Dia do índio, dia do “outro”

Pelo que sei, a etnia brasileira é formada pelo índio, branco e o negro, porém o índio é sempre o “outro”. O povo brasileiro não insere o índio no contexto social, pois ele está sempre à margem.
O índio é tanto um “outro” que existem leis específicas para ele, ou seja, regras próprias, como demarcação de terras, etc. Não que isso seja errado, pelo contrário, sabemos que por “direito” a terra é deles, mas a visão que temos do índio nos faz parecer que ele não faz parte da nossa etnia, pois a visão que é passada é como se fosse um “patrimônio” brasileiro.
Renato Russo soube exemplificar isso na música “Que país é esse”, quando diz: “quando vendermos todas as almas dos nossos índios no leilão. Que país é esse?”.
Acredito que a visão do índio que o povo brasileiro ainda tem é do herói, é a imagem de Peri ou de Iracema, ambos os personagens de José de Alencar. E estes heróis permanecem vivos, são os “outros”.
Enquanto isso, os índios “reais”, são massacrados por fazendeiros que desconhecem os Peris ou as Iracemas, pois conhecem apenas a “terra”. Por isso, o dia 19 abril, dia do índio é apenas um outro dia.

A Folha e a "ditabranda"...

Quem diria, o jornal Folha de São Paulo, considerado de "vanguarda", de "intelectuais" e até mesmo considerada no passado como um jornal de "esquerda", mostrou sua cara no editorial de 17 de fevereiro, quando chamou a ditadura de "ditabranda".
O fato repercurtiu de forma tão negativa, que o jornal da Record, lá do bispo Macedo, estão produzindo um material jornalístico sobre o papel da Folha de São Paulo no período militar. Uma das reportagens traz uma manchete da Folha com um político assassinado. Mas o mais incrível é que esta pessoa foi assassinada dias depois da reportagem.

Entenda o caso

Em editorial publicado em 17 de fevereiro, no qual o jornal comentava a vitória de Hugo Chávez em referendo que deu ao presidente venezuelano o direito de candidatar-se à reeleição quantas vezes quiser, o jornal classificou o regime militar instaurado no Brasil como "ditabranda", se comparado a ditaduras de outros países da América Latina.

O texto rendeu uma série de comentários e reações por parte dos leitores da Folha. Segundo informa o jornal, foram publicadas 21 cartas sobre o tema no "Painel do Leitor", sendo 18 contrárias ao diário. Entre elas, as cartas enviadas pelos professores Maria Victoria Benevides e Fábio Konder Comparato foram respondidas com rispidez, outro fato causador de polêmica.

O descontentamento de parte dos leitores culminou no protesto realizado em frente ao jornal, com a presença de familiares de vítimas da ditadura, sindicalistas e estudantes. O ato foi organizado pelo Movimento dos Sem-Mídia.

E o alagamento da Volks?

No último dia 17 de março houve uma tremenda chuva no estado de São Paulo, o que ocasionou várias enchentes e inundações. A fabrica da Ford com seus carros alagados ganharam destaque na mídia. Porém, bem próximo dali, outro pátio foi inundado e talvez com prejuízos ainda maiores, porém nada foi noticiado. Por que nenhuma emissora de televisão, de rádio ou jornais noticiaram o fato?

Vejam as fotos



A história das coisas

A história das coisas...

A impunidade do ministro do Esporte e dos cartolas do futebol

O cadastro do torcedor que está sendo promovido pelo ministro do Esporte Orlando Silva é completamente inviável, anticonstitucional e ridícula. Dizer que este “cadastro” será capaz de inibir a violência nos estádios é tremenda balela, para não dizer: mentira.
Os fatos marcantes foram os confrontos entre São Paulo e Corinthians e Corinthians e Santos. Nestes dois jogos foram entregues menos de 10% de ingressos para a torcida visitante. E, estes poucos ingressos foram direcionados para as uniformizadas. Em resumo: o torcedor comum não pode ir mais aos estádios, pois não tem mais ingressos. Os poucos bilhetes são entregues as uniformizadas que em minoria, ficam ainda no pior local do estádio, que fere a regra do Código de Defesa do Consumidor.
Não importa se querem copiar o futebol europeu, pois estamos no Brasil, temos que adaptar o futebol aos moldes brasileiros e melhorá-los. A partir do princípio constitucional, todos têm o direito de ir e vir... Qualquer pessoa tem o direito de ficar onde quiser no estádio. Cabe a organização reservar um local para ele.
No jogo Corinthians e São Paulo, o tumulto aconteceu na torcida do Corinthians, pois estavam acuados. No clássico Corinthians e Santos, o tumulto foi no lado santista, porque também estavam acuados. E assim será. Todos os visitantes terão problemas, pois além de estarem “acuados”, estão sendo hostilizados e a vigiados pela polícia, pois nessa situação ele passa a ser o “outro”, como se fosse o invasor ou o intruso, pois aquele local não lhe pertence. Esta é a filosofia que está sendo pregada pelos cartolas.
E o ministro... Nosso querido ministro depois de fazer estágio na UNE, com suas carteirinhas de estudante, agora se profissionalizou, com a criação do cadastro do torcedor. Isso quer dizer, que se eu não poderei levar minha mãe ao estádio, porque ela não tem cadastro. Para ele isso acaba com a violência.
Parece que todos os brasileiros estão ao “deus dará”, como se nós não possuíssemos identidade, CPF, Certificado de reservista, Titulo de Eleitor, Carteira de Habilitação... Parece que não possuímos nenhum documento, pois é preciso que todos que vão aos estádios tenham um cadastro. Sim... Este cadastro será infalível, será a primeira medida contra o crime. Que a polícia faça o mesmo nas ruas, nos bancos... Pois a legislação que pune não serve... Temos que ter um cadastro.
Fazer o quê? O jeito é assistir aos jogos pela televisão. Epa... Isso se não inventarem um cadastro dos telespectadores... Não tem jeito, afinal seria apenas mais cadastro!

