Nova interpretação de Camões

O vestibular da Universidade da Bahia cobrou dos candidatos à interpretação do seguinte trecho do poema de Camões:

“Amor é fogo que arde sem se ver,
É ferida que dói e não se sente,
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer."


Uma vestibulanda de 16 anos deu a seguinte interpretação:

“Ah! Camões; se vivesses hoje em dia, tomavas uns antipiréticos, uns quantos analgésicos e Prozac para a depressão.
Compravas um computador, consultavas a Internet e descobririas que essas dores que sentias, esses calores que te abrasavam, essas mudanças de humor repentinas, esses desatinos sem nexo, não eram feridas de amor, mas somente falta de sexo!"
Ganhou nota dez. Foi a primeira vez que, ao longo de mais de 500 anos, alguém desconfiou que o problema de Camões era falta de alguma outra coisa...


2 comentários:

Anônimo disse...

Rídiculo isso.
Tudo bem que eu sou contra o tradicionalismo na correção de redações e discursivas.
Mas isso é demais.
E que poesia HORRÌVEL é essa que ela fez; não chamaria de poesia uma série de orações escritas uma em cada linha.
A "poesia" foi uma estratégia muito esperta que ela usou para escrever o que ela queria de qualquer jeito.
Se utilizando de uma suposta liberdade poética, a menina escreve completamente descomprometida com a norma padrão: "Camões, se vivesses hoje em dia/.../Consultavas a Internet/..."
E não falo isso nem por descritivismo gramatical, mas porque prejudicou a coerência do texto e deixou o sentido ambíguo; você fica na dúvida se Camões é o vocativo e o verbo está (inadequadamente) na segunda pessoa com sujeito oculto "tu" (Camões, se [tu] vivesses hoje em dia/ Tomavas...), ou se Camões é o sujeito pleonástico e o verbo está na terceira pessoa (Camões, se [ele] vivesse hoje em dia/ Tomava...)
(Isso para não mencionar o tempo verbal que está incorreto, pois o certo seria: Tomarias, Comprarias, Consultarias, já que a oração é condicional.)
Além disso, por ser mascarado em forma de poesia, o texto está desconexo e faltando coesão em algumas partes.
E acima de tudo, é uma opnião sarcástica; mas como é a opinião dela eu não discordo; só afirmo que:
Ela não interpretou o poema dentro de seu siginificado, da mensagem que ele quer passar e desconsiderou o contexto histórico em que ele foi escrito, usando, para isso, uma condicional, uma possibilidade, um "se". A questão é: nem Camões vive hoje em dia, nem esse poema foi escrito semana passada. Por isso se pede a interpretação. E não uma opnião infundada baseada na intimidade do escritor.
Podia não ser nota mínima,
Mas não merecia dez DE MANEIRA ALGUMA.
¬¬

Anônimo disse...

Rídiculo isso.
Tudo bem que eu sou contra o tradicionalismo na correção de redações e discursivas.
Mas isso é demais.
E que poesia HORRÌVEL é essa que ela fez; não chamaria de poesia uma série de orações escritas uma em cada linha.
A "poesia" foi uma estratégia muito esperta que ela usou para escrever o que ela queria de qualquer jeito.
Se utilizando de uma suposta liberdade poética, a menina escreve completamente descomprometida com a norma padrão: "Camões, se vivesses hoje em dia/.../Consultavas a Internet/..."
E não falo isso nem por descritivismo gramatical, mas porque prejudicou a coerência do texto e deixou o sentido ambíguo; você fica na dúvida se Camões é o vocativo e o verbo está (inadequadamente) na segunda pessoa com sujeito oculto "tu" (Camões, se [tu] vivesses hoje em dia/ Tomavas...), ou se Camões é o sujeito pleonástico e o verbo está na terceira pessoa (Camões, se [ele] vivesse hoje em dia/ Tomava...)
(Isso para não mencionar o tempo verbal que está incorreto, pois o certo seria: Tomarias, Comprarias, Consultarias, já que a oração é condicional.)
Além disso, por ser mascarado em forma de poesia, o texto está desconexo e faltando coesão em algumas partes.
E acima de tudo, é uma opnião sarcástica; mas como é a opinião dela eu não discordo; só afirmo que:
Ela não interpretou o poema dentro de seu siginificado, da mensagem que ele quer passar e desconsiderou o contexto histórico em que ele foi escrito, usando, para isso, uma condicional, uma possibilidade, um "se". A questão é: nem Camões vive hoje em dia, nem esse poema foi escrito semana passada. Por isso se pede a interpretação. E não uma opnião infundada baseada na intimidade do escritor.
Podia não ser nota mínima,
Mas não merecia dez DE MANEIRA ALGUMA.
¬¬