Palmeiras e a influência na black music do Brasil
Platéia lotam o a sede social do Palmeiras em um dos bailes da Chic Show |
Nos anos 70 e 80 a equipe da Chic Show difundia a cultura da música negra para o Brasil, especificamente para o estado de São Paulo. Durante o mês aconteciam vários shows espalhados pela cidade promovidos pela equipe, mas no final de cada mês, o evento acontecia na sede social da Sociedade Esportiva Palmeiras. Sim. Era no Palmeiras, um clube tipicamente italiano, que a cultura negra se difundiu em São Paulo por meio de seus bailes.
As galerias da 24 de maio, ainda não abrigavam as lojas de rock, mas sim, os salões de cabelereiros e dezenas de lojas que vendiam discos e produtos da cultura negra, e alí, também vendiam os ingressos para o baile do Palmeiras. Lá, passaram artistas como Earth, Wind and Fire, Cool and the Gang, James Brown, Areta Franklin, Betty Wright, Zapp, Tim Maia, Jorge Ben... Era o maior polo cultural da cultura negra do país.
É algo bem interessante de se lembrar, pois pouco se fala disto, como um clube em um bairro tipicamente "burguês" como o Palmeiras e com toda a sua origem italiana abriu as portas para a cultura da periferia, ao contrário dos demais clubes "populares" de São Paulo.
Rap in New York
Achei um vídeo que tinha esquecido no celular. Este vídeo tem 2 anos, quando desci do metro em NY e fiquei de boca aberta.
Bob Dilan e Agnaldo Timóteo
A poesia transformada em música "The rising sun" de Bob Dilan ficou mundialmente conhecida com a banda The Animals. No Brasil, esta canção fez um enorme sucesso na mesma época na voz de Agnaldo Timóteo.
Nos anos 60/70 Timóteo era dono de uma das mais importantes vozes da Música Popular Brasileira. Talvez o primeiro negro a ganhar um destaque tão importante em uma época, bem mais preconceituosa do que os tempos atuais. Seu talento, foi provado no grande sucesso "Meu Grito", cuja interpretação é algo espetacular.
O cantor Agnaldo Timóteo deixou de existir há décadas e deu lugar há um político "ultra-conservador-arbitrário" que nem merecem comentários.
The rising sun é um clássico do rock mundial, mesmo sem aquela velocidade tradicional da música, é uma balada suave com letra envolvente.
Quando criança, lembro de um vizinho a tirar notas desta música em frente ao portão de casa, sentado na calçada. De tanto ouvir esta canção, acabei por detestá-la por muito tempo. Mas hoje eu a escutei novamente. E refiz todo o meu pensamento sobre esta canção e me fez reconhecer o quanto Agnaldo Timóteo é importante para o rock nacional.
Quando criança, lembro de um vizinho a tirar notas desta música em frente ao portão de casa, sentado na calçada. De tanto ouvir esta canção, acabei por detestá-la por muito tempo. Mas hoje eu a escutei novamente. E refiz todo o meu pensamento sobre esta canção e me fez reconhecer o quanto Agnaldo Timóteo é importante para o rock nacional.
Totonha - Marcelino Freire
Capim sabe ler? Escrever? Já viu cachorro letrado,
científico? Já viu juízo de valor? Em quê? Não quero aprender, dispenso.
Deixa pra gente que é moço. Gente que tem ainda vontade de
doutorar. De falar bonito. De salvar vida de pobre. O pobre só precisa ser
pobre. E mais nada precisa. Deixa eu, aqui no meu canto. Na boca do fogão é que
fico. Tô bem. Já viu fogo ir atrás de sílaba?
O governo me dê o dinheiro da feira. O dente o presidente. E
o vale-doce e o vale-lingüiça. Quero ser bem ignorante. Aprender com o vento,
ta me entendendo? Demente como um mosquito. Na bosta ali, da cabrita. Que
ninguém respeita mais a bosta do que eu. A química.
Tem coisa mais bonita? A geografia do rio mesmo seco, mesmo
esculhambado? O risco da poeira? O pó da água? Hein? O que eu vou fazer com
essa cartilha? Número?
Só para o prefeito dizer que valeu a pena o esforço? Tem
esforço mais esforço que o meu esforço? Todo dia, há tanto tempo, nesse
esquecimento. Acordando com o sol. Tem melhor bê-á-bá? Assoletrar se a chuva
vem? Se não vem?
Morrer, já sei. Comer, também. De vez em quando, ir atrás de
preá, caruá. Roer osso de tatu. Adivinhar quando a coceira é só uma coceira,
não uma doença. Tenha santa paciência!
Será que eu preciso mesmo garranchear meu nome? Desenhar só
pra mocinha aí ficar contente? Dona professora, que valia tem o meu nome numa
folha de papel, me diga honestamente. Coisa mais sem vida é um nome assim, sem
gente. Quem está atrás do nome não conta?
No papel, sou menos ninguém do que aqui, no Vale do
Jequitinhonha. Pelo menos aqui todo mundo me conhece. Grita, apelida. Vem me
chamar de Totonha. Quase não mudo de roupa, quase não mudo de lugar. Sou sempre
a mesma pessoa. Que voa.
