20 anos de MTV Brasil: a music television… sem music



por Sylvio Micelli

E lá se vão 20 anos daquele sábado, 20 de outubro de 1990, um dia marcado na história da cultura no Brasil. Foi o dia que entrou no ar a MTV Brasil, canal que se propunha naquele último ano da década de 80, a promover entretenimento e cultura por meio do que se convencionou chamar de cultura do vídeoclipe.

Sem dúvida, foi um marco. Numa época sem TV a cabo, nossa juventude vivia catando coisas interessantes para ver na enfadonha programação da TV aberta, que permanece chata até hoje, com programa idênticos ou reciclados daquela época.

O início da MTV Brasil foi muito legal. Para quem sempre foi fanático por música – como é o meu caso – a MTV diminuía a distância abissal dos lançamentos internacionais que, geralmente, chegavam no ano seguinte por estas plagas.

Com uma programação permeada por clipes e notícias sobre o mundo da música, a gente pode acompanhar a carreira dos então desconhecidos Faith No More ou Deee-Lite, dos grupos a caminho do estrelato como o Guns N’ Roses e até o surgimento do importante movimento grunge pudemos ver, ao vivo e em cores, com as bandas Nirvana, Pearl Jam, Alice in Chains e por aí vai. Havia, ainda, espaço na programação para clipes alternativos, mesmo que fosse num horário pouco convidativo no meio da madrugada.

Foi um tempo, enfim, com momentos valorosos para mim e para muitos dos meu amigos que sempre relembram do tempo “que a MTV era legal”.

Com o passar dos anos, a MTV Brasil concedeu espaço na sua grade para programas “conceituais”, “comportamentais” e outros tantos que tais. Promoveu, a exaustão, bandas nacionais que não tinham tanta qualidade assim e acabou por esquecer de sua missão. Virou um canal chato como os demais da TV aberta e outros tantos da TV a cabo.

Obviamente que a molecada dessa geração, e que chega agora ao frescor dos 20 aninhos, não vai concordar comigo, mas a verdade é que a MTV Brasil perdeu sua essência. Virou uma plataforma de lançamentos musicais de gosto duvidoso, fruto da próprio deserto musical que o Brasil vive depois da explosão do rock nacional nos anos 80.

Saudoso, eu? Pode ser… Mas a verdade é que a MTV de hoje é uma TV sem música. Sobraram apenas programas para uma juventude sem pé nem cabeça.

Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme... Mas o filme dá um sono...

Fui assistir ao filme “Wall Street: O dinheiro Nunca Dorme”, aliás, na verdade não fui vê-lo, fui ao cinema tentar assistir o Bope, porém todas as sessões estavam esgotadas, então optei pelo filme que trata de economia. Tinha tanta gente que pensou igual a mim que restou apenas o assento A-10. Isso quer dizer que fiquei na primeira fila com a cara para tela. Ao começar o filme que tem o astro Michael Douglas, que vive o canastrâo Gordon Gekko, um economista que aproveita de informações alheias para a compra e venda de ações, além de fazer várias especulações e consegue se dar bem dentro deste sistema percebe-se que o filme é puro blá blá blá. Tem muita conversa, diálogos extensos e com câmera parada, não é um filme de movimentos, chega a dar sono!

Aliás, o filme não brigas intensas, são pequenas discussões, não tem perseguições, não tem grandes imagens e também não tem um trilha sonora envolvente. O filme é uma aula de economia. É o típico filme que os professores vão utilizar em sala de aula para explicar a crise econômica de 2008/2009 e se aproveitar dos pensamento de “aulas transversais” e passá-lo nas escolas e faculdades.

O herói do filme é Jacob Jake Moore (Shia LaBeouf) que é um novato corretor da Bolsa de Valores norte-americana que está namorando Winnie (Carey Mulligan), que é a filha de Gordon Gekko (Michael Douglas), aliás, como Michael Douglas envelheceu, caramba! Mas sua atuação é o que compensa ver o filme. E o filme segue sonolento, sonolento... A melhor coisa a fazer é velo em DVD em casa e com uma receita que vai além da pipoca: coca-cola e pó de guaraná para não dormir.

Vou votar na educação!

