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Serra sempre opta pelo pior

O governador José Serra dá mais uma demonstração de seu desprezo pela vontade da maioria e de sua inclinação para o autoritarismo.
Desta vez, ignorou a opção majoritária do colégio eleitoral da Universidade de São Paulo que decidiu pela escolha do professor para encabeçar a lista tríplice dos candidatos a Reitor da USP e decidiu nomear o segundo colocado, professor João Grandino Rodas . A propósito, o escolhido de Serra é diretor da Faculdade de Direito e foi responsável pela convocação da tropa de choque da PM, em 2007, para desalojar os estudantes que faziam uma reunião naquela faculdade. Tudo a ver.
A decisão autoritária de Serra quebra uma tradição de quase três décadas na Universidade de São Paulo. O último governador a proceder desta maneira foi Paulo Maluf, em 1981, durante a ditadura militar. O governador, portanto, está em péssima companhia.
É importante registrar que a comunidade universitária luta pela eleição direta para Reitor, hoje restrita a um universo de 300 pessoas com direito a voto. O governador do PSDB, além de recusar o aprofundamento da democracia na Universidade, vira as costas para a decisão ali tomada, impondo sua vontade de forma ditatorial.
Infelizmente, há coerência nesta atitude de José Serra. Ela é pertinente com sua trajetória como prefeito da capital e com sua atuação até o momento à frente do Governo do Estado. Suas maiores “realizações” são medidas que retiram direitos dos professores e do funcionalismo, impõem mecanismos centralizados de avaliação, restringem o direito dos professores a reajuste salarial, combatem os avanços educacionais em nível nacional e prejudicam a qualidade de ensino nas escolas estaduais. Ou seja, em todo o seu governo, como agora, no caso da USP, Serra sempre opta pelo pior.

Maria Izabel Azevedo Noronha
Presidenta da APEOESP
Membro do Conselho Nacional de Educação

Religião nas escolas sim. Por quê não?

Foi aprovado pelo Senado brasileiro o acordo firmado pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva e a Santa Sé, que estabelece a obrigatoriedade do oferecimento de ensino religioso pelas escolas públicas brasileiras. Diz o parágrafo 1 do Artigo 11: "O ensino religioso, católico e de outras confissões religiosas, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, em conformidade com a Constituição e as outras leis vigentes, sem qualquer forma de discriminação."


Porém, de acordo com a professora Roseli Fischmann, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Metodista, de São Bernardo do Campo, ee essa lei for sancionada pelo presidente, a constituição será violada. A afirmação foi feita em entrevista a revista Nova Escola de Outubro deste ano.


Equívoco - Acredito que o ensino religioso seja importante, desde que a grade dessa disciplina não interfira na escolha da crença de cada um. Acontece que já existem colégios batistas, metodistas, presbiterianos, católicos, adventistas... Todos particulares. E a escola pública? Como seria esta disciplina?


É certo que o mito, o sagrado está dentro da nossa cultura e quando contar com o apoio da antropologia, filosofia, sociologia, arqueologia, história, entre outras, o ensino religioso pode ser interessante para a construção da própria indentidade do indivíduo. É um risco. Pois haverá casos de ufanismos tipo “a minha religião é melhor que a sua”, mas não é isso que deve ser falado em sala. Mas sim sobre cultura e identidade.