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"I see my folks, they're getting old"

"...I see my folks, they're getting old, I watch their bodies change...
I know they see the same in me, And it makes us both feel strange...
No matter how you tell yourself, It's what we all go through...
Those lines are pretty hard to take when they're staring' back at you.
Scared you'll run out of time..."

Cocteau Twins e o lirismo de Treasure

O grupo inglês Cocteau Twins foi um fenômeno na Inglaterra nos anos 80 e a cena alternativa mundial, o que veio a se chamar “indie” nos dias de hoje. Eles nunca foram do tipo de banda que enchia estádios ou preenchia os tempos livres da MTV e também nunca venderam milhões de álbuns. Em vez disso, era uma banda conceitual no sentido real da palavra, tinha um estilo próprio com uma identidade ímpar da vocalista Elisabeth Fraser, que, com suas nuances vocais, fazia calmamente uma mudança fundamental na percepção, exercendo uma influência do lírico, com as nuances de guitarras, às vezes distorcidas, que era uma novidade para a sua época.

O grupo esteve junto durante 15 anos e acabou em meados de 1998, mas deixou um legado ímpar para seus fãs ao redor do mundo. Tive a oportunidade de vê-los no Brasil nos anos 90 no Projeto SP, na turnê do álbum Heaven or Las Vegas (1990). Foram vários álbuns marcantes, mas gostaria de destacar um em especial, o Treasure (1984). Um clássico. Para os amantes da boa música, não importa, o estilo, este álbum agrada a todos. Não é um disco pop, é um álbum de música no real sentido da palavra. Os músicos sempre rejeitaram este álbum, alegando que foi gravado às pressas, mas a imprensa e os fãs foram ao delírio, e consideram o melhor trabalho da banda, pois é o mais vendido.


Deixo aqui o link para este álbum obrigatório na discografia de qualquer um.

Em sua terceira passagem pelo Brasil, Moz faz um show introspectivo

Não, realmente não foi um show qualquer, pode ter sido o último show do ex-Smiths no Brasil, na apresentação do último sábado, dia 21, no Citi Hall, em São Paulo. Esta foi a terceira tour pelo Brasil, a primeira foi em 2000, e 12 anos depois, veio pela segunda vez em 2012, e sua terceira tour seria em 2014, mas foi adiada por motivos de saúde e, agora, faz a sua terceira tour para promover o seu último álbum “World Peace Is None of Your Business”, de 2014.
Desde o fim dos Smiths, nos anos 80, todos os shows de Morrissey, comparecem fãs da banda inglesa vestindo literalmente a camisa, lotam seus shows, entretanto, Moz nega-se a cantá-las. Lembro-me de sua primeira passagem em um show no Olímpia, quando um fã gritou para que ele tocasse Smiths, ele foi bem enfático e direto. “Smiths is dead”. E tocou apenas “meat is murder”, pregando o vegetarianismo, o seu modo “Morrisey de ser”.
Na segunda passagem, em 2012, ele tocou algumas faixas a mais dos Smiths, como “Still ill”, “How son is now” e “There is a Light that Never Goes Out”, porém em São Paulo o show foi prejudicado, já que uma das caixas de som do Espaço das Américas deu problema.
E, finalmente nesta terceira tour, o show foi o mais diferente, mais intimista. Triste para alguns e um show precioso para outros. Muitos comentavam: “Não gostei de nenhuma música, apenas a primeira (Suedehead)”, disse uma pessoa ao meu lado. Mas é preciso levantar alguns pontos específicos para chegar a esta conclusão. Antes de todos os shows, Morrissey faz uma seleção de vídeos de seus cantores e grupos favoritos, e, estas músicas não eram nada pop, eram canções e artistas estranhos para o público brasileiro. Mas, sem a maioria saber, aquilo fazia parte do show. Em um telão em frente ao palco, foram apresentadas bandas como: The Sparks, New York Dolls e uma interpretação fantástica de Charles Aznavour – “La Boéme”, e depois uma mulher grita e abrem-se as cortinas, quando neste momento, o telão sobe e a banda se apresenta.
Era claro a expectativa de um show de grandes hits, mas não foi. Seus últimos álbuns, “You are the Quarry”, de 2004, “Ringleader of The Tormentors”, de 2006, “Years of Refusal”, de 2009 e, finalmente seu último trabalho” World Peace Is None of Your Business”, de 2014, são álbuns profundamente intimistas. Percebe-se uma produção perfeita nestes discos, com letras tristes, em um mundo cada vez mais depressivo de uma sociedade doente, não há hits, apenas belas canções. 
E foi deste jeito o show. Sem grandes hits, apenas belas músicas tocadas por uma banda competente, com grandes momentos como em “Smiler with Knife”, quando começou a cantar acapela e teve que parar quando alguém começou a gritar, e ele, de imediato parou de cantar e falou: “Quer o microfone?” “Perdeu a cabeça?”, e em seguida recomeçou a música. No final, parte do público saiu decepcionado, pois não houve hits, porém um grande show.