Pet Shop Boys homenageia brasileiro morto

A dupla inglesa Pet Shop Boys faz uma homenagem ao brasileiro morto pela polícia Jean Charles de Menezes em sue novo single “We’re all Criminals Now” (Somos todos criminosos agora). O brasileiro foi morto ao ser confundido pela polícia . A música relata o incidente ocorrido em julho de 2005.

listening com Keane

Everybody's Changing
Keane


You say you wander your own land
But when I think about it
I don't see how you can

You're aching, you're breaking
And I can see the pain in your eyes
Says, everybody's changing
And I don't know why

CHORUS:
So little time, try to understand I am
That I'm trying to make a move just to stay in the game
I try to stay awake and remember my name
But everybody's changing and I don't feel the same

You're gone from here
Soon you will disappear
Fading into beautiful light'Cause everybody's changing
And I don't feel right

CHORUS TWICE:
So little time, try to understand I am
That I'm trying to make a move just to stay in the game
I try to stay awake and remember my name
But everybody's changing and I don't feel the same

Literatura de Cordel: A excomunhão da vítima

História enviada pela Elizabete de Letras da FAD

Nossa literatura de cordel é realmente interessante.

A EXCOMUNHÃO DA VÍTIMA

Miguezim de Princesa

I
Peço à musa do improviso
Que me dê inspiração,
Ciência e sabedoria,
Inteligência e razão,
Peço que Deus que me proteja
Para falar de uma igreja
Que comete aberração.

II
Pelas fogueiras que arderam
No tempo da Inquisição,
Pelas mulheres queimadas
Sem apelo ou compaixão,
Pensava que o Vaticano
Tinha mudado de plano,
Abolido a excomunhão.
Mas o bispo Dom Jo sé,
Um homem conservador,
Tratou com impiedade
A vítima de um estuprador,
Massacrada e abusada,
Sofrida e violentada,
Sem futuro e sem amor.

IV
Depois que houve o estupro,
A menina engravidou.
Ela só tem nove anos,
A Justiça autorizou
Que a criança abortasse
Antes que a vida brotasse
Um fruto do desamor.

V
O aborto, já previsto
Na nossa legislação,
Teve o apoio declarado
Do ministro Temporão,
Que é médico bom e zeloso,
E mostrou ser corajoso
Ao enfrentar a questão.

VI
Além de excomungar
O ministro Temporão,
Dom José excomungou
Da menina, sem razão,
A mãe, a vó e a tia
E se brincar puniria
Até a quarta geração.

& gt; VII
É esquisito que a igreja,
Que tanto prega o perdão,
Resolva excomungar médicos
Que cumpriram sua missão
E num beco sem saída
Livraram uma pobre vida
Do fel da desilusão.

VIII
Mas o mundo está virado
E cheio de desatinos:
Missa virou presepada,
Tem dança até do pepino,
Padre que usa bermuda,
Deixando mulher buchuda
E bolindo com os meninos.

IX
Milhões morrendo de Aids:
É grande a devastação,
Mas a igreja acha bom
Furunfar sem proteção
E o padre prega na missa
Que camisinha na lingüiça
É uma coisa do Cão.

X
E esta quem me contou
Foi Lima do Camarão:
Dom José excomungou
A equipe de plantão,
A família da menina
E o minist ro Temporão,
Mas para o estuprador,
Que por certo perdoou,
O arcebispo reservou
A vaga de sacristão.

A TV, os dinossauros e a memória afetiva

Assistir televisão em canal aberto é uma tarefa árdua, pois a programação está cada vez mais velha. Velha não! Pré-histórica! Silvio Santos, Hebe, Xuxa, Raul Gil, Faustão... São apenas alguns nomes.
Essas velharadas na televisão chamou a atenção da professora Maria Thereza Fraga Rocco, especialista do Núcleo de teledramaturgia da USP. Ela explica que a sobrevivência dessas atrações se deve a um fenômeno: memória afetiva.
Segundo ela, o carisma e os jargões dessas pessoas os transformam em “familiares”.