O que eu não gostava no passado, hoje gosto e o que eu
gostava hoje não gosto. Nossos gostos são tão estranhos, assim como as nossas escolhas,
do que gostar ou não. Quando criança por algum fato ou evento qualquer,
decidimos gostar de algo, pelos nossos sentidos, e com o passar do tempo vamos
mudando de ideia, experimentando as sensações que antes não gostávamos.
O mais estranho disto tudo é o desgostar, não é o “não
gostar”. Isto pode acontecer por vários motivos e razões, pode ser desde algo
comestível, até mesmo um estilo musical, um local que frequentava, ou até mesmo
algo mais sério como um trabalho, emprego ou até mesmo uma pessoa.
A cantora Adriana Calcanhoto em sua música “Senhas”, diz: “O
que eu não gosto é do bom gosto; eu não gosto de bom senso; eu não gosto dos
bons modos; não gosto”. Em sua música ela não diz o que gosta, apenas o que “não
gosta”, o resto ela “atura”. E esta, é um verbo interessante “aturar”. Isto não
quer dizer que gostamos de algo, apenas “aguentamos”, ou seja, sobrevivemos com
aquilo que não gostamos, mas não há aqui o “desgosto” em si.
Mas para fechar este pequeno texto, quanto mais experiente
ficamos, mas decepcionado com certas situações ficamos. Daí vem o termo “desgostoso”.
O que antes era bom, hoje já não é mais, assim como o futebol, a música, a
política, a economia do país, a política educacional... O mais triste é quando
ficamos desgostosos com pessoas, por conta de desvio de caráter.