(poderia chamar este diálogo que testemunhei dentro de um
ônibus de: “microconto”?)
Você viu a Maria Tereza ontem menina? Vi não. Ela pegou o
das 7h30, ontem saí mais cedo. Você sabia que ela trocou de emprego? Sabe onde
tá agora? Onde? Lá na loja do Itaim. Que bom, né? Ela sempre queria sair de
Santo Amaro, né? Depois que largou daquele encosto? Ela ainda estava com ele? Ih
não! Tem gente que não sabe dar valor. Ela tinha deixado o Carlos. Aquele
moreno que tinha um filho com aquela loira oxigenada? A própria. É verdade. Ele
sim é um pedaço. Todo educado, agora trabalha lá no Plaza Sul. O que ele faz? Sei não. A Claudia disse que ele é chefe de cozinha de um restaurante. Mas me
conta da Maria Tereza! Você sabe o que ela me disse? O quê? Ela tá desconfiada.
De quê menina? Atrasou. Ih! Será? Acho que a danada tá grávida. Nossa!
O diálogo continuou, porém tive que descer do ônibus. Foi
isso que ouvi
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