Há tempos não atualizo o Armário Mecânico, e em poucas linhas é dificil descrever os últimos acontecimentos. No último dia 20 de março, nasceu João Vitor, my baby. Hoje com 2 meses e 16 dias.
Contra Feliciano ou a favor da PLC 122?
Quando o deputado Marcos
Feliciano (PSC) foi eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos no mês
passado, criou-se um “celeuma” em torno deste nome. O deputado foi e ainda está
sendo acusado de racismo e de homofóbico por se posicionar “contra” o homossexualismo.
Esta mesma comissão foi recusada pelo PT e dos demais partidos de sustentação
do governo e, agora, devido às manifestações, esta “Mesa” torna-se uma das mais
importantes do momento.
Estas manifestações não
acontecem pelo nome de Feliciano, há algo mais importante em jogo, que é a PLC
122, que está parada nesta comissão desde 2006. Trata-se do projeto que
criminaliza a “homofobia” e a iguala ao racismo. E quem preside a Mesa desta
Comissão tem o poder de arquivar ou não, e ele, Feliciano pode deixar parada
esta PLC. Por isso, é alvo de manifestações dos ativistas, mas não pelo seu
posicionamento em si.
Para Feliciano, o homossexualismo
é “opção sexual”, ou seja, comportamental, e diz claramente ser contra, e, isto
em rede de televisão. Segundo ele, caso esta lei seja aprovada e se iguale ao
racismo, pronunciar-se contra a homossexualidade, seria crime, como já acontece
em casos de crime racial. “É antidemocrático. Cada um deve expressar seus
pensamentos, é democracia”, diz ele em uma de suas “pregações”. Por ter este
posicionamento, é acusado de homofóbico.
Em relação aos negros, a
teoria do deputado evangélico, é que os ancestrais que povoaram a Etiópia, na
África, são descendentes de um neto amaldiçoado de Noé chamado Canaã e esse
seria o motivo das doenças e da miséria naquele continente, que originou a raça
negra. Ao ser recriminado por internautas, Feliciano justificou: “Africanos
descendem de ancestral amaldiçoado por Noé. Isso é fato. O motivo da maldição é
a polêmica. Não sejam irresponsáveis twitters”.Isso foi o cúmulo e prova o
desconhecimento bíblico do deputado. Depois nas redes sociais afirmou que “A
podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam (sic) ao ódio, ao crime, à
rejeição. Amamos os homossexuais, mas abominamos suas práticas promíscuas”,
disparou.
Feliciano colocou-se no
paredão por estas duas situações e acabou sendo contestado também por parte dos
evangélicos.
Protestos
e homofobia - Nos últimos dias, Feliciano ganhou força.
Isto por conta do “ativismo gay”. Após afirmar que não renunciaria, o deputado
foi ameaçado, assim como sua família. A briga engrossou ainda mais quando um
vídeo de um ativista do Movimento LGBT, Marcio Retamero, que se intitula
pastor, chama de “desgraçados” e de “fundamentalistas religiosos” os políticos
que defendem a família e a fé cristã, no vídeo ele fala que pegaria em armas
para defender sua causa. Esta apologia à violência e desrespeito às liberdades
de expressão e religiosa ocorreram durante um seminário LGBT, no Congresso
Nacional, em Brasília, evento comandado pelo deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), ou
seja, poderíamos até chamar este caso de homofobia destes ativistas.
Nunca, antes na história, o
povo foi às ruas para defender uma comissão. Aliás, ninguém frequenta as
reuniões das comissões nas Assembleias Legislativas do país. Na quarta-feira
ele mandou prender um manifestante que atrapalhou o andamento da reunião e
ainda o chamou de nazista entre outros palavrões, e foi, capa de vários jornais
do país por tal atitude, que, em outras palavras é bem pior que a PLC 122. O posicionamento de
Feliciano nesta comissão é claro, impedir que a PLC 122 seja votada, e tem
apoio de todos os cristãos (evangélicos e parte da igreja católica). Mesmo sem
se manifestar sobre o caso, a igreja católica acompanha o debate de longe,
mesmo porque, segundo a matéria publicada na Folha de São Paulo desta
quarta-feira, afirma que a maioria dos católicos brasileiros é “liberal”, por conta
disto, silêncio absoluto.
Particularmente, sou contra
a PLC 122 – Feliciano não me representa, mas neste caso, vou ter que repensar
meu posicionamento, como muitas pessoas.
Sérgio Pires
Conversinha
(poderia chamar este diálogo que testemunhei dentro de um
ônibus de: “microconto”?)
Você viu a Maria Tereza ontem menina? Vi não. Ela pegou o
das 7h30, ontem saí mais cedo. Você sabia que ela trocou de emprego? Sabe onde
tá agora? Onde? Lá na loja do Itaim. Que bom, né? Ela sempre queria sair de
Santo Amaro, né? Depois que largou daquele encosto? Ela ainda estava com ele? Ih
não! Tem gente que não sabe dar valor. Ela tinha deixado o Carlos. Aquele
moreno que tinha um filho com aquela loira oxigenada? A própria. É verdade. Ele
sim é um pedaço. Todo educado, agora trabalha lá no Plaza Sul. O que ele faz? Sei não. A Claudia disse que ele é chefe de cozinha de um restaurante. Mas me
conta da Maria Tereza! Você sabe o que ela me disse? O quê? Ela tá desconfiada.
De quê menina? Atrasou. Ih! Será? Acho que a danada tá grávida. Nossa!
