As compras no “hipermercado”, parte I e II

Quer ver um homem em desespero é convidá-lo a fazer compras. Principalmente nestas grandes redes, que não são mais supermercados agora são “hipermercados”. Bom, eu já tinha medo de ir a um supermercado, agora então tenho pavor.
A começar pelas filas, são todas “dantescas”, aí criaram a fila única, cujas compras não podem ultrapassar 10 unidades. E, para o desespero geral, estas são ainda maiores. E se for em datas próximas ao pagamento como dia 5 e dia 10... É pior que banco!
E porque ninguém reclama? Para muitos se trata de um lazer. As pessoas não fazem compras, mas sim, desfilam pelos corredores com seus carrinhos gigantescos, pois nestes hipermercados não existem mais aqueles sextinhos de mão, nem aqueles carrinhos menores. É tudo hiper!
Estes dias estive em um lugar destes. E não sabia onde poderia achar um simples molho de saladas. Andei quatro corredores para a direita, depois voltei cinco corredores a esquerda e nada. Perguntei então para uma menina que passou a mil por hora com seus patins, e depois de um giro de 360º, ela me respondeu que ficava no setor dos “perecíveis” e, para chegar lá, tinha que subir um corredor e virar a esquerda depois da peixaria, aí então seguiria direto e viraria a esquerda novamente. Ufa!
Enfim! Encontrei o molho. Juntei a ele refrigerante e cervejas. Ao chegar no caixa encontro uma fila quilométrica. E na minha frente uma mulher com um carrinho entupido de coisas e lá tinha de tudo. Sucrilhos e várias outras caixas de produtos parecidos com sucrilhos e, também muito, mas muito papel higiênico com cheiro de... Rosas! Papel higiênico cheiroso! Aí não né!
Então abandonei tudo, sai correndo daquele lugar e fui parar no mercadinho da rua de casa. Lá, não peguei nenhuma fila. Comprei o molho e ainda bati papo com a Dona Emilia que há mais 30 anos atende toda a comunidade.

A mulher e o hipermercado - parte II
Para algumas mulheres, a organização da casa se dá pela organização do carrinho do supermercado. É simples, ao chegar no local, pega-se o carrinho, onde se coloca de tudo, desde os papéis higiênicos cheirosos, leite, carne, biscoito, comida do cachorro, etc. e depois leva-se tudo para casa, ou mandam entregar. Trata-se de organização.
Organizar um carrinho de compras é um dom feminino. As mulheres esperam ver um mundo melhor naquelas rodinhas, onde mães, profissionais liberais, donas de casa, executivas, professoras, mulheres em geral, ao empurrar aquelas rodinhas empurram também sonhos e inconscientemente empurram suas vidas, pois ali está o sustendo da casa, seu trabalho e seus sonhos, muitas vezes compartilhado com seu companheiro.
O supermercado da vida, como diz a banda Barão Vermelho pode ser visto como um microcosmo de uma realidade diferente: a da casa. É lá que as necessidades muitas vezes são supridas, desde os alimentos até os produtos de limpeza. É um dia em um mês que é essencial para organização da casa e do corpo.

O que o Lulla falava sobre Sarney

Hoje o presidente Lulla defende Sarney, mas já esteve do outro lado. Sim, o Lulla já foi "Lula" que tinha coragem de enfrentar os "poderosos", hoje defende "interesses". Basta ver o vídeo abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=M3ituI8y5qg

Homem na lua: 40 anos

"Este é um pequeno passo para um homem, mas um grande salto para a humanidade", de Neil Armtrong, há 40 anos.

As vuvuzelas das Confederações

Brasil campeão da Copa das Confederações não é novidade, aliás não escutei nenhum fogos da galera para comemorar os gols tupiniquins. O que mais gostei foram das "Vuvuzelas", aquela corneta que já foi moda nos estádios brasileiros. Aliás, estas cornetas foram lançadas na final do Campeonato Paulista de 1979, entre Corinthinas e Ponte Preta. Lembro que ganhei um do meu pai.

