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Na sombra da maldade humana

O filósofo suiço “iluminista” Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) marcou profundamente a história da humanidade. Dentre os seus pensamentos está à pérola “O homem é bom por natureza, mas a sociedade o corrompe”. Para ele, um dos sintomas das falhas da civilização em atingir o bem comum, é a desigualdade, que pode ser de dois tipos: a que se deve às características individuais de cada ser humano e aquela causada por circunstâncias sociais.
Pois bem, cito este filósofo para expressar o quanto à sociedade está corrompida pela maldade, mas aí tem uma questão: O homem foi corrompido ou é ruim por natureza?
Nos últimos 15 dias estamos assistindo um festival de atrocidades que poderiam até virar roteiro de cinema americano, pois as barbaridades são tantas, que parecem filme “B” de terror. Vamos aos fatos:
Fato 1 - No último dia 29 de março, a imprensa noticiou que o Ministério Público indiciou a empresária e mais quatro pessoas por torturar uma menina de 12 anos. A garota foi encontrada acorrentada e amordaçada em uma cobertura em um bairro nobre de Goiânia. O promotor Cássio Sousa Lima, da 46ª Promotoria Criminal, enfatizou que a garota passou por "atos de extrema crueldade" semelhantes às práticas de tortura de guerra. A empresária Silvia Calabresi, acusada pelos crimes, e a doméstica Vanice Maria Novais, responsável pela execução dos castigos, foram denunciadas por tortura, cárcere e maus-tratos e, se condenadas, a pena pode chegar a 31 anos de prisão.
Fato 2 – Também em 29 de março um adolescente "serial killer" de 16 anos confessou em Novo Hamburgo, região metropolitana de Porto Alegre, ter matado 12 pessoas, desde o fim de 2007. “Ele confessou sem demonstrar arrependimento”, disse o delegado. "A frieza dele era de assustar. Além disso, falou que vai matar mais três." Apesar de ter afirmado que nunca matou "gente inocente", os outros assassinatos também foram por motivos banais, como um rapaz que tentou namorar sua irmã e outro que cortejou sua namorada.
Fato 3 – Outro fato horrível aconteceu no dia 28 de março, quando a investigação de um assassinato que durava cinco meses acabou, até surgir o suspeito de ser o mandante. Tratava-se de Robson Pereira Granja, um motoboy de 26 anos. Ele assumiu o crime, uma mera formalidade, pois Robson trazia a confissão tatuada em seu braço direito. Dois meses depois de mandar matar o segurança José Adriano Menezes, de 27 anos, o motoboy mandou tatuar o nome de sua vítima em cima de um caixão e da data do crime: 21 de novembro de 2007. E em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo ele garante ser o assassino.
Fato 4 – A garota Isabella, que foi jogada do sexto andar do apartamento de seu pai. Não se sabe quem praticou o tal ato. Mas alguém praticou! Ato de frieza pura.

Todos estes fatos aconteceram em uma semana, e repercutem até hoje, cujo tema principal é: maldade humana. Então... Rousseau está certo? O homem é corrompido ou a maldade é inata? Clarice Lispector em entrevista a TV Cultura, indignada com o extermínio de um criminoso chamado “Mineirinho”, que teria sido morto pela polícia com 13 tiros disse:
“O primeiro tiro foi um susto; o segundo tiro me espanto ..... o 12º me atinge e o 13º sou eu”, eu me transformei em mineirinho, massacrado pela polícia”. Ela ainda diz: “Qualquer que fosse o crime do Mineirinho, uma bala bastava, mas o resto era a vontade de matar”.
Sendo assim, somos nós assassinos? Nós jogamos crianças da janela, torturamos, tatuamos o nome de nossa vítima na pele? Se não o fizemos, segundo Rousseau, temos o espírito corruptível para cometer tais atrocidades, influenciados por um mundo corrupto e cada vez mais individualista.
Então... God Blessed all