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A polícia e o amor seqüestrado

Estamos assistindo a um verdadeiro espetáculo na televisão, trata-se da “Novela da Vida Real”, tanto o seqüestro das menores Nayara e Eloah por Linderberg, em Santo André, como o episódio do confronto entre as polícias civil e militar, ocorrido na última quinta-feira (16).
Todos os meios de comunicação estão realizando uma cobertura intensa sobre estes fatos. Tanto que todos os canais de televisão entram no ar a cada 10 minutos com alguma novidade, mesmo quando não há novidade. O repórter entra ao vivo e repete: “Não há movimentações na casa”. Depois de 10 minutos: “Até o momento ninguém apareceu na janela” e em seguida: “Continuamos aguardando alguma movimentação”... E por aí vai.
E todos ficam impacientes esperando uma cabeça na janela, um aceno, ou até mesmo uma ação policial, mas como se trata de uma novela, tem que ter um final... Bom ou ruim. É claro que todos querem um final feliz, mas todos já começam especular, como se fosse uma novela realmente, tipo, com quem o herói vai terminar.
Ontem enquanto cortava minha cabeleira, no salão da Dona Ilma, ela comentava: “Acho que ele vai se matar”. Uma outra cliente que aguardava comentou. “Que nada, amor de corno dói muito, ele vai é matar todo mundo”.
No supermercado, a “Novela da Vida Real”, também era o assunto. O caixa falava para o cliente: “Ah! Ele (o Linderberg) quer apenas aparecer, ele vai soltar todo mundo”. Já o cliente retrucou: “ A polícia tina que invadir e meter bala no bandido”.
Agora o episódio das policias foi o mais chocante. Duas policias brigando... É coisa de cinema, de filme... As imagens captadas foram “fabulosas”, para a mídia. E, todos estes fatos mostram que estamos cada vez mais vulneráveis à violência, tanto e bandidos, quanto da polícia.
Na verdade, o que está sendo seqüestrados de nós meros cidadãos mortais, é o direito à paz, a segurança, à vida e ao amor. E o preço para ter isso de volta, não sabemos quanto custa e nem a quem pagar.