Insuma, isto é rock’n’ roll

O último dia 24 de abril vai ficar marcado no cenário da música alternativa brasileira, quando cinco garotos da banda Insuma subiram ao palco de uma das casas mais importantes para o rock and roll alternativa, o Clube Outs, onde lançaram o primeiro CD “O dia de amanhã”. Com um ritmo empolgante e guitarras vicerais, o grupo tem uma identidade própria, conquistada em seis anos de estrada se apresentando nas casas mais importantes do rock alternativo como: Hangar 110, Black Jack, Club Outs, Tribe House, Volkana, Black More, Fofinho entre outras.
Os integrantes do grupo, possuem diferentes influências e opiniões que resultam em melodias bem trabalhadas e solos marcantes. A principal influência da banda é do grupo Dead Fish e se espelham em grupos como Nxzero, Gloria, Houdini, Garage Fuzz e Sugar Kane. Além disso, o grupo já tem um fã clube no Orkut com seus seguidores fieis.

Inicio - A banda começou no colégio São Francisco na zona sul de São Paulo, onde tocava em saraus e festas escolares desde 2000. Em 2006 o grupo ganhou uma identidade sonora tocando em festivais e várias casas noturnas e desde então começaram a compor seu próprio repertório. O CD ficou pronto em 2009 após três anos de ensaio, shows, e muito trabalho.

O grupo é formado por Dan, voz;Felix, guitarra e voz; Sina, baixo; Cabeça, guitarra e Chitão, bateria. Para mais informações sobre o Insuma, basta acessar o site www.myspace/bandainsuma. O contato para shows é pelo telefone 8643-8090 ou 8066-5304 , com Danilo ou Bruno.

Karen, uma história

Só no verão você voltou
Tantos nomes que nem decorou
Um belo passado não iria encontrar
O passado existe? Você se pergunta.

Você resolveu voltar para o lar
Um novo futuro brilhando em seu rosto
Você sabe. Vai ser difícil reconciliar
Saindo da morte, saindo da vida

Você bateu na porta
Ninguém a abriu e começou a chorar
E queria agora e para sempre estar morta
As lágrimas caíram, e ao céu indagou:

Por quê o céu é frio quando estou quente?

Palavras ao lixo em um segundo
A solidão ocupava sua mente
E sua alma se afastava deste mundo
Karen, Karen, repetia seu nome

Sorriu ao céu com ironia
Um homem a olhou e a desprezou
Continuou a sorrir e se desprezou
Sentou-se no chão
Começou a preparar mais uma dose
Misturadas com suas lágrimas fumou, bebeu...
E soluçando, esperou sua cura...

Zensor 20 anos: uma festa só para quem conhece


por Sylvio Micelli

Na última sexta, 16 de abril, em São Paulo, aliás, em plena Rua Augusta no Inferno Club aconteceu a festa de 20 anos do programa de rádio “Zensor”. Hum… Rua Augusta e Inferno já eram o prenúncio de bons ventos…

Muitos hão de perguntar: festa de um programa de rádio???? ‘Ganha camiseta, ganha prêmio, ganha ingresso????’ Calma pessoal que eu explico.

Hoje, com tecnologia reinante de redes sociais e “cloud computing” tudo fica muito mais fácil. Alguns cliques e pronto. Você descobre um mundo novo a cada página que carrega no seu browser.

Tudo era muito diferente em 1990. Por sinal, outro dia. (Recuso a considerar-me velho…)
Pois bem. Entre 1990 e 1994, o DJ e jornalista Eneas Neto levou para a extinta rádio 97 FM (quando esta era no ABC e tocava rock de qualidade) uma proposta não apenas inovadora mas, principalmente, ousada. Criou o “Zensor”, um programa cujo maior trunfo era divulgar a Eletro Body Music (EBM), além de lançar tantas outras coisas, sempre no campo alternativo, digamos, in extremis.

Eneas logrou êxito. O programa permaneceu cult e foi tão inovador à sua época que, se fosse resgatado hoje, 20 anos depois, deixaria muita gente de queixo caído.

“Zensor” era parada obrigatória para quem curtia e curte um som baseado em teclados e sintetizadores, cujas letras falam, em sua imensa maioria, de problemas existencias sempre recheadas por uma aura densa, pesada e raivosa. O horário do programa era maravilhoso. Sábado, início da noite. Hora de se preparar para a balada de nossa turma que frequentava Madame Satã, Retrô, Cais, Hoellisch e tantas outras casas que sobrevivem em nossas retinas e pensamentos.

No país que hoje é do “Rebolation”, que já foi do “Tchan” e que outrora era da lambada, ouvir coisas assim, inovadoras é privilégio de poucos. Quem esteve lá na sexta, sabe do que estou falando. Quem conhece e não foi, perdeu.

Front 242, Nitzer Ebb, Neon Judgement, Tribantura, Vomito Negro, Clock DVA e tantas outras bandas desconhecidas do mainstream grudento das rádios brasileiras provaram que permanecem inspiradoras para os próximos 50 anos. Quiçá, eternas!

Vida longa ao Eneas. Vida longa ao “Zensor”. Vida longa à EBM. E se não for pedir demais, vida longa a mim. Afinal, como já ensinou Front 242, “the way the morning broke was quite unusual.”

vídeo: friends in four years...

Nos últimos quatro anos aconteceram muitas e muitas coisas, muitas diversões que não foram registradas, porém aqui estão algumas.

A barata

Tudo aconteceu naquela noite. Os desejos estavam no esgoto. Foi quando uma música invadiu o ouvido. Era um blues. O pé da mesa não dava equilíbrio ao copo que teimava em derrubar a vodka. E já era a quarta dose. As pessoas a olhavam meio que... Cismadas com algo e podiam questionar: “Como uma mulher tem coragem de ficar sozinha neste lugar”. Não ligava. Assédio era constante. “Posso sentar com você?” “Não!”. Respostas secas sem pensar, magoar ou não, tanto faz. Se distraia olhando os quatro cantos da parede. Arquitetura rústica, vidros, quadros, garrafas, aquários com cobras mortas. Gostava do barulho... Risadas, cochichos, gargalhadas, conversas sobre amantes, conversas sobre amores, conversas sobre futebol, conversas sobre política, discussões e falações. Em um momento seu olhar se prende a uma barata que estava no corredor esquerdo, próximo do banheiro. No meio da multidão, ela conseguiu passar sem ser notada. Nem um pisão. Neste momento sua mente volta para a realidade. Lembrou de quanto estava apaixonada e como aquela morte foi tão estúpida. A barata começou a andar em sua direção, e começou a sorrir sem saber o motivo. No mesmo instante o sorriso desapareceu. Chorou. Ao secar uma gota. Respirou. Ao abrir os olhos a barata estava em cima da mesa. Bebeu o que faltava. Lembrou da cena do assassinato. A barata continuava parada em cima da mesa. Já estava sozinha. Chorou novamente. Levantou da mesa derrubando o inseto sem querer. Neste momento um pé a esmaga. Enxugou uma gota de lágrima discretamente com sua unha e saiu do local discretamente como uma barata.