O ano novo mais velho
O ano novo mais velho que me lembro foi quando estava na casa de minha tia, e me lembro de ficar tentando biliscar alguns petiscos, mas a minha altura que era quase igual a da mesa, fazia com que a minha mão não alcançasse o que queria. Então meu tio colova na vitrola gradiente um disco do Martinho da Vila e o samba corria solto.
Na televisão a corrida de São Silvestre era transmitida pela TV Gazeta e todos lá com copos de champagne na mão torcendo para um brasileiro. Acho que ele deve ter ganhado, lembro que foi uma festa quando o corredor cruzou a linha de chegada, todos se abraçavam, os rojões se misturavam para a conquista do brasileiro, junto com os ano novo. Na verdade nem lembro quando foi isso, são apenas imagens.
Teve um outro velho ano novo que me lembro, que subi no telhado de casa para ver melhor a queima de fogos. Foi logo depois da missa do galo, em seguida fui para a rua dar feliz ano novo para os vizinhos e quem passasse pela rua. Teve um outro ainda, que passei na igreja; lembro de um outro que passei mal de tanto comer; um outro ainda fui até a casa de uma outra tia, que mora no bairro do Rivieira Paulista. Lugar longe... Nem parece São Paulo, foi bom, mas meio silencioso.
O mais recente velho ano novo que me lembro, foi quando estava nos Estados Unidos. A comunidade brasileira se reuniu e foi uma tremenda festa, silênciosa é claro, sem rojões, nem queima de fogos, apenas um... Ih! Nem lembro o que comi, mas sei que às 2h da manhã já estava dormindo.
Há ainda um bem mais velho, tão velho que as lembranças parecer ser em preto e branco. Lembro apenas que alguém me apontava para o céu, onde as estrelas se misturavam com os fogos. E, este ano novo envelhecerá também, assim como os outros que continuarão a surgir.
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