É por isso que não podemos “ir” sem direção, mas na direção de nossos sonhos para que não possamos cair.
Lucia
era uma menina de 50 e poucos anos. Quando adolescente, ela era uma das mais
belas e desejadas pelos garotos do bairro; da escola e das festinhas que
frequentava. Aprendeu a fumar muito cedo e teve vários namorados, alguns foram
breves e outros duradouros.
Conhecia
a Lucia desde quando era pequeno, bem criancinha. Sempre a via tomando algumas
doses de hi-fi ou pinga com groselha, coisa dos jovens dos anos 70 e 80. Quando
a conheci no bairro, ela já não era tão bela, apenas simpática com seu sorriso
com poucos dentes. A família da Lucia é uma das mais antigas da região e todos se
comoviam quando encontravam Lucia na calçada com umas doses a mais na cabeça,
chamavam seus irmãos imediatamente para socorrê-la.
Uma
vez, na entrada de um Ano Novo, lembro-me da Lucia brigando com um dos seus
namorados, ela pegou uma esponja bem grande que estava jogada em um canto da
calçada e começou a “bater” no seu “amor” com a esponja, que estava toda suja,
e o rapaz, corria gritando: “ai, ai, ai...” Toda a molecada começou a rir
daquela cena hilária.