não há tempo hábil de parar pra curtir as músicas que se baixa da net. Mas o problema, na verdade, não é a tecnologia, mas o comportamento das pessoas. A gravação de um CD ou de músicas para um MP3 player pode ser, ou não, tão divertido quanto a gravação da tal fita. A responsabilidade está nas mãos dos indivíduos, criadores dos aparatos tecnológicos, que loucos pela cultura de posse, juntam mais coisas do que momentos de prazer, como uma boa gelada e um bate-papo com amigos. E é preciso muito treino e disciplina pra não se deixar levar.

Pablo José Assolini disse...

Ops Sérgio, corrigindo, Second Life.