A tarefa de escolher a próxima pessoa a governar o país para os próximos quatro anos é uma tarefa fácil. Basta votar em um dos candidatos e pronto. Que bom se isso fosse tão simples assim. Confesso ter preferência pela Dilma, mas tenho muitas dúvidas. Quanto ao Serra tenho mais dúvidas ainda. O Lula é diferente ele ultrassa as fronteiras do PT, pois "ele é o cara" como disse Obama. O dificil é ter um país com apenas dois partidos e ter que ver os demais partidos coadjuvantes, aliás nem tento assim, o PMDB foi o partido que mais elegeu deputados depois do PT.
Qualquer um dos candidatos caso eleito tem que priorizar a educação. É preciso fazer um Plano de Educação junto aos municípios e com apoio de todos, para construir um novo plano que atenda a realidade local. É preciso rediscutir currículos , para que o aprendizado ocorra respeitando as diferenças e também para formação de um "novo indivíduo"...  Vamos ver então...

Macacão na escola? Nãooo...

Sim! Eu tenho um macacão. Por muito tempo pensei que fosse coisa chique, afinal paguei a bagatela de R$ 160,00 há quase 10 anos. E é de marca! É da Levi’s. Coisa boa! Porém, todas às vezes que tentei usar o estas vestes, típicas dos jovens dos anos 60 ou 70, me dei mal. Aliás, é bom explicar que adquiri a tal roupa ainda neste século, mesmo que alguns acham que acabei privilegiado com a doação de roupas de parentes de algum defunto, isso não! É pura calúnia! Outras chegaram a firmar que comprei na porta da igreja por R$ 1, etc. É pura maldade alheia! Pura inveja!

Mas devo confessar que a tal roupa me coloca em calças justas! A primeira vez que a utilizei foi num emprego novo. Foi em uma assessoria de imprensa. Era sexta-feira, dia do casual day, onde todos podem mais à vontade, então resolvi ir de macacão. Ao entrar na sala já ouvi risinhos... Burburinhos e meu chefe me convidou para ir até a sala dele. Discretamente ele me recomendou que voltasse para casa para trocar de roupa, pois teria que entrevistar o Paulo Maluf à noite para uma revista especializada. Disse-me que não era veste apropriada para trabalho, mesmo no casual day!

Outro dia, uma amiga foi até em casa e queria uma roupa emprestada. Aí achei estranho! Uma mulher querendo uma roupa minha, pega mal, naqueles segundos antes de perguntar o que seria, passou um monte de coisas na cabeça. Fiquei em silêncio e esperei que ela me pedisse: “Eu sei que você tem um macacão, você poderia me emprestar?” Como assim? Pensei! Como ela sabia que eu tinha um macacão? “Com certeza todos os vizinhos, amigos, a rua toda sabia...” Respondi: “Claro é pra quando?” “É pra hoje, é festa junina na escola, e tenho que ir fantasiada”. Sim, sim... Emprestei meu macacão, afinal, é uma fantasia!

Depois de um tempo deixei o macacão lá guardado no guarda-roupa. Teve um dia que não resisti e resolvi ir para escola dar aula de macacão para as crianças da 6ª série. Não prestou.

Na idéia dos pequenos, macacão quem usa são os seguintes personagens: Mario Bros, Fofão e Chaves. Alopraram-me. Quando pus o pé na escola, já começaram: o professor vei fantasiado de chaves! Outros retrucavam: “Não, não, é o Mário Bros, e, ainda pior... É o Chaves!”.

Aquele dia eles tiveram que escrever muito, por conta disso, passei lição até umas horas pra eles. Mas eles não respeitaram o Macacão! Estes dias ao abrir o guarda roupa ele estava lá.... Dobrado a espera da próxima festa junina, ou que a moda o ressuscite.

A cabeça...

O carro quebra e a cabeça dói. Lembrou da última noite que não foi boa. O que fazer às 2h da manhã em um lugar deserto? Ligou o rádio e percebeu que seu amigo tinha esquecido um maço de cigarros no banco de trás. Lembrou que não fumava há dois anos, mas seria a única coisa para aquecer o ar do carro, estava frio. A cabeça doia ainda mais e sem nenhum medicamento. O jeito era tentar ascender o cigarro. De repente o telefone toca, pela ansciedade apertou o botão errado e a ligação cai. O número era estranho, não conhecia. Tocou novamente, ao olhar era o mesmo número. Não sabia quem era. Alô! Quem é! Oi tudo bem! Vc esqueceu sua carteira em casa! Não tenho como voltar aí Jéssica, o carro quebrou na estrada. Você pode pedir ajuda por mim? Não tem orelhão por aqui, não tenho créditos, a gasolina está acabando. Jéssica... Jessica... Jéssica cadê você? A linha caiu. Um trago... Tosse... Dois tragos... Duas tosses... A bituca apagou. O cheiro de cigarro misturava com o frio dentro do carro. Ninguém passava pela via. Abriu a porta foi até uma árvore, abaixou o zíper e urinou... A cabeça doía. Luzes bem distante... Luzes se aproximam, cada vez mais e poderia ser uma ajuda. O carro para, desliga o motor e desce um sujeito gordo, e os botões da farda teimavam em não rasgar a camisa. Mãos na cabeça! Documento do Carro! Esqueci! O quê! Esqueci! Cadê o negócio? Não tenho! O quê? Não tenho nada não! O que é isto aqui? Mostrou uns plastiquihos usados. Lembrou que a Jéssica tinha feito no carro um dia antes! É traficante né? Cadê a arma? Não tenho! Cadê a arma rapaz? Não tenho não! Então ajoelha, vamos lá ajoelha, se não tem documento, não tem nome! Meu nome é Carlos! Sei... Apontou a arma e disparou. Um tiro seco na madrugada sem testemunhas. Carlos é empurrado e cai de rosto no chão! Na próxima vez eu atiro pra valer, esta foi só para te assustar. Ligou para alguém? Não tenho crédito... Sem crédito também? Nesse momento o carro de Jéssica para ao lado. O policial se despede: vai embora! A Jéssica diz: Entra aqui. Carlos obedeceu... E foram. A cabeça agora doía ainda mais.

