Cássia Eller no Gordo a Go-Go (entrevista)
Sem querer achei uma enrevista da Cássia Eller na net, sendo entrevistada pelo João Gordo completamente inesperiente, mas o incrível é que aconteceu uma simbiose entre os dois e o papo/entrevista saiu bem legal.
Olhos e pés
Sombras te acompanham na escuridão. Sozinho calcula o próximo passo. Alguém grita pelo seu nome em vão. Mente pesada, nervos de aço. Imagina então aquela música. A mensagem poderia lhe revigorar. Seus olhos então começam a ficarem abertos. Mesmo assim, seus passos eram incertos. Olhos abertos na escuridão, uma falsa sensação de segurança. Mas a música ditava o ritmo de seus passos. Caminho certo, caminho suave. Os pés seguiam os olhos... Seus olhos então começavam a ver. Seu caminho, seu ritmo, sua luz. Foi assim... Os olhos e os pés.
Neil Young - Harvest Moon
Certo dia, estava dirigindo por uma estrada à noite e estava muito longe de casa. O tempo estava frio, porém o céu e a lua brilhavam, quando percebi estas belezas, o rádio tocava esta música. Parei no acostamento... Estava em um morro, podia ver as luzes da cidade lá embaixo... Contemplava tudo... Abri a porta do carro, deixei o som sair só para sentir... Harvest Moon... Nunca mais esqueci esta canção.
Maria Bethânia - Tigresa
Uma pérola da MPB que não toca nas rádios. Não sei qual versão é a melhor: esta com Bethânia ou a da Gal Costa.
Atalhos e caminhos
Os atalhos talvez sejam
soluções rápidas para chegar ao local desejado bem mais rápido. Isso é possível
observar em nosso dia quando estamos no trânsito e impacientes que somos (há
exceções é claro) preferimos os atalhos para evitar transtornos. Tudo por conta
do tempo demorado se formos pela via principal.
Certa vez ouvi de uma
pessoa que “são nos atalhos” que acontecem os piores imprevistos. Para ilustrar
isso, o conto de fadas “Chapeuzinho Vermelho” dos irmãos Grims, diz que a
menina toda “inocente”, além de ter falado com estranhos, aceitou o conselho
deste desconhecido que a orientou a pegar um atalho até a casa de sua
vovozinha. Após pegar o atalho, conselho dado pelo mal feitor o lobo mau, todos
sabem o que aconteceu no final desta história.
Aquela pessoa que me
alertou sobre os perigos dos atalhos, afirmou categoricamente que: “Se atalho
fosse caminho, seria a via principal”. Esta formação tomou conta da minha mente
de tal forma, que esta frase me martela a mente toda a vez que vou pegar o tal
atalho. E isto fez com o atalho ganhasse um novo conceito em minha mente.
Quando estou no trânsito
e penso em pegar um atalho, penso e repenso duas vezes para evitar imprevistos.
Uma vez, tentei me direcionar por um atalho por meio do meu senso de direção e
acabei abandonando a via principal. Fui por ruas estreitas, escuras,
esburacadas e sem saída. Tive que retornar a via principal e ao invés de
ganhar, perdi muito tempo.
Os atalhos não são ruins
quando ele já elaborado para funcionar junto com a via principal. Por conta
disto, percebi que isto também vale em nosso dia a dia em nossas vidas, nas
decisões que temos que tomar diariamente, onde convivemos, seja na casa, na rua
ou no trabalho.
Pegar atalhos deve ser
uma aventura sábia. Temos que valorizar nossos passos de caminhos por onde
passamos.
Verdadeira comida de boteco I
Casa do Norte Vera Lúcia - 48 anos |
Falar sobre comida ou petiscos de boteco parece clichê, pois
há inúmeros livros que tratam do assunto e até concursos sobre as melhores
iguarias de botecos. Tudo furado. E a razão é simples, e é preciso de um pequeno
resgate histórico. Diferente dos “Salons” americanos, aqueles lá do “velho
oeste” que assistimos nos filmes onde o cara chega ao balcão é bebe uma dose de
“sei lá o quê”, no Brasil os Botecos, são oriundos de Portugal e vendiam
sacarias, como arroz, feijão, entre outros grãos tudo a granel, e é claro: a
cachaça.
Balcão original desde a inauguração da casa |
Com o passar do tempo, os botecos passaram serem chamados de mercearias, porém
os botecos já instalavam seus balcões para degustar a cachaça e os petiscos
oferecidos, como torresmo, ovo cozido... Este tipo de comércio se popularizou
nas periferias das grandes cidades, frequentar o balcão destes locais era
pejorativo.
Com o passar dos anos os “bares” invadiram os bairros nobres
e seus frequentadores ganharam status de boêmios. Para ficar ainda mais
requintados deram o diminutivo de “barzinho”. Nos grandes bairros esta
cultura se popularizou ainda mais, até chegar aos dias de hoje, pois vemos
restaurantes se rebaixarem a status de bar. É moda, é chique. Afinal todos se
divertem no bar, pois frequentar restaurante parece algo formal. E deciframos quando o restaurante está
disfarçado de bar/boteco pelo menu. Boteco não tem cardápio, comemos aquilo que
o dono oferece na estufa.
Concurso de melhores botecos é tudo furada. São restaurantes
disfarçados de bares e muitos não têm uma cultura boemia, de bar. Não que estes
locais não sejam bons, mas estão longe de ser um verdadeiro boteco.
Jabá com farinha e pimenta uma das especiarias |
Estes verdadeiros locais possuem frequentadores assíduos e é fácil reconhecê-los.
Estes dia estive em um, chama-se Casa do Norte Vera Lúcia. Fica na Avenida Cupecê
na zona sul de São Paulo, na altura do número 5 mil. O local tem 48 anos, é um
dos primeiros da região. A decoração ainda é a mesma, assim como o cardápio:
jabá, torresmo, carne de sol e arroz tropeiro. Vende também arroz, feijão e
milho a granel. O balcão e a a estante onde ficam as garrafas de cachaças
ainda são os mesmos. Os clientes também. Alguns frequentam o local há mais de
30 anos. Tem dias que a roda de pessoas que ficam ali só tem “cabeça branca”, como
diz o proprietário, pois os todos os clientes possuem cabelos brancos. E o
petisco principal é: jabá, servido com farinha e pimenta. Delícia.
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