Nova interpretação de Camões

O vestibular da Universidade da Bahia cobrou dos candidatos à interpretação do seguinte trecho do poema de Camões:

“Amor é fogo que arde sem se ver,
É ferida que dói e não se sente,
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer."


Uma vestibulanda de 16 anos deu a seguinte interpretação:

“Ah! Camões; se vivesses hoje em dia, tomavas uns antipiréticos, uns quantos analgésicos e Prozac para a depressão.
Compravas um computador, consultavas a Internet e descobririas que essas dores que sentias, esses calores que te abrasavam, essas mudanças de humor repentinas, esses desatinos sem nexo, não eram feridas de amor, mas somente falta de sexo!"
Ganhou nota dez. Foi a primeira vez que, ao longo de mais de 500 anos, alguém desconfiou que o problema de Camões era falta de alguma outra coisa...


Deus na Escola


O artigo "Deus na Escola" publicado hoje na Folha de São Paulo deixa claro uma coisa: o desconhecimento da religião.

A critica do texto é referente a uma proposta da deputada Maria Lúcia Amary de estudar "Deus" nas escolas públicas. Realmente é uma medida completamente esquisita, porém criticar o ensino religioso já não é.

Por muito tempo o estudo religioso era contemplado por disciplinas como história, filosofia e a sociologia, ou seja, a religião era apenas um recorte. Atualmente, existem sociólogos e pensadores que colocam a religião no patamar de ciência. Concordo plenamente com esta posição, pois não há e não houve nenhum povo na história da humanidade que não tenho se manifestado algo em relação ao "sagrado". Através da religião a arte pode ser revelada, assim como a cultura e a política, etc.

Cabe então estabelecer um programa específico de religião que não fira a liberdade religiosa de ninguém. E isso, ninguém fez ainda, e portanto muitas criticas vão surgir quanto ao ensino religioso, mas por puro desconhecimento.

Segue o artigo da folha

"Deus na Escola" (Opinião, publicada na Folha de São Paulo - 21/09/07)
POR RAZÕES óbvias, parlamentares não gostam de votar contra Deus, daí que toda proposta de lei que faça referência ao altíssimo tem sanção praticamente garantida nos legislativos brasileiros. Foi assim que deputados estaduais paulistas aprovaram em votação simbólica e por unanimidade o projeto "Deus na Escola", de autoria da líder tucana na Assembléia, Maria Lúcia Amary.Trata-se de um confuso arrazoado sobre a necessidade de "buscar princípios e valores fundamentais" que transforma Deus em disciplina "extracurricular e facultativa" do ensino fundamental do Estado. O projeto determina ainda a criação de um grupo de estudos e -num desafio a toda teologia conhecida- o incumbe de elaborar um manual sobre Deus, "homogêneo a todas as crenças religiosas".
De objetivo mesmo só o que existe é a determinação de que "as despesas com a execução dessa lei correrão à conta de dotações orçamentárias (...) e suplementadas, se necessário".Embora não haja dúvidas em relação à inoportunidade do projeto, elas são muitas no que diz respeito a sua constitucionalidade. A Carta, afinal, estabelece a laicidade do Estado e o proíbe de subvencionar igrejas e cultos religiosos e até de manter com eles relação de aliança (art. 19).
A liberdade de culto é um direito fundamental. E é justamente para que permaneça assim que não caberia à escola pública meter-se com assuntos de religião. Esta deve ser ensinada em lares, igrejas e templos. Decididamente, foi um erro do constituinte ter incluído o ensino religioso no ciclo fundamental (art. 209). Só que o equívoco pretérito não autoriza os legisladores presentes a aprofundá-lo ainda mais.Espera-se, portanto, que o governador José Serra vete o projeto "Deus na Escola".

Karen, uma poesia!

(galera, esta é uma poesia quando tinha 15 anos... Yés... Too old! Um amigo musicou a letra baseado na banda inglesa "The Felt" . Basta pesquisar esta banda no emule ou em qualquer outro site onde se possa baixar músicas.
See ya!
Karen, uma história horrível

Só no verão você voltou
Tantos nomes que nem decorou
Um belo passado não iria encontrar
O passado existe? Você pergunta.

Você resolveu voltar para o lar
Um novo futuro brilhando em seu rosto
Você sabe, vai ser difícil reconciliar
Saindo da morte, saindo da vida, que sufoco

Você bateu na porta
Ninguém abriu e começou a chorar
E queria agora e para sempre estar morta
As lágrimas caíram, e ao céu indagou:

Por quê o céu é frio quando estou quente?

Palavras ao lixo em um segundo
A solidão ocupava sua mente
E sua alma se afastava do mundo

Karen, karen, repetia seu nome
E sorriu ao céu com ironia
Um homem a olhou e a desprezou
Continuou a sorrir, e a si própria se desprezou

Sentou-se no chão
Começou a preparar mais uma dose
Misturadas com suas lágrimas deu sua última picada
E soluçando, esperou sua cura
Que não tinha?

