Verme que roeu as carnes

“É melhor viver 10 anos a mil do que mil anos a 10”, frase de uma música popular que tem suas verdades. Depois de ver as notícias horríveis nos jornais, sobre violência, corrupção, crise econômica, entre outros fatos horripilantes, cheguei a seguinte conclusão: quero aproveitar todas as oportunidades que aparecerem a minha frente.

Se aparecer um vendedor de jogo do bicho e da loteria federal não vou perder a oportunidade de comprar; quando passar em frente a casa lotérica vou fazer aquela “fezinha” para tentar ganhar o prêmio acumulado.

Vou passar em frente de um restaurante chinês e comer aquele prato gigantesco de frango xadrez. À tarde, comerei hot dog do carrinho da esquina com muita maionese e quando sentir fome novamente vou entrar em um boteco e comer aquela coxinha com uma coca-cola e aos sábados é de lei: Pastel Especial na feira com um caldo de cana grande. E, também sair à noite, teatro, cinema, shows, restaurantes...

É isso aí, aproveitar a vida sem culpa em todos os sentidos. Tudo isso sem tirar a nossa responsabilidade que temos perante a casa, a rua e o trabalho e da nossa própria vida pessoal com os nossos objetivos.

Afinal de contas não podemos nos dar o direito de levar a vida igual ao personagem de Machado de Assis, Brás Cubas, que morreu aos 64 anos, sem alcançar seus objetivos. A história é contada por um defunto, que não aproveitou a vida em nada e diz em sua dedicatória: “ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver, dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas”. É isso aí! Ops! Fiz a dedicatória a esta crônica!



O Palhaço: em busca da identidade


Sempre rir, sempre rir, pra viver é melhor sempre rir... Lembro do palhaço Bozo, que cantava uma música com esta frase todos os dias à tarde. E na cabeça de todos, o Palhaço sempre foi sinônimo de alegria, da inocência e do riso. Mas, quem faz o palhaço rir? Este é o questionamento que Benjamin (Selton Mello) faz, em seu filme O Palhaço. Pode ser clichê dizer que o palhaço é triste e se pinta de forma alegre, isso já foi mostrado e demonstrado centenas de vezes, tanto no cinema, quanto nas artes em geral. O Palhaço de Selton Mello vai mais longe, muito além do imaginário do palhaço, pois busca a essência da identidade.

A história se passa nos anos 70, quando o Circo Esperança pertencente do Sr. Valdemar (Paulo José) e de seu filho Benjamim (Selton Mello) que formam a fabulosa dupla de palhaços Puro Sangue e Pangaré, e fazem uma série de apresentações pelo interior de Minas Gerais.

Benjamim é um palhaço sem identidade, anda apenas com sua certidão de nascimento, e por onde passa, é discriminado por não ter RG e nem comprovante de residência, porém, vive pelas estradas na companhia da divertida trupe do circo, mas quando não está em cena, Benjamim acha que perdeu a graça, e parte em uma aventura atrás de um sonho, após conhecer uma garota da cidade Passos, que trabalha no Audo Auto Peças.

Certo dia, Lola (Giselle Motta) a esposa de Valdemar, bem mais jovem que seu pai, o questiona, querendo um ventilador. Todos os atores também fazem seus pedidos: adiantamento de salário, sutiã, desodorante... Mas o ventilador e a identidade viram a sina de Benjamim. Pensando em estar apaixonado, ele abandona o circo e vai em busca de sua identidade. Consegue tirara RG e um emprego em uma loja de eletrodomésticos, onde rodeado por ventiladores.

O retorno de Benjamim ao circo é emocionante. Trata-se do reencontro do “eu”, de sua identidade. I também é a interpretação da jovem Guilhermina (Larissa Manoela) que é filha dos ilusionistas do circo. Ela testemunha tudo o que acontece nos bastidores; vivência todos os problemas e no final, consegue atuar. Ela uma bela sequência de imagens, pois a câmera segue os passos da menina até os bastidores e mostra todos os atores a reverenciando, e termina com o sorriso da garota com o ventilador, um final fantástico. A vivência dela nos bastidores pode ser comparada ao pequeno Selton Mello, há anos.

O interessante é a homenagem que Selton faz aos atores do passado como Ferrugem, George Loredo, conhecido como Zé Bonitinho e Moacyr Franco, que interpreta o delegado Justo, que é um corrupto na verdade, em uma cena hilária.

Nos créditos, aparecem ainda Nelson Ned e Lindomar Castilhos interpretando canções dos anos 70, bem peculiar da época quando a história se contextualiza. O filme já é um clássico.

Palmeiras e seus temperos errados


Imagine aquele bife suculento de filet mignon; uma sopa de legumes das mais variadas espécies de vegetais; uma feijoada light e uma farofa. Coloque tudo na mesma panela e mexa bem até ficar ao ponto. Ao ponto de quê?


Pois é! Isso é o time do Palmeiras. Uma equipe que no papel poderia ser boa teve alguns lampejos no inicio do campeonato, mas depois sucumbiu a brigas e divergências dentro e fora do campo. Não que o Verdão seja uma equipe ruim, mas percebe-se que alguns jogadores não estão nem aí com o Palestra, pois sabem que seus empresários irão recolocá-los em outras equipes na próxima temporada.

O que é visível é a falta de interesse de alguns atletas em jogar com Felipão. O primeiro foi Lincon, que publicamente deixou o clube e preferiu ser rebaixado com o Avaí; depois Valdivia, que em uma coletiva afirmou que não tem um relacionamento amigável com o técnico, apenas profissional. E isso deve acontecer com os demais atletas que não tiveram coragem de vir a público.

 Isso é o Palmeiras. É uma mistura de talentos e de vaidades que não se combinam e não viram um prato a ser degustado. Não tem “liga” como diriam os grandes mestres da cozinha ao misturarem temperos e alimentos que se combinam.

A solução é simples: Limpeza. Sabe quando o prato está cheio de alimentos e os colocamos de lado e depois jogamos fora. É isso. Dispensa. Todo mundo embora, pelo bem do Verdão, campeão do século!

Você conhece Hatsune Miku?

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