Imprensa quer ridicularizar Dilma


Nos últimos dias é notório que a imprensa quer, de certa forma, ridicularizar a presidente Dilma. Todas as imagens dela quando são veiculadas, seu semblante mostra preocupação, e, às vezes, com "caretas", quando ela fala ao público.
Muitas vão dizer que a imagem espelha a realidade. Mas como demonstrar a realidade de uma expressão em fragmentos de segundos?
A folha de São Paulo, publicou esta foto na edição de hoje. Ontem, no Jornal da Globo havia uma foto parecida, porém com um semblante bem mais preocupado.
A situação do país é preocupante? Pode até ser. Mas em todas as fotos, nunca ela está falando. Nunca ela está em movimento. Todos os discursos há movimentos, gestos, ações que os fotógrafos amam registrar. Com a Dilma é diferente. Suas fotos são paradas demonstrando inércia. Para quem vê, demonstra incertezas. Fica óbvio então que a imprensa está batendo de frente.

Tarja Turunen - Nothing Else Matters na igreja da Finlândia

Não há detalhes deste vídeo, mas provavelmente seja um casamento da família real.

Antiguidades

Achei este poema tão rico e cheio de detalhes que enriquece o nosso imaginário.
(De Cora Coralina)
Quando eu era menina
bem pequena,
em nossa casa,
certos dias da semana
se fazia um bolo,
assado na panela
com um testo de borralho em cima.
Era um bolo econômico,
como tudo, antigamente.
Pesado, grosso, pastoso.
(Por sinal que muito ruim.)
Eu era menina em crescimento.
Gulosa,
abria os olhos para aquele bolo
que me parecia tão bom
e tão gostoso.
A gente mandona lá de casa
cortava aquele bolo
com importância.
Com atenção. Seriamente.
Eu presente.
Com vontade de comer o bolo todo.
Era só olhos e boca e desejo
daquele bolo inteiro.
Minha irmão mais velha
governava. Regrava.
Me dava uma fatia,
tão fina, tão delgada…
E fatias iguais às outras manas.
E que ninguém pedisse mais !
E o bolo inteiro,
quase intangível,
se guardava bem guardado,
com cuidado,
num armário, alto, fechado,
impossível.
Era aquilo, uma coisa de respeito.
Não pra ser comido
assim, sem mais nem menos.
Destinava-se às visitas da noite,
certas ou imprevistas.
Detestadas da meninada.
Criança, no meu tempo de criança,
não valia mesmo nada.
A gente grande da casa
usava e abusava
de pretensos direitos
de educação.
Por dá-cá-aquela-palha,
ralhos e beliscão.
Palmatória e chineladas
não faltavam.
Quando não,
sentada no canto de castigo
fazendo trancinhas,
amarrando abrolhos.
“Tomando propósito”.
Expressão muito corrente e pedagógica. Aquela gente antiga,
passadiça, era assim:
severa, ralhadeira.
Não poupava as crianças.
Mas, as visitas…
- Valha-me Deus !…
As visitas…
Como eram queridas,
recebidas, estimadas,
conceituadas, agradadas!
Era gente superenjoada.
Solene, empertigada.
De velhas conversar
que davam sono.
Antiguidades…
Até os nomes, que não se percam:
D. Aninha com Seu Quinquim.
D. Milécia, sempre às voltas
com receitas de bolo, assuntos
de licores e pudins.
D. Benedita com sua filha Lili.
D. Benedita – alta, magrinha.
Lili – baixota, gordinha.
Puxava de uma perna e fazia crochê.
E, diziam dela línguas viperinas:
“- Lili é a bengala de D. Benedita”.
Mestre Quina, D. Luisalves,
Saninha de Bili, Sá Mônica.
Gente do Cônego Padre Pio.
D. Joaquina Amâncio…
Dessa então me lembro bem.
Era amiga do peito de minha bisavó.
Aparecia em nossa casa
quando o relógio dos frades
tinha já marcado 9 horas
e a corneta do quartel, tocado silêncio.
E só se ia quando o galo cantava.
O pessoal da casa,
como era de bom-tom,
se revezava fazendo sala.
Rendidos de sono, davam o fora.
No fim, só ficava mesmo, firme,
minha bisavó.
D. Joaquina era uma velha
grossa, rombuda, aparatosa.
Esquisita.
Demorona.
Cega de um olho.
Gostava de flores e de vestido novo.
Tinha seu dinheiro de contado.
Grossas contas de ouro
no pescoço.
Anéis pelos dedos.
Bichas nas orelhas.
Pitava na palha.
Cheirava rapé.
E era de Paracatu.
O sobrinho que a acompanhava,
enquanto a tia conversava
contando “causos” infindáveis,
dormia estirado
no banco da varanda.
Eu fazia força de ficar acordada
esperando a descida certa
do bolo
encerrado no armário alto.
E quando este aparecia,
vencida pelo sono já dormia.
E sonhava com o imenso armário
cheio de grandes bolos
ao meu alcance.
De manhã cedo
quando acordava,
estremunhada,
com a boca amarga,
- ai de mim -
via com tristeza,
sobre a mesa:
xícaras sujas de café,
pontas queimadas de cigarro.
O prato vazio, onde esteve o bolo,
e um cheiro enjoado de rapé.

