Estava conversando com amigos no Ramiros Bar e, eis que surge um vendedor de carangejos em um sábado à tarde, por volta das 17h. Coisa bem atípica. Em seguida me aparece um "retratista" daqueles bem antigos com um carneiro-ovelha... Não sei fazer tal definição. O fato é: comprei os caranguejos com a intenção de salvá-los (que ignorância a minha perante o reino animal), pois desejava criá-los em uma espécie de aquário improvisado no fundo do quintal de casa. Aproveitei o retratista para que regsitra-se o tal momento. O fato é que não levei os tais caranguejos para a panela e soltei todos no quintal, fiz alguns buracos... Resultado: Todos mortos três dias depois. Alguns por morte natural, outros foram vítimas de gatos ou sei lá o quê. Sei que um foi morto por golpes de madeira ao ser confundido com escorpião por um inquilino desavisado que deparou-se com danado à noite ao descer à escada.
Like a king
Sabe aquelas coisas que vc encontra em um brechó e se apaixona?Pois é! Trata-se de uma poltrona daquelas bem antigas! ao chegar em casa e sentar na tal poltrona é algo sensacional, principalmente com o controle remoto na mão.
O PAPA E A RELIGIÃO
Gostei do Papa. Achei um cara simpático, extrovertido e com ideologias bem diferentes dos demais Papas que vi nesta pequena jornada que estamos aqui presentes. Sou um cristão praticante, nascido dentro da igreja católica e convertido ao protestantismo. Não por influência religiosa de terceiros, mas por acreditar que Jesus Cristo é o próprio Deus, dentro da trindade divina e que todos nós devemos ser “santos”, capazes de todas as proezas divinas, sem intercessor algum. Ou seja, podemos ter contato direto com Deus sem necessariamente confessarmos nossos pecados com qualquer outra pessoa, mas sim diretamente a Deus.
Acredito que a religião pode ser uma entidade social capaz de influenciar diretamente a sociedade dentro de um estado laico. Afinal, o estado só é laico por conta da Reforma Protestante. E dentro deste estado, todos nós podemos exercer nossas crenças e religiões das mais diversas, respeitando umas as outras. Pois são elas que pregam a “igualdade, fraternidade e o amor ao próximo.
Por conta disto, acredito que a religião exerce um papel preponderante dentro de nossa sociedade, mesmo aqueles que têm à crença de nada acreditar, são “crentes no ateísmo”, e fazem parte deste mesmo grupo.
Aliás, não existe maior crença burguesa que é o ateísmo. No Brasil, menos de 10% da população brasileira se declararam não acreditar em nada, e estas pessoas, de acordo com o censo, fazem parte da classe média alta, ou seja, burgueses.
Muitos destes, recortam uma pequena frase de um discurso marxista: “A religião é o ópio do povo”. E, esta mesma frase está completamente equivocada em sua essência, pois Marx nunca fez tal afirmação. A oração completa é: ”O sofrimento religioso é, a um único e mesmo tempo, a expressão do sofrimento real e um protesto contra o sofrimento real. A religião é o suspiro da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração e a alma de condições desalmadas. É o ópio do povo.” Karl Marx, “Uma Contribuição à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel” (1844)
Marx fala então do “sofrimento religioso”, não da religião em sí. Em outras palavras, ele até enaltece a importância social da religião. E é aí que gostaria de chegar: o discurso ecumêncio do Papa, foi extremamente importante para todas as religiões em seu contexto social.
É preciso então nos despirmos de nossa vaidade e voltarmos à cruz, e reconhecermos Aquele que morreu por nós.
Palmeiras e a influência na black music do Brasil
Platéia lotam o a sede social do Palmeiras em um dos bailes da Chic Show |
Nos anos 70 e 80 a equipe da Chic Show difundia a cultura da música negra para o Brasil, especificamente para o estado de São Paulo. Durante o mês aconteciam vários shows espalhados pela cidade promovidos pela equipe, mas no final de cada mês, o evento acontecia na sede social da Sociedade Esportiva Palmeiras. Sim. Era no Palmeiras, um clube tipicamente italiano, que a cultura negra se difundiu em São Paulo por meio de seus bailes.
As galerias da 24 de maio, ainda não abrigavam as lojas de rock, mas sim, os salões de cabelereiros e dezenas de lojas que vendiam discos e produtos da cultura negra, e alí, também vendiam os ingressos para o baile do Palmeiras. Lá, passaram artistas como Earth, Wind and Fire, Cool and the Gang, James Brown, Areta Franklin, Betty Wright, Zapp, Tim Maia, Jorge Ben... Era o maior polo cultural da cultura negra do país.