Michael Jackson e a imprensa

Após quase uma semana da morte do rei do pop Michael Jackson, o fato ainda é notícia em todos os meios de comunicação. Notícias à parte, o que me chamou atenção foram as capas das revistas e jornais um dia após a sua morte. Comprei três jornais e uma revista. Diante disso resolvi pesquisar algumas capas dos jornais do mundo inteiro e, eis que descubro que a capa mais criativa foi do jornal carioca Extra e também achei interessante a capa do Daily Mirror, que também chamou a atenção para a morte da "eterna pantera" Farrah Fawcett, que aconteceu no mesmo dia.

Anjo Negro


por Sylvio Micelli

Gostar ou não de Michael Jackson é uma opção do arbítrio de cada um. Como já disse Nelson Rodrigues, outro gênio, "toda unanimidade é burra". Desconhecer ou minimizar sua importância, porém, é impossível. Há mais de 40 anos ele esteve aí, entre nós - pobres mortais - fazendo sucesso em cima de sucesso: do menino prodígio à frente do Jackson Five ao maior artista pop de todos os tempos. O que entendo ser mais curioso é que Jackson não planejou seu sucesso como algo datado. Era tudo comum para ele, simples assim, desde cantar "ABC" à superprodução de Thriller, o disco mais vendido da história.

Qualquer adjetivo, por mais superlativo que seja, não consegue designar o homem que dividiu o pop americano e mundial em duas fases distintas: o antes e o depois. Dançarino como poucos, dedicado e perfeccionista ao extremo, criou videoclipes que mais se assemelhavam a curtas-metragens. Seus shows eram uma aula de mainstream elevada à enésima potência. Fez do rhythm and blues, hip hop, soul, funk e rap, sonoridades aceitas em todo o planeta e jogou o racismo nojento, que a hipocrisia humana diz não existir, para escanteio. Lembremos de "Black or White"... "It Don't Matter If You're Black Or White"!

Há pessoas que o criticarão no campo pessoal. Uma infância pobre e sofrida, plásticas de gosto duvidoso, relacionamentos complicados, acusações sexuais, enfim, pautas e mais pautas que fizeram a alegria dos fofoqueiros de plantão. Jackson para mim é um anjo negro. Veio à Terra dar-nos um pouco de sua genialidade. Viveu o céu e o inferno como Dante já nos ensinou. Fez da vida terrena um grande palco e teve a coragem de expor suas vísceras em público. Tudo para ele foi um grande truque. E quando se preparava para uma grande turnê mundial fez um Moonwalk e saiu de cena.

Bony... Uma vida de gente, uma vida de cão!


Ter um animal de estimação definitivamente não é uma tarefa fácil. Já tive vários bichos em casa, cachorro, gato, galinha, peixe, periquito e até papagaio. Todos eles se foram, mas um foi realmente especial, o Bony.

Tudo começou em 1999, quando comprei por R$ 100,00 um filhotinho de daschund, mas conhecido como salsicha. Nos primeiros dias ele estranhou a nova casa e não conseguia dormir, então o coloquei em uma caixa de sapatos forrado e coberto com toalhas. Coloquei esta caixa em cima de um banco para ficar da altura da cama, ele me observa e, só assim dormia.

O danadinho tinha apenas 1 mês, brincalhão... Só queria saber de morder tudo o que via pela frente. Era esperto, muito esperto... Teve um dia que estava ouvindo um cd e o deixei em cima da cama e fui até a cozinha. Ao voltar o danado tinha mordido o CD, subiu na cama e ainda fez coco em cima do travesseiro. Sabendo que ia tomar uma bronca, ao chegar no quarto ele já saiu correndo para a casinha dele.

Bony... Muitas histórias. Às vezes íamos paquerar juntos no Parque do Ibirapuera. O colocava no carro, no banco do passageiro, deixava a janela aberta e ele sentia o vento tocar seu focinho... Ao chegar no parque andávamos e andávamos pelas ruazinhas do ibira, algumas meninas paravam para acariciá-lo... Ahhh! Bony, Bony...

