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As horas são as visões do relógio

“Costumo ver o tempo como forma de ansiedade”, disse o vilão Coringa, na clássica história “Piada Mortal”, de Alan Moore. Concordo plenamente com o “heróico vilão”, pois vejo as horas com uma enorme ansiedade.

Mas, o que me chamou a atenção é que os relógios são os grandes responsáveis e, não as horas. Como assim? Bom, é que me deparei que ao olhar o meu relógio digital, percebi que nunca vejo as horas, mas sim o “tempo que falta”: “faltam 10 para 2h; faltam 20 para 3h, e assim sucessivamente”, pois é assim que falo quando me perguntam ou quando penso nas horas.

Nesta visão, não temos tempo para nada, pois sempre está “faltando o tempo”, o que nos obriga a correr e estar sempre correndo atrás do “tempo perdido”.

Dizem alguns estudiosos que o relógio digital não torna as pessoas “viciadas em horas”, justamente por este motivo, pois olhamos para o “fragmento das horas”, já os relógios analógicos a pessoa quando bate os olhos no relógio consegue ver o tempo como um “todo”, pois se trata da mágica dos ponteiros e, isso torna de certa forma as pessoas mais “dependentes do tempo”, esta visão “geral” das horas faz com que as pessoas sejam mais pontuais e sempre estão de olho nele: no relógio.

Só para se ter uma idéia, se em um relógio digital estiver marcando “14:59”, a pessoa fala ou pensa: “Falta 1 minuto para as 3h”, agora se olhamos no relógio analógico, somos diretos: “São 3h”, nesse caso, somos mais diretos, sem frescura, não falta tempo algum e se faltar, nós completamos.

Talvez isso explica porque tenho relógio digital e nunca ando com eles, pois nele realmente vejo o “tempo que me falta” e não o “tempo que tenho”, mas deixando os devaneios para lá... Para uma outra hora, já dizia o poeta Renato Russo: “Temos todo o tempo do mundo”.