Para mim, a melhor sabedoria é olhar na cara da pessoa. No
focinho de quem for. Não tenho medo de linguagem superior. Deus que me ensinou.
Só quero que me deixem sozinha. Eu e minha língua, sim, que só passarinho
entende, entende?
Não preciso ler, moça. A mocinha que aprenda. O doutor. O
presidente é que precisa saber o que assinou. Eu é que não vou baixar minha
cabeça para escrever.
Ah, não vou.
A paz de Marcelino Freire por Naruna Costa
Ler Marcelino Freire já obrigação. O escritor que (re)inventa a escrita e subverte a literatura em novos significados. Naruna Costa faz uma interpretação de emocionar.
Um sorriso não precisa ser "colgate"
Pois é, cresci com um certo jargão publicitário que, para ter um sorriso bonito tem que belas dentes, nem que todos eles sejam de porcelana, etc. Aprendo a cada dia que o sorriso é uma das coisas mais belas que o ser humano pode expressar, principalmente de uma criança, que não precisa de dente algum para demonstrar a sua felicidade. Acredito agora, que, ao sorrirmos nos transformamos de certa forma em pequenas crianças.
Visitas...
As modernidades tecnológicas fazem com que fiquemos atentos a todas as imagens dos celulares. Em junho recebi a visita do casal Nivaldo e Solange e Maria Helena.
A inútil derrubada da PEC 37
Um artigo muito pertinente que saiu hoje no jornal O Estado de São Paulo, esclarece porque a PEC 37 não deveria ter sido derrubada e, que foi, de forma errada apelidada de "lei da impunidade". Era exatamente ao contrário, pois se, aprovada, exigiria maior investigação dos casos pelos delegados, desta forma, seria necessário um maior aparato de pessoas capacitadas para fazer o serviço que compete à policia, que é investigar. Será que o Ministério Público e suas instâncias vão dar conta de fazer investigações com milhares de processos parados? Pois é né! O assunto era tão importante e não foi debatido. Os deputados com medo, retiraram o tema da pauta de imediato e o povo comemorou, sem saber o quê.
IVES GANDRA MARTINS *
Em preciso, incisivo e gráfico editorial, o Estado de 30/6
(A3) sustentou que a derrubada da PEC 37 por oportunismo político terá efeitos
desastrosos. Da análise dos argumentos lá expendidos, como das manifestações
inúmeras de constitucionalistas, ministros do STF - na ativa ou aposentados - e
do texto da Constituição federal (CF) se percebe que, efetivamente, a decisão
foi, sem maiores estudos, tomada por um Congresso acuado pela multidão, que
desconhecia o que a PEC propunha.
Pessoalmente, em palestras e artigos, sempre me manifestei
no sentido de que aquela proposta de emenda era rigorosamente inútil. Afirmava
o que já estava na Constituição e não tirava do Ministério Público (MP) poder
que nunca teve.
A polícia judiciária não é um órgão subordinado ao MP, mas
ao Poder Judiciário. O artigo 144, § 4.º, da CF - cuja redação é a seguinte:
"às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira,
incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e
a apuração de infrações penais, exceto as militares" - em nenhum momento
estabelece que as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações
penais pertencem, simultaneamente, ao Poder Judiciário e ao MP. Declara apenas
que são do Judiciário.
Não sem razão, o presidente do Tribunal de Justiça de São
Paulo, desembargador Ivan Sartori, em entrevista ao Estado, declarou que a PEC
37 não pretendia retirar nada do MP, pois não se retira de alguém algo que esse
alguém não tem.
As competências do Ministério Público não são idênticas às
do Poder Judiciário. A Constituição federal outorga ao Judiciário o dever de
julgar, correspondente ao disposto nos artigos 92 a 126 da CF (capítulo III do
Título IV). Para completar as "funções essenciais à Justiça" - é esse
o enunciado do capítulo IV do Título IV da Lei Suprema - prevê que duas
instituições conformam o tripé da prestação jurisdicional, a saber: o
Ministério Público (artigos 127 a 132) e a advocacia (artigos 133 a 135).
Estão em igualdade de condições. Numa democracia, o MP tem a
função principal de acusador, em nome da sociedade, e a advocacia, a função de
defendê-la. Por essa razão, como cláusula pétrea, imodificável, o constituinte
garantiu que a defesa, nos processos administrativos e judiciais, deve ser
ampla (artigo 5.º, inciso LV). O uso de adjetivo com tal densidade ôntica não
foi despiciendo, mas garantia absoluta de que tal direito, o de defesa, é um
dos sustentáculos de um regime democrático, posto que inexistente nas
ditaduras. Por isso tal disposição é cláusula pétrea da Carta Magna, não
podendo ser alterada nem por emenda constitucional (artigo 60, § 4.º, inciso
IV).
As funções dessas duas instituições são, pois, iguais
(advocacia e Parquet) e dependem do Poder Judiciário para a solução dos
conflitos.