Adorava frutas... Comia de tudo! Nunca vi cachorro gostar tanto de banana como o Bony. Se tinha uma dúzia de bananas em casa, pelo menos umas 3 ou 4 eram dele. Ah! Às vezes ele latia pedindo comida, mas isso não deixava ele comer não! Quer dizer... De vez em quando né !

Era quieto... Latia apenas quando entrava gente estranha em casa ou por algum barulho... Aliás, ele odiava dias de jogos de futebol, natal e ano novo justamente por isso: barulhos. Ele detestava fogos de artifícios e os trovões nos dias de chuva. Nestas ocasiões ele ficava bem perto de mim.
Os anos passaram e a idade para um cão também é cruel. Como em casa tem muitas escadas, para um cachorro desta raça foi um sofrimento. Certa vez ele começou a mancar e também a perder os movimentos das patas traseiras.

O levei no veterinário e fui indicado a levá-lo na USP para fazer acumpultura. Marquei 5 sessões. E, ao imaginar um cachorro sendo espetado por 50 agulhas, já imaginei: “Não vai dar certo”. Ao contrário... O danado gostou... E ainda sarou.

Era carinhoso, dócil... Chorava por carinho e brincadeira. Às vezes para chamar atenção levava seu cobertor até a sala e começava a chacoalhá-lo. Enquanto tomava banho ele me aguardava silenciosamente deitado no sofá. Ao deixar o banheiro, ele entrava para ver se alguma peça de roupa estava “disponível”, ou seja, se dava para pegar alguma camisa ou meias. Mas ele gostava mesmo era das cuecas! O “filha da mãe” quando via uma cueca dando bobeira a pegava, mordia, rasgava e ainda a levava para o quintal, para mostrar para todos.

Pois é! O Bony! Ele tem muitas histórias em 10 anos de vida. Dizem que a idade do cachorro para se equiparar a do ser humano deve ser multiplicada por 7. Se isso for verdade, ele tina 70 anos. E, ainda tinha muito tempo de vida.

Porém, na última quarta-feira, 3 de junho de 2009, ele deu uma escapadinha para fazer seu xixi nos postes da rua. Ao ver uma cadela sendo rodeada por vários outros cachorros, foi se aventurar em ruas estranhas. Ao saber que ele tinha escapado, sai em sua captura e de repente o encontro jogado no meio da rua. Tinha sido atropelado.

Estava quase morto, estagnado com a maldade humana que ele não conhecia. O peguei rapidamente e correndo, o coloquei no carro em busca de um veterinário. Diagnóstico: fratura de bacia. O tal doutor me falou que o carro provavelmente passou por cima dele e podia ter prejudicado alguns órgãos internos. Medicado o levei para casa. À noite ele uivou... Chorou.

Na manhã desta quinta-feira (04) o peguei no colo e ele ainda tentou andar sem sucesso. Em seguida deitou e horas depois morreu.

Uma vida de cachorro, uma vida de gente, que ao olhá-lo, percebemos que temos as mesmas aspirações: viver e ser feliz.

Edgard Scandurra, “Amigos Invisíveis” e reticências.


