Fotos de Elliot Erwitt

O excelente fotógrafo Elliot Erwitt, que teve o privilégio de fotografar a Monroe...

Fotógrafo flagra cachorro de madame e junto aos pés de sua dona

Lô Borges - Chuva na Montanha

Totonha

Marcelino Freire

Capim sabe ler? Escrever? Já viu cachorro letrado, científico? Já viu juízo de valor? Em quê? Não quero aprender, dispenso.

Deixa pra gente que é moço. Gente que tem ainda vontade de doutorar. De falar bonito. De salvar vida de pobre. O pobre só precisa ser pobre. E mais nada precisa. Deixa eu, aqui no meu canto. Na boca do fogão é que fico. Tô bem. Já viu fogo ir atrás de sílaba?

O governo me dê o dinheiro da feira. O dente o presidente. E o vale-doce e o vale-lingüiça. Quero ser bem ignorante. Aprender com o vento, ta me entendendo? Demente como um mosquito. Na bosta ali, da cabrita. Que ninguém respeita mais a bosta do que eu. A química.

Tem coisa mais bonita? A geografia do rio mesmo seco, mesmo esculhambado? O risco da poeira? O pó da água? Hein? O que eu vou fazer com essa cartilha? Número?

Só para o prefeito dizer que valeu a pena o esforço? Tem esforço mais esforço que o meu esforço? Todo dia, há tanto tempo, nesse esquecimento. Acordando com o sol. Tem melhor bê-á-bá? Assoletrar se a chuva vem? Se não vem?

Morrer, já sei. Comer, também. De vez em quando, ir atrás de preá, caruá. Roer osso de tatu. Adivinhar quando a coceira é só uma coceira, não uma doença. Tenha santa paciência!

Será que eu preciso mesmo garranchear meu nome? Desenhar só pra mocinha aí ficar contente? Dona professora, que valia tem o meu nome numa folha de papel, me diga honestamente. Coisa mais sem vida é um nome assim, sem gente. Quem está atrás do nome não conta?

No papel, sou menos ninguém do que aqui, no Vale do Jequitinhonha. Pelo menos aqui todo mundo me conhece. Grita, apelida. Vem me chamar de Totonha. Quase não mudo de roupa, quase não mudo de lugar. Sou sempre a mesma pessoa. Que voa.

Para mim, a melhor sabedoria é olhar na cara da pessoa. No focinho de quem for. Não tenho medo de linguagem superior. Deus que me ensinou. Só quero que me deixem sozinha. Eu e minha língua, sim, que só passarinho entende, entende?

Não preciso ler, moça. A mocinha que aprenda. O doutor. O presidente é que precisa saber o que assinou. Eu é que não vou baixar minha cabeça para escrever.
Ah, não vou.

In Contos Negreiros, pp79-81.Record, 2005

O gafanhoto é meu amigo!


Na Bíblia, quando se fala de gafanhotos, sempre é demonstrado como uma praga assoladora, devastadora. O profeta Joel escreveu uma obra prima poética, falando sobre a devastadora praga de gafanhotos que havia assolado a Palestina.


No capítulo 1 ele salienta a destruição causada pelos gafanhotos à agricultura, porém, no capítulo 2, Joel dá mais atenção ao próprio gafanhoto, isto é, mostrando como eles são e a maneira como agem. Em êxodo 10, 12 também trata do inseto: “O Senhor disse a Moisés: “Estende tua mão sobre o Egito para que venham gafanhotos sobre ele, e invadam o Egito, e devorem toda a erva da terra, tudo o que o granizo deixou.” Porém em Levítico 11, 22 o gafanhoto já é alimento: “Eis, pois, os que podereis comer: toda espécie de gafanhotos, assim como as variedades de solam, de hargol e de hagab.”


Ah! Mas, eis que um dia vejo um gafanhoto no parabrisa do carro. Não era alimento e também não era nenhuma praga, era simplesmente um simples animal. Não se tratava do gafanhoto, migrador, destruídor ou o devorador, como diz à Bíblia, mas sim, um simples inseto com suas peculiaridades.


Andei cerca de 13 quilômetros e o bicho permaneceu firme do lado de fora, mesmo quando atingia a velocidade de 100 quilômetros por hora. E quando parava nos faróis, eis que o bichinho parava, abria suas asas, esticava suas patinhas e começava a lambê-las... “Que bichinho limpinho”, pensei.


E foi assim, durante 45 minutos meu companheiro foi ele: o gafanhoto. Quando estacionei o carro em casa, o danado percebeu e esticou suas asas tipo se despedindo e fez um vôo rasante para o céu e se foi. Pois é... Meu amigo gafanhoto!

Feliz aniversário para mim e viva as Casas Bahia!

Viva! Completei mais um ano de vida! Fiz aniversário! Porém, não falei nada para ninguém, não marquei nenhuma festa e, nem ao menos comemorações específicas em bares, restaurantes, etc. Nada!

Entretanto, adepto aos novos gêneros da escrita e dos meios de comunicação, fui “caguetado” pela internet, mais precisamente pelo Orkut. O tal “programa” avisa a minha “rede de amigos” que estou aniversariando. Resultado: várias congratulações.