O debate

Ontem assisti ao debate para o Governo do estado de São Paulo e isso me deu um tremendo sono! Mas fui resistente... Permaneci no sofá e nos intervalos ia até o computador e lia alguns e-mails; depois ia até a cozinha tentar beliscar algo; depois atendia o telefone e na seqüência sentava no sofá novamente.

O tédio me tomava conta, tentava mudar de canal mas resistia, então levanto e vou a cozinha novamente, volto com um copo de vinho... Tava bom! Era simples, um Santa Helena, um vinho chileno... Nossa, vinho com debate! Levanto e vou até a varanda... Visualizo a neblina... Um certo prazer e um ar gelado! Volto. Abro a geladeira e olho... Apenas por olhar, não pego nada! Mas fico olhando e a fecho. Volto para sala... Alckmin diz: “ A educação está com altos índices de aprovação... Dois professores na sala de aula...” me deu sono, termino a segunda taça... Desligo a TV. Ponho a taça na pia e apago a luz. Acabou o dia.

Ah! As mulheres cantoras...

Elas estão aí! Nos dials das rádios as vozes femininas dominam a programação nacional devido ao enorme número de revelações e, recentemente descobri a Tita Lima. Seu álbum “11:11” possui faixas interessantes. Algumas baladas meio que psicodélicas e com uma certa “malemolência”, pois não tem como compará-la com a cantora Céu. Algumas faixas ela passeio junto a mpb-bossa, outras funde o jazz com a música eletrônica e seu trabalho fica com uma característica bem pessoal da cantora.  Ouvi o CD que baixei da internet duas vezes... Acho que vale a pena comprar.

coisas e os objetos

Eleições, futebol, faculdade, pós-graduação, monografia, cds, músicas, livros, canetas, revistas, bloquinhos de anotações, jornais, papéis, ipod, celular, baterias, máquina fotográfica, chave do carro, chave da porta, chave do portão, óculos, lentes de contato, revista Rolling Stones, controle remoto, fone de ouvido, televisão, livros de inglês, livros de gramáticas e rádio, computador, música, guitarra, brinquedos, bola, futebol, luvas... E as palavras...

As reticências... E a vírgula

Reticências...

Muitos adoram as virgulas, eu sou louco pela reticência... Ela diz tudo sem dizer nada... Às vezes ela fica querendo falar algo, mas fica ali ... Calada. Outras horas ela fala tudo, mas tudo mesmo como “Ah vai tomar...! A virgula é cheia de sentidos, é um tira e põe danado, já ela... A reticência não, já é o sentido de tudo.

Alguns dicionários ainda tentam definir a reticência como um substantivo feminino, como uma supressão ou omissão voluntária de uma coisa que poderia ou deveria ter sido “dita”. Definem ainda como uma atitude de quem hesita em dizer expressamente o seu pensamento, em dar um parecer... Ah! A reticência... Ela é o silêncio que falta em um texto... É o pensamento... É a ação... É o sentimento... Muito mais que a virgula!

Acho que a reticência não deve ser definida... É para ser sentida...

Fui, não fui...

O feriado acabou. Não fui ao cinema; não fui ao teatro; não fui ao futebol; não fui ao shopping; não fui à praça; não fui à praia; não fui ao aquário do Ipiranga; não fui ao Museu da Língua Portuguesa; não fui ao Museu do futebol; não fui visitar amigos; não fui; não fui...


Fui limpar o quarto; fui limpar coisas; fui limpar roupas; fui entregar coisas; fui comprar coisas; fui devolver coisas; fui levar coisas... Apenas fui...