Ao saber que Edgard Scandurra iria gravar um DVD intitulado “Amigos Invisíveis 20 anos depois...” não pestanejei e logo pensei: imperdível. Motivos são muitos, a começar por ser um dos melhores guitarristas brasileiros, sem necessariamente fazer parte de uma banda de heavy metal ou de blues, que erroneamente muitos pensam que nesses estilos estão os melhores guitarristas do mundo. Além disso, o guitarrista tem um vasto e respeitado repertório, desde os tempos do Ira.
Mas, voltando ao show de Scandurra, o curioso é que fiquei sabendo do tal evento apenas duas horas dantes do show, que aconteceu na última sexta-feira (22) no teatro da FECAP, no centro de Sampa. Ao chegar ao local, encontrei um teatro bem aconchegante e um som limpo e perfeito que vinham da banda que o acompanhava.
O repertório foi basicamente de seu primeiro disco do próprio Amigos Invisíveis, de 1988/1989. Músicas simples, harmoniosas e bem tocadas. É claro que não poderia deixar de homenagear seu filho Daniel, que hoje faz parte da banda tocando baixo. E, como sempre, o guitarrista continua a compor "hinos", especialmente ao filho, que foi homenageado com uma foto na contracapa e uma faixa "Bem Vindo Daniel", um instrumental fabuloso.
Ainda quando tocava no grupo Ira, a homenagem ao filho, mesmo antes de nascer, já era citado no disco Vivendo e Não Aprendendo, nas faixas "Casa de Papel", e na letra de "Dias de Luta" ("se meu filho nem nasceu / eu ainda sou o filho...")
O show teve ótimos momentos como em “Tolices”, “Soldados”, “Caput” entre outras pérolas.
Ao final do espetáculo compreendi que “Amigos Invisíveis vai muito além das reticências do título. Que venha o DVD.
Sérgio Pires

Discografia

Amigos Invisíveis (1989)
Benzina (1996)
Dream Pop (2003)
Benzina Remixes (2004)
Amor Incondicional (2007)

Encontrando no Armário - Parte 1

Pessoas... Esta é a primeira parte. Aqui uma vez por semana terá um comentário de um disco qualquer. Caso alguém se interesse pelo vinil, basta escrever para: sergiospires@yahoo.com.br

O jogo mal começou: faltam projetos esportivos


Definitivamente o povo brasileiro não dá a mínima pelo esporte (com exceção do futebol, é claro). Mas ao fazer tal afirmação quero deixar claro que a “grande” mídia em geral não colabora para mudar este cenário. E, se ao analisarmos os atletas de ponta que temos, chegaremos à conclusão que eles se destacam não pelo apoio ou qualquer tipo de patrocínio, mas sim por esforço próprio. Por isso temos que ter orgulho quando atletas brasileiros se destacam em qualquer tipo de competição internacional.
As empresas ainda não se deram conta o valor que o esporte pode agregar em um indivíduo. Não apenas nos esportes competitivos, mas no investimento na formação do cidadão. Isso deveria começar lá... Desde criança, nas aulas de educação física, valorizando outras modalidades como o vôlei, basquete, handebol, atletismo, etc.
Gestão – Hoje sabemos que é necessário patrocínio para montar bons times de basquete, vôlei, etc. Aliás, há anos São Paulo não conta com um bom time de basquete ou vôlei, mas para o investimento no esporte como cidadania o que falta mesmo é uma boa gestão do poder público.
Não existem bons projetos, tanto do governo municipal, estadual ou federal. O que existe é uma pequena “virada esportiva”, evento que acontece uma vez por ano e não atinge o seu objetivo. Em resumo, não há bons projetos que envolvam o poder público (em qualquer esfera) e a sociedade. Em outras palavras, as pessoas que ocupam as pastas de secretarias de esporte são mal capacitadas. Pode até existir pessoas com boas intenções, mas como diz o ditado: “De boa intenção o inferno está cheio”.
São necessários projetos específicos para cada comunidade, isso de acordo com as suas características, tanto culturais como geográfica. É necessário fazer uma pesquisa do local para averiguar a característica da população que mora em tal bairro onde o projeto pode ser aplicado. Bom, aí as coisas começariam a funcionar. O esporte tem que ser levado a sério, assim como a cultura. Pois é fundamental na vida do ser humano.
Enquanto isso, o esporte é coisa do “outro”, de quem joga em um time qualquer, ou de quem pode pagar uma academia. “Esporte é coisa que passa na televisão e é praticado por quem não tem nada o que fazer”. Esta é a visão de muitas pessoas que não tem acesso ao esporte.
O GOL mostra-se preocupado com esta situação, pois não é só de futebol que vive o homem, mas de todas as atividades físicas, capazes de fazê-lo, pensar, agir e se interagir na sociedade, transformando-o em um cidadão.
Sérgio Pires