Porém, telefonemas foram apenas... 2. Agora o que mais me surpreendeu foram as correspondências. Recebi cerca de 26 cartas... Sim, em plena era da internet recebi 26 correspondências palpáveis e algumas com carimbo dos correios e algumas até tinham selo.
E, todas elas eram direcionadas a mim me felicitando, parabenizando, homenageando... A primeira carta recebo uma semana antes, era do banco, depois do cartão de crédito, em seguida da farmácia (isso mesmo! Da Farmácia), depois do deputado... (Ih! Esqueci o nome). Recebi duas cartas da igreja, me parabenizando e também me convidando a dizimar... O clube onde freqüento também me parabenizou, assim como a Rede Drogão, Lojas Americanas, Bradesco, Banco Santander, Nossa Caixa, Pizza Hut, Morrison Bar, Elefante (???? Não descobri ainda o que é)... E, finalmente das Casas Bahia.


Sim gostei da Casas Bahia, foi curto e direto. “Obrigado por ser nosso cliente. Estamos a sua disposição sempre que for necessário”. E, logo abaixo: “Tenha um feliz aniversário”.
Pois é... Descobri que meus amigos são “corporativos” e, estão sempre a minha disposição em todos os momentos da minha vida. Desde a hora em que preciso de grana ou consumir qualquer coisa, até um pedaço de pizza, assim como ir para uma balada de rock. Então... Um feliz aniversário e viva as Casas Bahia!

A essência da música é universal

A música tem uma linguagem universal e não tem nacionalidade. A música é mais que um movimento cultural, faz parte de uma linguagem com regras próprias. Cada um deve ter a liberdade de poder escolher o estilo de música com a qual se identifica melhor, pois ela é capaz de falar ao coração, seja ela americana, italiana, brasileira, etc.
Acontece que existe a “cultura pop” dominado pela maioria dos artistas da língua inglesa, capaz de ditar o estilo de música que devemos ouvir no mundo inteiro. Ela faz parte do dia a dia de todos os seres humanos do globo terrestre. Podemos definir e distinguir o que é bom ou não.
Então acontece alguns fenômenos em países de outras línguas, desde os países do primeiro mundo, como dos subdesenvolvidos, pois ficam a procura de uma música nacional. É claro que ela existe. A “cultura pop” não apaga os movimentos culturais e sociais, que são responsáveis pelo surgimento da música em um determinado local.
A música brasileira é riquíssima com os seus estilos múltiplos e peculiar em cada região do país. O interessante é quando esta riqueza se mistura com a cultura pop, viabilizando a popularidade da música.
A cultura pop, por mais que seja considerada “dominante” há muita coisa boa, pois já faz parte também direta ou indiretamente da nossa cultura. Tentar limitar o “estrangeirismo” é recuar, dar volta para trás no desenvolvimento de nossa própria cultura que é miscigenada.
Quando os holandeses vieram ao Brasil, não foi uma “invasão”, foi uma tentativa de “colonização” (Recife é o exemplo) e, por motivos religiosos foram expulsos, já que acontecia a Reforma Protestante na Europa.
A evolução da língua, assim como da música, acontece de acordo com os movimentos sociais, portanto devemos apenas tentar observar a qualidade da música que é tocada no país, pois todas elas cantadas em português ou não, tem a essência da cultura brasileira.

Globo x Record: Qual o papel da mídia?

Estamos assistindo mais uma novela entre as guerras das emissoras. Há quase 10 anos a maior rival da Rede Globo é a TV do Bispo Macedo, que há tempos desbancou o Silvio Santos. Esta é a terceira vez que, declaradamente as duas emissoras se degladiam. A primeira vez, foi o “episódio da santa”, onde um pastor desrespeitou uma “imagem santa”, quando deu alguns chutes. O episódio gerou comoção nacional.
A segunda vez, foi por uso indevido do dízimo, mesma razão das acusações atuais. As reportagens mostram, de parte a parte, que muito precisa ser mudado. Conforme a denúncia do promotor Roberto Porto, a Iurd usa dinheiro dos fiéis - isento de tributos - para fortalecer a Record. A acusação envolve lavagem de dinheiro no exterior e formação de quadrilha, fatos gravíssimos. A receita anual em dízimos seria de R$ 1,4 bilhão por ano, que seriam em parte desviados para a Record e para fins particulares.
Mas a Record contra-atacou com várias denúncias no domingo, a começar pelo fato de que o promotor do caso teria beneficiado a Globo há alguns anos, ao ceder gravação feita com Fernandinho Beira-Mar, dentro de um presídio. A Record cita que Porto mantinha relação estável com a juíza titular da vara onde foi aceita a denúncia, Patrícia Cruz, embora a decisão tenha sido dada pela juíza-substituta. Isso pode invalidar o caso, no nascedouro. Além de mostrar Roberto Marinho como o mais influente colaborador civil do regime militar, a Record entrevistou o ex-ministro das Comunicações Euclides Quandt de Oliveira, que revelou que a Globo agiu ilegalmente para ampliar a rede própria de emissoras; foi citada a compra da TV Paulista, atual base da Globo em São Paulo, possivelmente feita com documentos falsos.
Diante destes embates podemos questionar: qual é o verdadeiro papel da mídia? Vemos que todas elas querem ter o poder. A informação, educação, prestação de serviço, está onde sempre esteve: em segundo plano.
E é neste momento de “crise”, que aparece um novo gênero que futuramente acabará com estes monopólios: a “web TV”, onde ferramentas como o youtube e os blogs podem revolucionar este sistema.
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