Entrevista com o dito cujo

Sabe aqueles dias raros em que ligamos a televisão pelo toque de botão no próprio aparelho? Bom, fiz isso porque não achava o bendito controle remoto. Ao deitar assisti um comercial tão longo que nem me deparei em que canal estava. Quando o show começa tomo um susto: Era um programa com um pastor exorcista!

Com sono e com preguiça de levantar para trocar o canal, insistia em ver o espetáculo. De repente uma pessoa se manifesta... Com as mãos para trás aparece um sujeito que o pastor afirmava que estava endemoniado. “Poxa! Expulsa logo o cão!”, pensei com os meus botões. Mas o pastor aproveitou para entrevistar o dito cujo ao vivo. Afinal, não é todo o dia que se pode assistir a entrevista do cão, lá, diretamente dos quintos, para a rede brasileira.

Com os olhos semi-abertos e morrendo de sono via o pastor perguntar: “O que você quer”: ele respondia com uma voz rouca: “quero dessstruirrrrrr... Argh!” (fazia um gesto estranho com as mãos). O que você quer com esta pessoa: “quero matarrrrrrrr”. Nesse caso eu mesmo fiquei com medo. Era mais horripilante que os filminhos de vampiros que estão passando no cinema.

E o tal pastor não mandava o demo embora não! Queria conversar e conversar com o dito cujo. Naquela situação, a pessoa mesmo não tinha identidade, era só um “meio” para falar com o tal do cão. De repente o dito cujo não tinha mais nada o que falar, a não ser resmungar: “matar”, “roubar... E destruirrrrrrr”.

E o pastor olhava para a câmera e ao mesmo tempo também falava com os telespectadores. Até que ele finalmente expulsa o danado. Duas pessoas conhecidas como diáconos, estavam atrás do homem que cai e é segurado.

Segundos depois ele levanta. O pastor pergunta: “Como você se sente agora? Está liberto?” E a pessoa timidamente responde um sim. E, depois entra o comercial. Levanto... E só então desligo a tv.

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