O diálogo continuou, porém tive que descer do ônibus. Foi
isso que ouvi
Sócrates, Lula, Suplicy e Marta
Uma imagem histórica, possívelmente em 1984 ou 1985 provavelmente na época da Democracia Corintiana, que foi um marco no futebol. Foi algo histórico como o Corinthians atuou e mostrou a cara, contra o sistema político vigente naquela época. Hoje, se o Dr. Sócrates estivesse vivo, não sei se estaria apoiando a política atual. Mas uma coisa é certa, contra o PT acho que não estaria também. Mas a imagem é realmente histórica e também agradável pelos sorrisos de todos.
Olhares cônicos a açucarados
Sabe quando você sai com amigos para almoçar e na mesa além dos alimentos tem um bom papo, boas lembranças, bons comentários? Pois é depois dos prazeres (in)saciáveis da alimentação, eis que chega a hora de aguardar o garçon trazer a conta e nesta hora, eis que surpreendo a todos e, ao invés de pedir o tradicional cafezinho, resolvi exagerar. Pedi um sorvete. Mas não era um simples sorvetinho. Era o SORVETE. Todos ficaram encantados com o danado que derretia deliciosamente. E os olhares ficaram açucarados.
O Retorno
Há tanto tempo escrevendo e rascunhando este espaço e por
isso, torna-se difícil abandoná-lo. Pensei em desistir e abandonar tudo...
Tentei mudar lá pro “Verbo Digital” da “wordpress” e descobri que existem
milhares de blogs com este nome. Então mudei, criei o sergiospires.com, e também
o http://serpires.wordpress.com/, depois
criei ainda um outro e virou uma bagunça danada. Então resolvi voltar ao
Armário Mecânico, mas em breve as configurações deste blog será padronizado
assim como os textos que terão um padrão de tamanho, para que, no mínimo fique
agradável.
Quebra-te o queixo
Quando criança, um senhor de avental azul e com um sino na mão passava pela rua Sto. Afonso, bem em frente a minha casa e badalava um sino.
A molecada saia até a rua a via lá... Aquele quitute adocicado feito a base de coco. Era o "quebra-queixo". Lembro que entrava para dentro de casa em busca de moedas para comprar o doce que te melecava todo. Depois da primeira mordida o açucar insistia em esticar, tipo queijo quente.
Naquela época já era raro ver o "tiozinho" vendendo estes quitutes pelas ruas, hoje então não é raro. É raríssimo. Pode servir até de pauta, virar matéria, sei lá. Só sei que me surpreendi nesta semana andando pelo centro de Diadema. Eis que encontro com uma menina chamada Dina. Ela vende quebra-queixo pelo centro de Diadema. Faz o quitute com a receita de sua mãe, que outrora badalava o sino pelas ruas da cidade vendendo o doce para a alegria da criançada. Não resisti ao vê-la. Comprei um, e fiquei com a boca toda adocicada de memórias.
Naquela época já era raro ver o "tiozinho" vendendo estes quitutes pelas ruas, hoje então não é raro. É raríssimo. Pode servir até de pauta, virar matéria, sei lá. Só sei que me surpreendi nesta semana andando pelo centro de Diadema. Eis que encontro com uma menina chamada Dina. Ela vende quebra-queixo pelo centro de Diadema. Faz o quitute com a receita de sua mãe, que outrora badalava o sino pelas ruas da cidade vendendo o doce para a alegria da criançada. Não resisti ao vê-la. Comprei um, e fiquei com a boca toda adocicada de memórias.
As crianças, as mulheres e o elevador
Estes dias, fui à casa de um
amigo que mora em um apartamento e quando entrei no elevador, observei duas
mulheres com filhos da mesma idade, de aproximadamente cinco anos. Eram dois
meninos: o primeiro estava segurando um carrinho de plástico, sem rodinhas, e as
portinhas estavam soltas, e toda hora caia no piso. Ele dirigia este pequeno
automóvel pelas paredes do elevador, e na sua boca saia o barulho de um motor
potente; o outro tinha um carrinho de controle remoto, e apenas segurava-o com
as mãos.
De repente surgiu um
diálogo. "Olha que carrinho legal, me deixa ver?", perguntou o guri
que tinha o carrinho de plástico. "Tó, foi meu pai que me deu",
respondeu o outro. Um diálogo incrível surgiu entre as crianças, como se elas se
conhecessem há muito tempo. O mais triste desta história, é que as duas mulheres,
que pareciam ser a mãe dos garotos nem se olharam, eram como se fossem invisíveis.
Observava a tudo e sorria para os moleques.
Fiquei pensando em como
definir uma explicação para que duas crianças tão diferentes que não se
conhecem, mas tornam-se amigas de uma forma tão natural e pura, não importando
a classe social.
Lembrei-me de Jesus, quando disse: "Portanto, quem se tornar humilde como esta criança, esse é o maior reino dos céus" (Mateus 18/4). Por outro lado, o mundo adulto é cheio de justificativas, tentando explicar o inexplicável e são capazes de virar a cara e ignorar outra pessoa, como aconteceu com as duas mulheres.
Lembrei-me de Jesus, quando disse: "Portanto, quem se tornar humilde como esta criança, esse é o maior reino dos céus" (Mateus 18/4). Por outro lado, o mundo adulto é cheio de justificativas, tentando explicar o inexplicável e são capazes de virar a cara e ignorar outra pessoa, como aconteceu com as duas mulheres.
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