É algo bem interessante de se lembrar, pois pouco se fala disto, como um clube em um bairro tipicamente "burguês" como o Palmeiras e com toda a sua origem italiana abriu as portas para a cultura da periferia, ao contrário dos demais clubes "populares" de São Paulo.
Rap in New York
Achei um vídeo que tinha esquecido no celular. Este vídeo tem 2 anos, quando desci do metro em NY e fiquei de boca aberta.
Bob Dilan e Agnaldo Timóteo
A poesia transformada em música "The rising sun" de Bob Dilan ficou mundialmente conhecida com a banda The Animals. No Brasil, esta canção fez um enorme sucesso na mesma época na voz de Agnaldo Timóteo.
Nos anos 60/70 Timóteo era dono de uma das mais importantes vozes da Música Popular Brasileira. Talvez o primeiro negro a ganhar um destaque tão importante em uma época, bem mais preconceituosa do que os tempos atuais. Seu talento, foi provado no grande sucesso "Meu Grito", cuja interpretação é algo espetacular.
O cantor Agnaldo Timóteo deixou de existir há décadas e deu lugar há um político "ultra-conservador-arbitrário" que nem merecem comentários.
The rising sun é um clássico do rock mundial, mesmo sem aquela velocidade tradicional da música, é uma balada suave com letra envolvente.
Quando criança, lembro de um vizinho a tirar notas desta música em frente ao portão de casa, sentado na calçada. De tanto ouvir esta canção, acabei por detestá-la por muito tempo. Mas hoje eu a escutei novamente. E refiz todo o meu pensamento sobre esta canção e me fez reconhecer o quanto Agnaldo Timóteo é importante para o rock nacional.
Quando criança, lembro de um vizinho a tirar notas desta música em frente ao portão de casa, sentado na calçada. De tanto ouvir esta canção, acabei por detestá-la por muito tempo. Mas hoje eu a escutei novamente. E refiz todo o meu pensamento sobre esta canção e me fez reconhecer o quanto Agnaldo Timóteo é importante para o rock nacional.
Totonha - Marcelino Freire
Capim sabe ler? Escrever? Já viu cachorro letrado,
científico? Já viu juízo de valor? Em quê? Não quero aprender, dispenso.
Deixa pra gente que é moço. Gente que tem ainda vontade de
doutorar. De falar bonito. De salvar vida de pobre. O pobre só precisa ser
pobre. E mais nada precisa. Deixa eu, aqui no meu canto. Na boca do fogão é que
fico. Tô bem. Já viu fogo ir atrás de sílaba?
O governo me dê o dinheiro da feira. O dente o presidente. E
o vale-doce e o vale-lingüiça. Quero ser bem ignorante. Aprender com o vento,
ta me entendendo? Demente como um mosquito. Na bosta ali, da cabrita. Que
ninguém respeita mais a bosta do que eu. A química.
Tem coisa mais bonita? A geografia do rio mesmo seco, mesmo
esculhambado? O risco da poeira? O pó da água? Hein? O que eu vou fazer com
essa cartilha? Número?
Só para o prefeito dizer que valeu a pena o esforço? Tem
esforço mais esforço que o meu esforço? Todo dia, há tanto tempo, nesse
esquecimento. Acordando com o sol. Tem melhor bê-á-bá? Assoletrar se a chuva
vem? Se não vem?
Morrer, já sei. Comer, também. De vez em quando, ir atrás de
preá, caruá. Roer osso de tatu. Adivinhar quando a coceira é só uma coceira,
não uma doença. Tenha santa paciência!
Será que eu preciso mesmo garranchear meu nome? Desenhar só
pra mocinha aí ficar contente? Dona professora, que valia tem o meu nome numa
folha de papel, me diga honestamente. Coisa mais sem vida é um nome assim, sem
gente. Quem está atrás do nome não conta?
No papel, sou menos ninguém do que aqui, no Vale do
Jequitinhonha. Pelo menos aqui todo mundo me conhece. Grita, apelida. Vem me
chamar de Totonha. Quase não mudo de roupa, quase não mudo de lugar. Sou sempre
a mesma pessoa. Que voa.
Para mim, a melhor sabedoria é olhar na cara da pessoa. No
focinho de quem for. Não tenho medo de linguagem superior. Deus que me ensinou.
Só quero que me deixem sozinha. Eu e minha língua, sim, que só passarinho
entende, entende?
Não preciso ler, moça. A mocinha que aprenda. O doutor. O
presidente é que precisa saber o que assinou. Eu é que não vou baixar minha
cabeça para escrever.
Ah, não vou.
A paz de Marcelino Freire por Naruna Costa
Ler Marcelino Freire já obrigação. O escritor que (re)inventa a escrita e subverte a literatura em novos significados. Naruna Costa faz uma interpretação de emocionar.
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