Religião nas escolas sim. Por quê não?

Foi aprovado pelo Senado brasileiro o acordo firmado pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva e a Santa Sé, que estabelece a obrigatoriedade do oferecimento de ensino religioso pelas escolas públicas brasileiras. Diz o parágrafo 1 do Artigo 11: "O ensino religioso, católico e de outras confissões religiosas, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, em conformidade com a Constituição e as outras leis vigentes, sem qualquer forma de discriminação."


Porém, de acordo com a professora Roseli Fischmann, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Metodista, de São Bernardo do Campo, ee essa lei for sancionada pelo presidente, a constituição será violada. A afirmação foi feita em entrevista a revista Nova Escola de Outubro deste ano.


Equívoco - Acredito que o ensino religioso seja importante, desde que a grade dessa disciplina não interfira na escolha da crença de cada um. Acontece que já existem colégios batistas, metodistas, presbiterianos, católicos, adventistas... Todos particulares. E a escola pública? Como seria esta disciplina?


É certo que o mito, o sagrado está dentro da nossa cultura e quando contar com o apoio da antropologia, filosofia, sociologia, arqueologia, história, entre outras, o ensino religioso pode ser interessante para a construção da própria indentidade do indivíduo. É um risco. Pois haverá casos de ufanismos tipo “a minha religião é melhor que a sua”, mas não é isso que deve ser falado em sala. Mas sim sobre cultura e identidade.

O chuveiro


By Sérgio Pires
Não tinha o que fazer. Resolveu correr. Depois de um tempo, não tinha pra onde olhar, viu o mar. Voltou para casa. Não tinha o que vestir. Resolveu ficar em casa. Não tinha quem o escutasse. Ligou o rádio. Depois de um tempo, saiu. Voltou à tarde quando sua esposa já tinha chegado. Beijou, jantou e ligou o chuveiro. Sem se molhar, se olhou no espelho. Mãos, pés, calças, joelho, cueca, braços, camisa, perna... Jogados no chão. O vapor da água quente lembrava uma neblina, sem ver, se levantou, resolveu colocar a cabeça debaixo do chuveiro... Escorregou. Caiu com o queixo no piso molhado. Barulho! A esposa bate na porta. Ta tudo bem? Sem responder se levantou. Deixou a água bater em seu rosto. Abriu a boca e engoliu a água quente, como se fosse à cura. Ta tudo bem aí? Sentou no piso. A água agora batia em suas costas. Lembrou de onde vinha... De quanto a sua roupa estava suja. Pecado! Doía sua mente. Culpa. Ta tudo bem aí? Pegou a sabonete como se fosse um ritual. Esfregou o sabão no pinto, como se lavasse o pecado. Sorriu! Resolveu encostar seu corpo na parede e olhou para baixo a procura do membro. Não viu. Tou gordo. Ta acontecendo alguma coisa? Desligou o chuveiro. Lembrou que estava na rua quando resolveu se aventurar. Pegou um táxi. Pagou e deixou gorjeta. Andou pela calçada da augusta até encontrar uma sauna. Pague dez e ganhe uma dose grátis. Ouviu isso de um homem. Entrou. Nas escadas escuras desceu. Iluminação vermelha. Músicas de batidas rápidas se misturavam com a do coração. Vamos? Ouvir o convite de uma garota com cara de 13 anos. Ignorou. Pagou o que devia e bebeu o que tinha direito. Saiu. Sentiu-se mal. Depois de ser visto saindo daquele local por transeuntes, sentiu-se bem. Sorriu. Lembrou que o trabalho no escritório foi um saco. Demitiu o chefe. Demitiu o emprego. Começou a se enxugar. Devagar. Enrolou-se na toalha e abriu a porta do banheiro. Saiu. Ta tudo bem? Foi direto ao quarto e procurou por roupas sem marcas. Ta tudo bem? Tou falando com você! Vestiu uma camisa. Ficou mudo é? Voltou ao banheiro para resgatar as roupas sujas. Colocou-as no sexto onde a empregada iria lavar no dia seguinte. Por que você faz isso? Ligou a TV e começou a zapear. Me escuta! O que está acontecendo? Suspirou. Pensou... Palavras vazias são melhores recitadas na mente. Você é um otário, há tempos te observo. Fala comigo! O silêncio ainda era a resposta. Aconteceu alguma coisa? Porque você está assim? Virou o rosto a encarou agarrou-a pelo cabelo com força. Puxou-a para seu corpo e depois a jogou na parede. Beijou-a com força. Pediu desculpas. Ela, sem aceitar consentiu o prazer. Depois pediu desculpas a Deus. Ele confessou que não tinha mais trabalho. Ela confessou a gravidez. Ele disse estar contente. Ela resolveu ir ao chuveiro. Ele a seguiu. E no vapor da água quente ouviram a água cair sobre os corpos. Sem palavras, sem perdão, sem culpa. Foi isso que ele pensou em escrever.

HIP-HOP: Black Music de peso às segundas em Sampa

Por Sérgio Pires
Durante a entrevista
O Hip-Hop não pode ser consumido, tem que ser vivido, pois é um estilo de vida com os seus elementos: rap, o graffiti e o break. Este estilo de vida influência gerações e agora está ainda mais atuante, tanto que agora, os apreciadores deste gênero contam com o Projeto Scratch for Fun, que acontece todas as segundas-feiras no Mary Pop Dinning Club no Centro de São Paulo.
Dj Miss, a pioneira entre as mulheres a tocar o estilo

Trata-se de um projeto que já tem seis anos e tem uma programação voltada para este gênero. Os responsáveis pelo sucesso do projeto são Marcelo Sinistro e Luis Briza, que apostam nos melhores Djs do Brasil e do exterior para fazer bombar o local. “Toda casa precisa de hip-hop, pois é isso o que fazem as melhores casas noturnas”, afirma Briza.

Antes de ancorar no Mary Pop, o projeto passou por outros locais como: Bunker Lounge, 8 Bar, Astronet Bar, Trama Pocket Club e Tapas Club. “O objetivo é juntar os melhores profissionais do hip-hop que estão em evidência, e agregar à cultura hip-hop como o grafite e artes visuais.”

Briza relata que houve maturidade no movimento para colocar este projeto que é independente. Os DJs são os tops da black music, como o Nuts que toca com o Marcelo D2. Além disso, ainda tem a Carla Tenore, conhecida como a Dj Miss, a única mulher a tocar este gênero. "É ótimo tocar, fui uma das pioneiras do hip-hop, discípula de Zé Gonzales. É uma honra tocar o estilo, pois trabalho com peso, só para quem conhece mesmo", relata a Dj Miss.

Serviço
Projeto Scratch for Fun
Segundas-feiras a partir das 23h
Local: Mary Pop Dinning Club
Endereço: R Barao de Campinas, 375, Sao Paulo, SP
Telefone: 6607-7682 ou 3171-2441