música e imagens: Dead Can Dance

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Todas a música tem uma imagem... Algumas músicas tem muito mais imagens, além de sons... Algumas tem até cheiro... Sim! A música nos remete as lembranças e traz consigo seus odores, flagrâncias... Imagens... Vestígios... Reflexos...

Ahhh! Minas Gerais e suas poesias

Era para ser uma visita breve pelo interior de Minas Gerais, mas resolvi dar um pulo em BH para aproveitar o feriadão de carnaval. Aí fui dar um role de busão a R$ 2,30 a passagem e, para minha surpresa me deparei com algo bem inusitado. Nos ônibus de BH em todos os bancos estão penduradas poesias. Isso mesmo! Poesias. Elas estão disponíveis a todos os passageiros e estão presas a um elástico. Idéia fantástica que deveria ser copiada.


Sou sempre corrigido pelas máquinas ETs

Sabe! Todo mundo já levou bronca do pai, da mãe, do irmão, do vizinho, do professor, do tio, do supervisor, do chefe... Ufa! São tantas broncas que já levamos que já perdemos até a conta. Para alguns isso é normal, para outros é um absurdo e vê o caso como o “fim do mundo” e coisa e tal.

Mas ultimamente devo confessar que sou o mestre de ser corrigido em tudo que eu faço e o pior, é quem está me chamando atenção, pois não faz parte desse grupo de pessoas que citei, mas sim de ETs. Sim, sim, mas não são seres de outros planetas não! São elas: as máquinas.

Assim como no filme o Exterminador do Futuro, as máquinas estão me dominando e me corrigindo toda hora e me dando broncas. Ontem à tarde enfiei meu cartão na guela do banco 24 horas e ele me cuspiu de volta. Enfiei o danado de volta, e ele cuspiu o cartão novamente e ainda soou uma espécie de campanhia... Na tela a mensagem: “cartão inválido”. A danada da máquina até que é educada, pois logo em seguida me disse em letras cinzas na tela: “Favor inserir um cartão válido”. Só então percebi que realmente estava com o cartão de outro banco.

Na sequência dos botões, cada aperto de um número, tem um som especifico, um verdadeiro “gênius”. A apertar um botão errado, a máquina literalmente “berrou”, fez um som bem alto, tipo me dizendo: “o idiota! Não é este botão”. Enfim, no final deu tudo certo. Mas ela, a máquina me esculachou de verdade. Saí da cabine assim, meio disfarçando e sem graça, pois o próximo a usar a tal máquina já confabulava uma conspiração da minha santa ignorância com a fila toda.

Então chego em casa e ligo a televisão. Depois pego o outro controle e ligo a TV a cabo. Depois pego o outro controle e ligo as caixas acústicas. Depois tento escolher um canal. Mas não está na maldita TV a cabo. Então procuro o outro controle da televisão que a estas alturas já não sei mais onde coloquei. Acho o maldito, esqueço sempre de como devo manter a TV, para que o canal do cabo funcione. Consigo. Com apenas um controle nas mãos, fico a zapear... Enfim, vejo uma programação legal. Aperto o botão. E, levo uma bronca novamente. “Canal não autorizado”. Que merda! Mudo novamente e: “Canal não autorizado”. Aí lembro. Pacote básico. Levo bronca até da televisão!

Fui entrar no carro, o carro apita, me avisando que não a fechei corretamente; vou jogar vídeo game, e sempre uma mensagem estúpida me diz que teclei um botão errado; passo por um posto de gasolina e penso: ah! Tem gasolina pra caramba! Uma quadra adiante ascende o painel e diz que o tanque está na reserva e retorno são cinco quadras adiante com pelo menos 8 semáforos.

Sem falar do computador, que me corrige a todo o momento. Somente neste texto idiota, veio um clipe estúpido andando de bicicleta me chamando a atenção umas 10 vezes. Tanto que tive que deletar o maldito.

O pinto e a garrafa

Certo dia resolvi limpar um porão que existe em casa. Olhei para uma estante cheia de bugigangas e comecei a limpeza. De repente achei um caderno especial da morte de Jânio Quadros, quando era estudante não sei de que série; encartes dos ingressos do Rock in Rio II e da Legião Urbana, shows de rock e o mais curioso foi um livro velho “Para Gostar de Ler – Volume I”, que contém crônicas de Carlos Drumond de Andrade, Fernando Sabino, entre outros.

Comecei a ler alguns contos, como “O Pintinho” de Carlos Drummond, a história narra a celebração de um aniversário, no qual a decoração eram pintinhos sobre a mesa. Subitamente ouvi um barulho na rua, era o carro do garrafeiro, o cara dentro do veículo gritava com um alto falante: “Troco garrafas e panelas velhas por pintinhos”. Não acreditei na coincidência e fui até a rua, juntamente com a euforia das crianças, que desfalcavam a cozinha das mães em troca dos bichinhos. Quando cheguei no local, vi uma caixa lotada de pintinhos coloridos, eram verde, azul e amarelo. A meninada voltava para a casa com as aves piando nos braços.

Segui o filho do meu vizinho e eis que o bichinho estava sob tinta verde em cima do sofá e a criança tentava alimentá-lo com migalhas de pão. Vi que Drummond estava certo quando narrou em seu conto: “não virou galo, nem caiu na panela. No fim de três dias, piando e sentindo frio, o pinto morreu”. Voltei para casa e liguei a TV, e o noticiário dizia que o nosso presidente Lula quer fazer com que o Brasil, seja campeão em exportações na área da agricultura, de carne e de frango. Frango! Pensei: “olha o penoso aí novamente!”. O presidente estará certo, desde que os pintos cresçam, não sejam coloridos, nem trocados por garrafas ou virem enfeites de mesa, mas que sejam a razão de estarem à mesa para serem comidos.