17 músicas sobre 17 anos – A passagem da infância à liberdade

Não, definitivamente ter 17 anos não é uma tarefa nada fácil. Por mais que seja uma das melhores fases da vida, a idade representa várias passagens, da adolescência para fase adulta; crises existenciais ou até mesmo, pressões familiares sobre faculdades, vestibulares, amores, paixões e amizades. Aliás, acontece tudo de uma vez só, uma avalanche de responsabilidades e escolhas. Esta fase é cantada inúmeras vezes em canções americanas que representa uma fase importante, pois é o momento em que o jovem termina a high school para ir ao College.

Tanto no Brasil, como em muitos países, ter 17 anos, é ainda, estar aprendendo a dirigir, arrumar o primeiro emprego, fase do exército para os meninos, daí o grupo Ira! Em Núcleo Base diz “Eu tentei fugir; não queria me alistar; eu quero lutar; mas não com esta farda”. Fase que os jovens estão se matando de estudar para o vestibular;  descobrindo algumas baladas; bebendo e ficando até de manhã na rua; se preocupam mais com o corpo; começam se a tirar documentos como CPF, Carteira de Trabalho, e alguns já fazem planos em morar sozinho; ser independente; saber sobreviver sem pai e mãe; conversar sobre faculdade o tempo todo, conversar sobre assuntos polémicos (politica, efeito estufa, aquecimento global) e etc..  

Mercedez Sosa em “Volver a los 17 “ fala o que é realmente ter 17 anos de uma forma poética “Volver a los diecisiete después de vivir un siglo; Es como descifrar signos sin ser sabio competente; Volver a ser de repente tan frágil como un segundo; Volver a sentir profundo como un niño frente a dios; Eso es lo que siento yo en este instante fecundo”.(Voltar aos 17 depois de viver um século; É como decifrar sinais sem ser sábio competente; Voltar a ser de repente tão fragil como um segundo; Voltar a sentir profundo como um menino diante de Deus; Isso é o que sinto neste instante fecundo).

Nos Estados Unidos é o momento em que o jovem  deixa a sua casa para “conquistar o mundo”, ou seja, sua total independência. Vários filmes abordam esta temática, desde Barrados no Baile (Beverly Hills, 90210), Melrose Place, Glee, entre tantos outros que nos possibilitam a ter esta noção claramente. Ramones não canta exatamente sobre ter 17 anos, mas em quase todas as suas letras,  esta fase é abordada. Talvez a mais marcante é “I don´t want to grow up”, que diz:  I don't wanna have to shout it out; I don't want my hair to fall out; I don't wanna be filled with doubt; I don't wanna be a good boyscout; I don't wanna have to learn to count; I don't want the biggest amount; No I don't want to grow up. (Eu não quero ter de gritar; Eu não quero que meu cabelo caia; Eu não quero ficar cheio de dúvidas; Eu não quero ser um bom escoteiro; Eu não quero ter de aprender a contar; Eu não quero ter muito dinheiro; Eu não quero crescer).

Então seja bem-vindo a fase adulta! Às vezes, isto acontece da pior forma, como canta Capital Inicial em Natasha, “…Tem 17 anos e fugiu de casa; Às sete horas na manhã no dia errado; Levou na bolsa umas mentiras pra contar; Deixou pra trás os pais e o namorado…” Definir a adolescência pela idade pode ser uma tarefa bem fácil, mas tentar explica-la, é uma outra realidade, principalmente através da música. Joan Jett  em seu clássico “I love Rock and Roll”, fala da maturidade da mulher  na hora de conquistar um garoto mais jovem que está próximo à uma máquina de discos: “I saw him dancing there by the record machine; I knew he must have seventeen…” (Eu o vi dançando ali perto da máquina de discos; Eu sabia que ele deveria ter uns dezessete).

