Histórias de João Vitor
Em um domingo, invadiu o quarto da tia, desarrumou a cama e ficou procurando a tia Helena que já não está mais conosco. Depois abriu o guarda-roupa e encontrou um chapéu.
As guitarras indies – Onde estão?
Uma série de bandas nos anos 90 conquistaram
o posto de “cult” pela cultura “indie”, contestada até hoje como estilo
musical. É claro, que, como “independente” elas não tinham nada, sendo a
maioria bancada por grandes gravadoras, mas o nome pegou após o sucesso dos
Smiths lá no início dos anos 80 e chegou ao ápice com Oasis. Entre Smiths e
Oasis existe um leque de centenas de bandas que fizeram sucesso com um ou dois
hits e já foram suficientes para se tornarem clássicos.
Estes dias, limpando discos e
arrumando alguns cds antigos, encontrei alguns cds que foram baixados ainda nos
anos 90 pelo site revolucionário Napster. Encontrei bandas como Chapterhouse e
sua clássica Pearl, Ride com Vapour Trail e Twisterella, Better Than Ezra, Curve,
Lush, L7, Throwing Muses, Belly, Lemonheads, entre outras.
Todas eram musiquinhas bem pop
com ar bem alternativo porque não tocava nas rádios. Algumas só ganhavam o dial
das rádios após passarem na MTV (quando ela ainda passava vídeos clips). Mas
havia algo de interessante no ar com estas músicas, pois elas representaram parte
de uma cena alternativa nas casas noturnas.
Muitas destas bandas, eram
tocadas por Djs do Madame Satã, Espaço Retrô, no Matrix, Outs, entre outras
casas alternativas. Por mais que estas músicas fossem pop, elas trazem ainda,
uma cara alternativa, pelo estilo e também pelas referências.
Atualmente, a tal cena “indie” não
tem mais a mesma cara, tem muitas bandas interessantes, mas, ao ouvi-las não é mais a mesma coisa, está
mais “poser”do que musical.
Nikki McCray and Jurassic Park e a Seleção Americana de Basquete
Seleção Americana de basquete sagrou-se campeã da Copa América sobre o Brasil |
Eu tenho uma história a ser
contada que poucas pessoas acreditam, mas tenho orgulho de contá-la, pois foi
uma grande aventura. Em 1993 estava sendo disputado em São Paulo, a Copa América
de Basquete Feminino, no Ginásio do Ibirapuera. Naquela época. Eu era estudante
de jornalismo e estava no Centro de São Paulo a procura de um estágio.
Depois de fazer uma entrevista em
uma empresa, passei em frente ao Cine Ipiranga e era a estreia no Brasil do
filme Jurassic Park. Em frente ao cinema tinha uma barraquinha de doces e parei
para comprar chocolate e de repente apareceram duas meninas falando inglês ao
meu lado. Pensei que fossem brasileiras, pois, ali bem perto, tinha uma escola
de inglês onde eu estudava. Quando vi o vendedor entregando o troco para as duas
garotas, percebi realmente, que elas não estavam entendendo absolutamente nada,
então eu disse a elas em Inglês: “Preste atenção em seu troco”. Elas me olharam
assustadas e apenas sorriram para mim.
Entrei no cinema e fiquei bem na
frente. Todas as luzes da sala estavam acessas e de repente escuto um barulho
enorme de várias pessoas chegando ao mesmo tempo e se aglomeraram no fundo da
sala.
De repente as duas garotas
começaram a fazer várias brincadeiras com as meninas do fundo da sala enquanto
as luzes estavam acessas e ao passarem por mim em frente ao meu banco, me
reconheceram e perguntaram se eu estava sozinho. Disse que sim. Uma delas pegou
na minha mão perguntou o meu nome e me disse. “Levanta e vem com a gente”, até
então não sabia quem eram estas garotas. Ao chegarmos lá no fundo da sala, um
monte de meninas ficou em silêncio ao me ver de mãos dadas com as duas garotas
e elas, me apresentaram desta forma: “Meninas, este é o Sérgio. Sérgio, este é
o time norte americano de basquete”.
Eu fiquei sem palavras e estático
como uma estátua. Então as garotas se apresentaram, eram Nikki McCray e R.
Bolton. Na época meu inglês era horrível, pois estava estudando. Elas me
informaram que estavam disputando a Copa América e iriam jogar no dia seguinte.
Neste instante fui convidado a assistir Jurassic Park com elas. Não sabia o que
falar. Estava no meio do melhor time feminino do mundo. Pelas brincadeiras das
meninas, percebia a amizade e o entrosamento de todos, inclusive da técnica
Tara Vandeveer.
No final, nos despedimos e
prometi que veria todos os jogos. E assim eu fiz. No dia seguinte jogou Estados
Unidos x Canadá, estava vazio e eu estava na Arquibancada e Nikki da quadra me
viu a acenou.
No outro dia, era o jogo contra o
Brasil, o ginásio estava lotado, e nunca mais tive contato com a atleta, que
sagrou-se campeã da Copa América sobre o Brasil. No último jogo, gravei um
tape, com várias músicas brasileiras e consegui vê-la apenas por um segundo
entrando no ônibus e consegui dar o tape de presente. Ela pegou, sorriu e
apenas disse obrigada. Nunca soube se ela ouviu a fita, e se gostou ou não.
Fiquei sabendo da luta de Nikki McCray
contra o câncer e me lembrei desta história e sei que ela é uma vencedora e esta vitória será a sua maior medalha de
ouro.
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