Manifestações sem respeito não há mudança

Vivemos em tempos de crise, mesmo com as condições de um Brasil bem melhor, em relação há tempos passados. Índice de desemprego caiu, o número da classe média aumentou, assim como o número de novos milionários. 
O trânsito caótico revela que as concessionárias estão aumentando a cada dia, as vendas dos automóveis. O número gigantesco de novas faculdades revelam também que o acesso à educação superior está mais fácil, mesmo com uma qualidade duvidosa.
A situação melhorou. Hoje existe o vários programas govenamentais, onde os estudantes podem ter acesso à educação superior de forma gratuita, o FIES está mais acessível, bem diferente de anos passados. O número de cotas nas universidades públicas trazem ainda, a oportunidade, de ingressar em uma universidade de ponta, mesmo, que esta política, ainda que cause discussões, de quem é favorável ou não à esta política.
Sabemos que o país mudou para melhor. Porém, ainda vemos escolas em ruínas espalhadas pelo país, hospitais sem leitos, sem médicos, condução precária,  corrupções, etc. Isto justifica as manifestações.
Mas, ainda não ouvi ninguém falar da principal mudança para que todas estas outras aconteçam: o respeito. Sim, o respeito em todos os sentidos, que envolve a educação e o direito do próximo.
A corrupção está ligada diretamente a tirar vantagens do “outro” em benefício de si próprio. E isto tem relação direta com respeito, desde as pequenas coisas do nosso dia a dia, como respeitar o farol vermelho, respeitar as vagas dos idosos e portadores de necessidades especiais nos estacionamentos, não jogar lixo nas ruas, não andar com o som do carro ligado no talo, com aqueles amplificadores potentes e por aí vai.
O respeito ao próximo é uma questão essencial para que possamos cobrar isto do “outro”. Não há mudança política se não houver uma mudança em nosso comportamento.  Todos sabem, mas por mais que seja “clichê”, é preciso falar: “amai o próximo como a ti mesmo”. É por aí, desta forma acontece este respeito.
É necessário ir às ruas. Sim. Mas a mudança principal acontece dentro de nós mesmos, e isto reflete até na hora em vamos às compras, aí podemos agir como consumidores conscientes, e ter condições de fazer uma mudança social em todos os sentidos.

A música toca a alma...

Sempre desejei tocar um instrumento, ter uma banda, poder tocar aquela música que gostamos. Passaram-se anos e anos e, enfim tomei coragem e comecei a estudar violão e guitarra. Depois de seis meses, consegui tirar as duas primeiras músicas... "Você" (versão Paralamas do Sucesso) e "Lotta Love" e Harvest Moon do Neil Young. Emoção sem igual quando batemos os últimos acordes de cada música.

Grata visita de amiga...

Na última segunda-feira, dia 3 de junho, uma velha amiga ancorou em casa em uma grata visita. Desde que terminamos a faculdade de Letras na FAD em 2007, nunca mais tinha visto a Denise Tamiko. Thank's Denise pela visita.

Seja bem vindo João Vitor


Há tempos não atualizo o Armário Mecânico, e em poucas linhas é dificil descrever os últimos acontecimentos. No último dia 20 de março, nasceu João Vitor, my baby. Hoje com 2 meses e 16 dias.