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Crônica da bola

Olavo jogava bola como ninguém. Era bem mais forte e alto que todos nós. Quando o conheci ele estava cursando a 5ª série pela terceira vez. Nas aulas de educação física era ele quem escolhia o time e, quase sempre era uma seleção dos melhores. Era sempre um dos últimos a ser escolhido, exceto quando no ao gol.
Foi assim até a 6ª série, quando Olavo repetiu o ano novamente. Daí em diante o futebol na escola ficou mais equilibrado, porém perdemos Olavo, que devido aos anos de repetência abandonou a escola. Estes dias reencontrei amigos daquela época e me informaram que o mesmo está preso. Outros falaram que tinham morrido e outros ainda dizem que ele sumiu.
Seja onde for que Olavo esteje, a única coisa que ficou de lembrança é que ele era bom de bola, mas isso lá... Na 5ª série.
Este é um dos exemplos de como o ensino que naquela época dizem que era melhor que o de hoje, pode acabar com a vida e perspectivas de um garoto. Para muitos ele era considerado “imprestável”, mas ele era bom de bola, raciocínio rápido; toque de bola com criatividade; visão de jogo. Lembro de uma vez em que ele driblou dois zagueiros, cruzou a bola para mim e marquei um golaço. Na mesma partida ele driblou o time inteiro (até o goleiro) antes de colocar a pelota na rede. Sim! O cara era inteligente.
Mas hoje... Onde estarão os “Olavos” da vida?