O retratista e a modernidade

Quando criança cheguei a tirar "retratos" em cima de "carroças de carneiros" pintados de vermelho ou de verde e, às vezes eram sobre "jericos" que passavam pela rua junto ao "retratista", uma profissão que acabou devido as modernidades tecnológicas dos celulares e das câmeras fotográficas.
Estes dias estava de carro pela avenida Cupecê e me deparo com uma raridade: um retratista e seu "jerico". Não pestanejei e nem perdi tempo, parei o automóvel e atravessei a rua rapidamente para conversar com o tal senhor. Seu nome é Geraldo e, desempregado há anos, ganha a vida batendo retratos de crianças pelas ruas.
Em um breve bate papo, ele revelou que não tira fotos como antigamente e o motivo é simples: "Os pais querem tirar fotos com seus próprios celulares, aí não dá né?" Realmente! Concordei com ele, que cobra R$ 10,00 por uma foto 10 cm por 15 cm aproximadamente. Ele chega a andar o dia inteiro com ser jeguinho, e às vezes não tira nenhuma foto.
Quem quiser entrar em contato com Geraldo, basta ligar para: 4044-1214.

Lembranças de Acton...

Estava com tanta preguiça de escrever... Nos últimos dois meses postei apenas uns quatro textos, pouco para quem está defendendo um projeto sobre blog. Como é o meu caso, pois o tal Web Login, mais conhecido como "blog" é o meu tema de tcc na faculdade. Well, mas não é para isso que resolvi escrever algo hoje. É porque me deu uma saudade de uma cidadezinha bem pequena na Nova Inglaterra, lá nos Estados Unidos, onde morei por dois anos. Ela chama-se ACTON.
Ao lado, casa semelhante onde a pequena garota esperava pela pizza
Cidade pequena com um povo educado como em qualquer cidade do interior do Brasil, acredito que seja em qualquer lugar do mundo. Lá, pintei casas, fui garçon, dishwasher e, entregador de pizzas. Conheci muitas pessoas, ricas, pobres, latinos, mexicanos, brasileiros, portugueses, gregos, russos, ingleses, inclusive americanos.
Pintei casa de muitas pessoas, casas ricas e pobres, entreguei pizzas para tanta gente: para médicos, enfermeiros e pacientes em hospitais; delegados, policiais e investigadores, nas delegacias e prisões; para gerentes de bancos, de empresas e para operários da construção civil; em motel; albergues e também para casas de aposentados e pessoas solteiros; de familias enormes e também para apenas uma pessoa.
A que me chamou atenção era a "casa da menina", isso porque sua mãe pedia uma pizza sempre às 13h. Chegava 40 minutos depois do pedido e, de longe a via da janela... Cabelos louros e encarocalados, aproximadamente 5 anos. Ela batia palmas e pulava de alegria e gritava: Mother! The pizza guy is here! (Mãe! O cara da pizza está aqui). Quando batia na porta, sua mãe lhe dava uma nota de U$ 5 (cinco dólares / aproximadamente R$ 10,00) e era ela, quem me pagava. Ao entregar a pizza, ela a segurava com força sorrindo, se despedia da forma mais comum: "keep the change" (fica com o troco).

Parabéns para mim... Pr'eu e para vcs...

Enfim...
Hoje é dia de aniversário meu...
O engraçado para não dizer "estranho" foram os primeiros parabéns que recebi, que foram nada mais nada menos que: Banco Bradesco (cuja conta foi fechada há dois anos), Banco Itaú (sim...Aquele mesmo que as pessoas fazem um sinal estranho com as mãos nas propagandas de televisão) e de um vereador de São Paulo (nunca votei no cara, aliás nem sei como ele tem meus dados). mas o (f)ato é, I got old!
Well, como diz o filósofo conteporâneo, Fábio Júnior, "não quero saber bem mais dos meus 20 e poucos anos" (hehehe...)

São ruídos

São ruídos

São bons quando os sons agradam
Corpos se mechem em busca da batida
O coração acelera na cadência retorcida
Como os sentimentos que no coração badalam

São ruídos

Com uma freada no asfalto
Ao pisar nos freios da emoção
O coração acelera na cadência da fricção
São os sons do alívio deste ato

São ruídos

O controle em nossas mãos
Mudar o compasso em um botão
Ao som de notícias agradáveis
Assim como colarinhos com palavras miseráveis

São ruídos

O vento sopra o amor na face
As árvores cantam para a chuva
Assim como as ondas acariciam as pedras
E os olhos presenciam apenas um som
O ruído.
Agosto/2007