Ora, o delegado é membro da polícia judiciária. Não é
polícia do MP. Por essa razão, deve presidir o inquérito policial, devendo
remeter suas conclusões ao magistrado, a que se subordina, e não ao titular do
direito de acusar. Este, pela própria Constituição, pode requisitar investigações
aos delegados e acusar os delegados suspeitos de prevaricação (artigo 129,
incisos VII e VIII) - não mais que isso, visto que são parte nas investigações
e não podem ser "parte" e "juiz" ao mesmo tempo.
Assim é que a própria Lei 12.830, de 20/6/2013,
regulamentadora da investigação criminal, dispõe que as funções de polícia
judiciária e de apuração de infrações penais são exercidas exclusivamente pelos
delegados (artigo 2.º), cabendo-lhes a condução da investigação criminal (§ 1.º
do artigo 2.º). Como se percebe, nunca estiveram os membros do MP incluídos
entre os que podem dirigir a investigação. A própria lei mencionada diz que não
estão, referindo-se apenas aos delegados. Até porque, se os tivesse incluído, a
lei seria inconstitucional.
Por essa razão, constitucionalistas do porte de José Afonso
da Silva, Nelson Jobim, Cezar Peluso e Marco Aurélio Mello já se manifestaram
no sentido de que não cabem ao Ministério Público funções policiais, até porque
não é preparado para tanto. Os delegados, sim. Os membros do Parquet têm outras
funções - relevantíssimas -, que estão explicitadas no artigo 129 da Carta
Suprema do País.
Como se percebe, a derrubada da PEC 37 nada representou,
pois o artigo 144, § 4.º, da Lei Suprema não foi alterado, continuando a prever
que a polícia judiciária - não o MP - é constituída apenas por delegados de
carreira, os únicos com competência constitucional para conduzir as
investigações criminais.
O acuado Congresso, que pouco antes aprovara lei na linha da
PEC 37 a fim de atender ao clamor da multidão, que desconhecia o tratamento
constitucional e legal do tema, derrubou a desnecessária proposta. Aprovada ou
não, não modifica a clareza do artigo 144, § 4.º, da CF, ao estabelecer que
apenas aos delegados cabe a apuração de investigação criminais.
Termino este breve artigo reiterando que o Ministério
Público deve cuidar de suas relevantes funções, e não pretender invadir funções
de outras instituições, para as quais não são devidamente preparados promotores
e procuradores.
O povo foi às ruas contra a corrupção. O MP declarou que a
PEC 37 era a PEC da Corrupção, como se todos os delegados fossem corruptos e
todos os membros do MP, vestais. E o povo, contrário à corrupção, pensou ser
verdade a marqueteira afirmação. Como o tempo é o senhor da razão, e como a
Constituição não foi mudada, à evidência continuam os delegados a ser os
representantes do Poder Judiciário e continuarão os membros do MP sem
competência para conduzir as investigações criminais, a teor do que dispõe o
artigo 144, § 4.º, da Lei Suprema. Cumpre-lhes, todavia, exercer suas
relevantes funções, que não são poucas, em prol da sociedade. Mas apenas estas
(artigo 129).
* IVES GANDRA MARTINS É PROFESSOR EMÉRITO DA UNIVERSIDADE
MACKENZIE, DAS ESCOLAS DE COMANDO E ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO, SUPERIOR DE
GUERRA E DA MAGISTRATURA DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL – 1ª REGIÃO..
Censurando a imprensa
As manifestações diárias chegaram a um ponto de retrocesso tamanho que, às vezes, é inacreditável. Estamos assistindo a uma revolta da classe média, por seus " e direitos" e "deveres" como nunca assistimos antes. Agressões aos jornalistas é o estopim de tudo, mas se esquecem, que, se não fossem as mesmas câmeras que, os manifestantes proíbem, foram as que mostraram as agressões da polícia.
Foi por meio de uma câmera de um repórter, que o "caso vinagre" veio ganhar a internet e as redes de televisão.
Proibir o trabalho de jornalistas, seja de qualquer tipo de emissora, é censura. Mostra um despreparo político dos manifestantes.
Protesto na porta de emissoras - Protestar simplesmente pelo fato de protestar, sem uma pauta prévia, o que significa? Ir até a porta da Rede Globo e dizer que ela não presta, que é isto, que é aquilo... Quer dizer o quê? Insatisfação? Será que o povo vai deixar de ver a novela, logo mais à noite? Impedir os jornalistas de trabalharem?
A classe média, com assinatura de da sky, net, plano Combo, com internet de alta velocidade, assiste HBO, Warner, Sony, National Geografic, fã incondicional de "Two and half men" e "Big bang theory", fala que não assiste a Globo e sai às ruas para protestar contra a emissora que aliena a população. Quem é alienado de quê? Não quero defender as novelas, pois não as assisto, mas não há mal algum, assim como ver qualquer seriado enlatado.
Ah! Então é o Jornal Nacional, Jornal da Globo... Por mais que eles tenham uma linha editorial que podemos ser contra, faz parte da democracia. A internet está aí para que possamos nos manifestar a respeito.
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