Na mesma “pegada” Kelly Key em Adoleta, coloca uma conotação sexual bem discreta, “…17 anos pré-vestibular, pai enchendo o saco, tem que estudar; Já tive essa idade sei como é que é, mas tu ta lidando com uma mulher.” o contexto amoroso e o sexual é na verdade o que vai mais aparecer em várias canções. Kool and the Gang, canta um amor inocente em Too Hot,  “At Seventeen we feel in love, high school sweetheart, love so brand knew”. (Aos 17 nos apaixonamos, um amor de colegial tão querido, um amor tão novo).

A transição entre a infância e fase adulta, tanto psicologicamente como corporalmente, acontece devido as mudanças dos hormônios, etc. Pode representar para o indivíduo um processo de distanciamento de formas de comportamento e privilégios típicos da infância e de aquisição de características e competências que o capacitem a assumir os deveres e papéis sociais do adulto, e isto às vezes tem um preço, e a insegurança pode tomar conta deste comportamento. Nenhum de Nós em Camila, diz “E eu que tinha apenas 17 anos, baixava a minha cabeça pra tudo; era assim que as coisas acontecem, era assim que via tudo acontecer…” Cazuza também cantou sobre a importância de ter esta idade. Em 17 anos de vida, ele diz de forma melancólica: “…17 anos de vida; Eu tô perdido; Do joelho até o umbigo; Tudo é perigo…”

Mas nada se compara com a música mais famosa que fala sobre ter 17 anos. Abba, em Dancing Queen, a toda a letra fala da liberdade e da felicidade de ter esta idade. A música já começa em pleno movimento: “You can dance; you can jive…”, mais adiante diz: “You’re in the mood for a dance; And when you get the chance; You are the Dancing Queen; Young and sweet, only seventeen; Dancing Queen…”

Veja aqui uma pequena lista de rocks e outras músicas memoráveis sobre ter 17 anos e abaixo do link uma lista de músicas nacionais e internacionais sobre 17 anos. Com exceções de Exceções de Era um Lobisomem Juvenil da Legião Urbana e da canção Terra de Gigantes do Engenheiros do Havai que entraram na lista pelo contexto.



1) Stray Cats – She’s sexy and seventeen
“Will she’s sexy seventeen, my little rock roll queen”

2) Kool and the Gang – Too hot
“At seventeen we fell in love, highschool sweet hearts, love so brand new…”

3) Benny Mardones – In the night
“She’s just sixteen years old, leave alone, they say…”

4) BJ Thomas – Rock Roll Lullaby
“She was just sixteen and all alone…”

5) Joan Jett – I love Rock and Roll
“I saw him dancing there by the record machine; I knew he must have seventeen…”

6) The Cars – Let’s Go
“She’s winding them down on her click machine;and sehe won’t give up ‘cause she’s seventeen…”

7) The 6th – You you you
“… You make me feel like seventeen…”

8) Steve NicksEdge Seventeen

9) Kings of Lion
17

10) The Magnetic FieldsI don’t want to get over you

11) The montain goats
This years

12) Janis IanAt Seventeen

13) Iron 8 wineThre by the river

14) Meat loaf
Paradise by me

15) AbbaDancing Queen

16) PooneyThat the girl has love

17) Larly TronSeventeen



Nacionais
1) Cazuza – 17 anos de vida

“…17 anos de vida
 Eu tô perdido
 Do joelho até o umbigo
 Tudo é perigo…”

2) Capital Inicial – Nastasha

“…Tem 17 anos e fugiu de casa
 Às sete horas na manhã no dia errado
 Levou na bolsa umas mentiras pra contar
 Deixou pra trás os pais e o namorado…”

3) Legião Urbana – Eduardo e Mônica

“…Eduardo e Mônica eram nada parecidos
 Ela era de Leão e ele tinha dezesseis
 Ela fazia Medicina e falava alemão
 E ele ainda nas aulinhas de inglês…”

4) One Finish – 17 anos

“…E não se convenceu não era pra durar
 Eu acho que esqueceu…
 Que só tem dezessete anos
 Idade absurda pra dizer que ama…”

