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Cadê?

Cadê minha senha do banco que tinha anotado em um papel e deixei na carteira, porém eu não a encontro? Cadê minha caneta que comprei na semana passada e estava dentro do livro e já não está mais? Cadê minha chave do portão que nunca acho e sempre tenho que ficar tocando a campanhia para que alguém possa me receber? Cadê minha camisa que ganhei de aniversário e já não sei onde está? Cadê o controle remoto da televisão que estava em cima do sofá? Cadê aquele CD que comprei no ano passado e não sei pra quem emprestei? Cadê aquele boné que minha mãe me deu quando viajei e já não sei onde está? Cadê aquela cueca preta de cetim que ganhei e já não a acho na gaveta? Cadê aquele livro do Drummond que estava na estante e já não está mais? Cadê aquele DVD do The Cure que tinha comprado há três anos e já não o encontro? Cadê aquele vinho chileno que comprei no Carrefour no ano passado e guardei, porém sumiu? Cadê aquela gravata que combinava com o meu terno preto que estava no guarda-roupa? Cadê o meu chinelo que comprei em Minas Gerais, vivo descalço? Cadê aquele fone de ouvido do iPod que não o encontro? Cadê aquela agenda de anotações com o telefone dela? Cadê a coleira do cachorro, para levá-lo para passear? Cadê os meus óculos que sempre procuro e ás vezes os encontro no rosto? Cadê o cadarço do tênis? Cadê a chave do carro? Cadê o par da meia? Cadê a moeda para comprar pão? Cadê o relógio... Cadê as minhas horas... Cadê você... Cadê eu...

Ahhh! Minas Gerais e suas poesias

Era para ser uma visita breve pelo interior de Minas Gerais, mas resolvi dar um pulo em BH para aproveitar o feriadão de carnaval. Aí fui dar um role de busão a R$ 2,30 a passagem e, para minha surpresa me deparei com algo bem inusitado. Nos ônibus de BH em todos os bancos estão penduradas poesias. Isso mesmo! Poesias. Elas estão disponíveis a todos os passageiros e estão presas a um elástico. Idéia fantástica que deveria ser copiada.


UMA BURCA PARA GEISY

De um poeta popular nordestino...

Miguezim de Princesa

I
Quando Geisy apareceu
Balançando o mucumbu
Na Faculdade Uniban,
Foi o maior sururu:
Teve reza e ladainha;
Não sabia que uma calcinha
Causava tanto rebu.

II
Trajava um mini-vestido,
Arrochado e cor de rosa;
Perfumada de extrato,
Toda ancha e toda prosa,
Pensou que estava abafando
E ia ter rapaz gritando:
"Arrocha a tampa, gostosa!"

III
Mas Geisy se enganou,
O paulista é acanhado:
Quando vê lance de perna,
Fica logo indignado.
Os motivos eu não sei,
Mas pra passeata gay
Vai todo mundo animado!

IV
Ainda na escadaria,
Só se ouvia a estudantada
Dando urros, dando gritos,
Colérica e indignada
Como quem vai para a luta,
Chamando-a de prostituta
E de mulherzinha safada.

V
Geisy ficou acuada,
Num canto, triste a chorar,
Procurou um agasalho
Para cobrir o lugar,
Quando um rapaz inocente
Disse: "oh troço mais indecente,
Acho que vou desmaiar!"

VI
A Faculdade Uniban,
Que está em último lugar
Nas provas que o MEC faz,
Quis logo se destacar:
Decidiu no mesmo instante
Expulsar a estudante
Do seu quadro regular.

VII
Totalmente escorraçada,
Sem ter mais onde estudar,
Geisy precisa de ajuda
Para a vida retomar,
Mas na novela das oito
É um tal de molhar biscoito
E ninguém pra reclamar.

VIII
O fato repercutiu
De Paris até Omã.
Soube que Ahmadinejad
Festejou lá no Irã,
Foi uma festa de arromba
Com direito a carro-bomba
Da milícia Talibã.

IX
E o rico Osama Bin Laden,
Agradecendo a Alá,
Nas montanhas cazaquistãs
Onde foi se homiziar
Com uma cigana turca,
Mandou fazer uma burca
Para a brasileira usar.

X
Fica pra Geisy a lição
Desse poeta matuto:
Proteja seu bom guardado
Da cólera dos impolutos,
Guarde bem o tacacá
E só resolva mostrar
A quem gosta do produto

Aos Amigos do Saber

Galera, esta é uma poesia do nosso Companheiro de sala Marcelo. Trata-se de uma homenagem a todos os professores.


AOS AMIGOS DO SABER

A vida inteira ouvimos verdades, às vezes, mentirosas,
Ficamos esperando uma recompensa dialetal, e
Criamos expectativas, supondo vocações indubitáveis.

Reconstruímos nossa visão de mundo, parafraseando nossa própria existência.

Missões psicodélicas de imensuráveis ganas.
Realidades díspares de proximidades filosóficas.

Prazerosamente céticos pela sapiência efêmera.

Flui n’alma límpida amizade,
Colação singela, vida cíclica.

Mestres da paz; discípulos monges;
Magister nos totus sumus.




CELO. 21/11/07