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Fóssil de cabeça oca e o Lifafil



Li estes dias no jornal que os cientistas norte-americanos descobriram por acaso, a identificação de uma nova espécie de dinossauro que tem a cabeça oca. Os cientistas da Universidade da Pensilvânia deram o nome de Suuwassea. Que coisa importante não? Acho que demoraram muito para descobrir animais com estas características, eu mesmo conheço várias cabeças ocas e não sou nenhum cientista.

Aliás, os seres humanos, apesar do encéfalo, possuem um vazio na cabeça, talvez herdado lá, há bilhões de anos pelo tal Suuwassea. Os “cabeças ocas” contagiam toda a sociedade, desde o cara que joga sujeira nas ruas, até os homens que estão no poder, que reajustam os combustíveis, dão um aumento de apenas R$ 20 no salário mínimo ou reajustam o salário do servidor público em 0,1%.

Mas, ânimo! Ainda há os seres pensantes como os cientistas tupiniquins que estão criando o “Viagra” brasileiro. Os pesquisadores da Universidade de São Paulo estão desenvolvendo o medicamento com o mesmo princípio ativo dos remédios já existentes no mercado contra a “disfunção erétil”, ou seja, a famosa “brochada”.

 O nome está em fase de estudo, mas deverá se chamar Lifafil. Agora, os voluntários que façam fila para experimentar o tal lifafil, e quem o tomar terá certeza absoluta que não ficará com a cabeça oca.

Singelamente

Foi bem assim, devagar, entende? Eu estava andando pela Avenida Cupecê, lá na Cidade Ademar,
quando eu a vi entrando na igreja. Ela estava toda nua e estava sozinha. Era uma morena de aproximadamente 1.70 de altura com os cabelos cacheados e cumpridos até a cintura. Pensei até que fosse pegadinha ou propaganda de televisão. Dois dias depois descobri que o Carlos a conhecia, e ele me disse que o nome dela era Penélope. Achei estranho, pois nunca conheci ninguém com o nome de Penélope, a não ser a do desenho animado. Contei o fato ao Renato, e, de imediato ele desmentiu o Carlos e disse que esta menina estudava no Leonor Quadros, uma escola pública da Cidade Ademar, e que o nome verdadeiro dela era Amélia e que estava muito deprimida por ter acabado o seu casamento. Semanas se passaram e eu encontrei a Suzi, e sem querer ela tocou no assunto da mina que entrou nua na igreja. Ela disse que conhecia a irmã dela, e disse que tinha ficado louca depois de um acidente de carro na Avenida 23 de maio. Suzi disse que a mina se chama Ester, em homenagem a mulher da bíblia, já que seus pais eram evangélicos e depois disto nunca mais ouviu falar dela e, que a última vez que a viu foi neste vídeo que viralizou na internet. Não falei a ninguém que a tinha visto, apenas fiquei curioso, e descobri que ela tinha três nomes, ou três histórias diferentes de quem supostamente a conhecia. Foi aí que resolvi tirar esta história a limpo. Fui até a igreja e ao adentrar logo na porta, uma morena muito simpática sorriu e me deu um jornal junto com um papel com uma mensagem bíblica. Reconheci aquele rosto singelo das semanas anteriores, um olhar profundo que enaltecia sua bochecha rosada, um vestido justo e delicadamente comportado junto a um lenço que cobria seus cabelos cacheados. Sem palavras agradeci o jornal e o pequeno panfleto e me senti completamente nu, e renovado ao vê-la daquele jeito, vestida. Não contive a curiosidade e perguntei: “Qual é o seu nome? Um breve olhar foi a resposta completada pelas palavras singelas. “Não preciso de nome, só preciso ser”, disse sorrindo. Agradeci e fui embora.

Quem é o tal Sistema?

Nunca o tal Sistema foi tão importante como agora. Ele é superior a gerentes, chefes e é capaz de deixar todos na mão. Sim! Não há ninguém superior que o tal Sistema. Antes achava que a definição de sistema era simples, como o Wikipédia o define: “Um sistema (do grego sietemiun), é um conjunto de elementos interconectados, de modo a formar um todo organizado”.

Meus amigos, isso é um engodo. Em dois dias fiquei super dependente do tal Sistema e nem eu e nem ninguém conseguiu encontrá-lo e muito menos o fez mudar de ideia. Tudo começou quando liguei para a empresa de televisão por assinatura, falei com um fantasma e a voz metálica da mina me obrigava a digitar um monte de números. Ela dizia: “se você quer comprar uma assinatura digite 1, problemas de conexão, 2”... Quando chegou na opção 9 depois de quase 10 minutos, ela mandou esperar para falar com um atendente. E nada, ela aparece novamente porque a linha estava ocupada, então tive que esperar até a opção 9 e aguardar.

Daí então uma pessoa (verdadeira) me atende. Pedi para cancelar o serviço e ele me diz: “Hoje não é possível, pois caiu o Sistema”. Como assim? Se caiu levanta! Aí o cara me pediu para ligar mais tarde até o Sistema voltar. Então esse tal Sistema cai e sai por aí e ficamos na mão. Mas isso não era nada do que estaria por vir mais tarde. Tive que ir ao banco 24 horas, fiquei cerca de 20 minutos na fila e quando chega a minha vez, aparece uma mensagem na tela “Caixa sem Sistema”. Tá de brincadeira! Pensei. Tive que ir até uma agência bancária e, novamente peguei uma baita fila, porém deu tudo certo.

Ufa! O caixa nem mencionou o nome do Sistema. Então aproveitei o tempo e fui falar com a gerente da Pessoa Física, é o que dizia a plaquinha na mesa dela, e fui até lá para desbloquear o cartão de crédito. Sentei entreguei o cartão, ela digitou... Olhou feio para a tela do computador, digitou... Olhava feio, e digitava e olhava feio... E enfim me disse: Infelizmente não vou conseguir. Por quê? Indaguei. “Deu problema no Sistema”, ela me respondeu.

Fui embora e mais tarde entrei em uma loja para mudar o plano do celular. A atendente pegou meus dados e me apresentou as propostas. Ao pedir um desconto para um determinado plano, ela falou. “Não posso, o Sistema não deixa”. Como assim? Chama a gerente. Ela veio. Gostaria de um desconto, disse a ela. E então a gerente me retrucou. “Infelizmente o nosso Sistema não permite, não podemos fazer nada”.

O Sistema é poderoso, afinal ele dita as regras, e manda mais que os caixas eletrônicos, atendentes, chefes, gerentes, bancos... A sociedade aos poucos está sendo desconfigurada para a configuração do novo sistema.

Fui, não fui...

O feriado acabou. Não fui ao cinema; não fui ao teatro; não fui ao futebol; não fui ao shopping; não fui à praça; não fui à praia; não fui ao aquário do Ipiranga; não fui ao Museu da Língua Portuguesa; não fui ao Museu do futebol; não fui visitar amigos; não fui; não fui...


Fui limpar o quarto; fui limpar coisas; fui limpar roupas; fui entregar coisas; fui comprar coisas; fui devolver coisas; fui levar coisas... Apenas fui...