5) Nenhum de Nós – Camila

“…E eu que tinha apenas 17 anos,
 Baixava minha cabeça pra tudo,
 Era assim que as coisas aconteciam,
 Era assim que eu via tudo acontecer…”

6) Os Capitães de Areia – Dezessete anos

“…Tinhas só dezessete anos
 E levei-te p’ra dançar
 A pista estava vazia
 Desculpa para te beijar…”

7) Oriente – Linda, Louca e Mimada

“…Com 17 anos e fugiu de casa, mas já conhece incontáveis canções
 Ela tem alma de pipa avoada
 Mas na sua estante imaginária coleciona corações…”

8) Essiele – 17 Em Ponto

“…To com um disquin pra lançar, um carrin pra comprar,
 Umas conta pra quitar, meu filho pra criar,
 Minha mãe pra orgulhar, os amigo pra salvar,
 Uns rapzin pra escrever, mas to sem base pra gravar, não dá…”

9) Pita – Casulo

“…Ela só tinha 17 anos
 Gostava de Bob e de Caetano
 Tava sempre Viajando
 E não passava de ano…”

10) Kelly Key – Adoleta

“…17 anos pré-vestibular, pai enchendo o saco, tem que estudar..
 Já tive essa idade sei como é que é, mas tu ta lidando com uma mulher.
 Vê se me obedece, tem que respeitar, você é gatinho mais assim não dá..
 Quero atitude quero atenção tem que dar valor ao que tu tem na mão…”

11) MC Eltin – Mercenária Juvenil – Ela só tem 17 anos

“…Ela só tem 17
 Mas pensa que já é mulher
 Mas nem sabe o que ela quer
 Passa o dia de rolé
 E bebe tudo que tiver
 Faz os troxas de mané
 Von dutch no seu boné
 e os pela saco no seu pé…”

12) Victor Paiva – Dezessete Anos (17 Anos)

“…Dezessete anos tinha quando a conheci
 Uma linda garota que fazia cópias
 Com alguns traumas e muitas histórias
 Uns, sonhos de criança
 Dezessete anos, quando à beijei pela primeira vez
 Sempre apressada com a sua rapidez
 Típica de quem quer tudo
 Mas acostumou a nem sempre ter…”

13) Mercedes Sosa – Volver a los 17

“…Volver a los diecisiete después de vivir un siglo
 Es como descifrar signos sin ser sabio competente
 Volver a ser de repente tan frágil como un segundo
 Volver a sentir profundo como un niño frente a dios
 Eso es lo que siento yo en este instante fecundo…”

14) NX Zero – 18 anos

“…Sem lembrar o quanto eu sou feliz (…)
 Nasceu um anjo, uma menina
 Que é tão linda e agora vai crescer
 Seu aniversário é hoje e completa seus 18 anos, Ana Carolina Favano…)

15) Raimundos – Me lambe

“…O homem de cassetete disse, quando me algemou
 Que ela só tinha dezessete, que o pai dela era doutor
 E que se fosse eu ainda faria igual
 Se fosse no ano que vem ia ser normal
 Como a vista é linda da roda gigante
 É… tão grande
 Acho que ela viajou que eu era um picolé
 Me lambe
 No parque de diversões foi que ela virou mulher
 Das forte
 Menina pega a boneca e bota ela de pé…”

16) Legião Urbana – Era um Lobisomem Juvenil

“…Se o mundo é mesmo
 Parecido com o que vejo
 Prefiro acreditar
 No mundo do meu jeito
 E você estava
 Esperando voar
 Mas como chegar
 Até as nuvens
 Com os pés no chão…”

17) Engenheiros da Havai – Terra de Gigantes

“…Hey mãe!
 Eu tenho uma guitarra elétrica
 Durante muito tempo isso foi tudo
 Que eu queria ter
 Mas, hey mãe!
 Alguma coisa ficou pra trás
 Antigamente eu sabia exatamente o que fazer…”

Sobre as "ilhas e suas estações" - "Seasons"

Ao ouvir a banda Future Islands, percebi que um som bem original, um estilo próprio e intimista que vale a pena ouvir cada trabalho deste grupo. Compartilho aqui dois momentos, de Seasons (vídeo original e ao vivo)


"...Seasons change, and I tried hard just to soften you The seasons change, but I've grown tired of tryin' to change for you Because I've been waiting on you I've been waiting on you Because I've been waiting on you I've been waiting on you..."