The Messenger - Johnny Marr


Depois de anos acompanhando bandas inglesas e, de vez em quando, gravando um cd aqui e outro alí com pouca expressividade, o ex-guitarrita dos Smiths Johnny Marr lança talvez, o que seja, o seu melhor álbum em carreira solo pós-smiths. The Messenger mostra Johnny ocupando os vocais com mais segurança e não canta mais em falsete, como nos álbuns anteriores. 
Percebe-se logo na primeira faixa que há uma identidade própria, sem querer imitar os vocais das pops das bandas inglesas dos anos 90.
Ouvi duas faixas, "The Messenger" e "The right things right" e foram o suficiente para me convencer a adquirir o álbum inteiro.
Percebe-se um disco homogêneo, e com boas melodias... A quarta faixa "upstarts" é fantástica, um ritmo dançante com belos riffs bem estilosos, que é a sua principal característica desde os Smiths. As nuances do álbuns estão presentes em todas as 12 faixas do CD. 
A quinta faixa "Lockdown" é um arranjo simples, e a harmonia da música empolga logo nos 10 primeiros segundos da canção.
A sexta faixa leva o nome do álbum e o vídeo está disponível no youtube (http://youtu.be/d2W8aVDxeBY), é a música de trabalho do guitarrista que prova que amadureceu e produz um pop de qualidade.
O álbum passeia às vezes pelo folk, e sempre leva um ritmo contagiante. Enfim, é um álbum agradável, bem melhor que os últimos trabalhos do seu (ex)amigo de banda Morrissey. Quem sabe Marr não vem tocar um dia no Brasil em uma futura turnê para divulgar mais seu trabalho.

História de Baderna


Marietta Baderna nasceu na cidade italiana de Placência, em 1828. Ela herdou o sobrenome de seu pai, o médico e músico Antônio Baderna. Ainda adolescente, Marietta tornou-se uma bailarina muito conhecida na região em que vivia. No entanto, naquela época a Itália passava por vários conflitos internos, incluindo a luta pela unificação do país, o que fez com que Marietta e sua família buscassem refúgio no Brasil.
Ela chegou aqui em 1849 e se fixou na cidade do Rio de Janeiro. Não demorou muito para que, com seu espírito contestador e enorme talento para dança, Baderna conquistasse uma legião de admiradores. Ela costumava se apresentar no Teatro Imperial da capital carioca.
Mas a bailarina era contestadora demais para aqueles que procuravam zelar pelos “bons costumes” naquela época – ela era conhecida por introduzir, entre os passos do ballet clássico, gestos do Iundu, uma dança de origem africana; além de coreografias de origem popular brasileira.
A Sra. Baderna também gostava de sair para beber e cantar com seus amigos e vivia com um outro artista, sem estar formalmente casada com ele. Esse comportamento “inaceitável” para a sociedade da época rendeu à Baderna um novo significado: a palavra passou a ser conhecida como sinônimo de barulho e confusão.
A essa altura, seus fãs já eram conhecidos como “baderneiros” – quando os empresários cariocas passaram a rejeitá-la, por causa de suas apresentações inovadoras, eles protestavam batendo os pés no chão, tanto durante os espetáculos quanto em protestos de rua.
Não adiantou: os conservadores persistiram e Baderna passou a ser marginalizada, até que sua carreira entrou em decadência. Ela foi obrigada a voltar para a Itália, ao lado de seu pai. Mas deixou sua marca por aqui, afinal, até hoje seu nome é sinônimo de afronta e desordem.

Os 5 jogos inesquecíveis do Palmeiras.


Em homenagem ao Palmeiras selecionei 5 jogos inesquecíveis. Não são finais de campeonatos, foram jogos simples de algumas rodadas do Campeonato Paulista e da Libertadores.

Existem as finais, semi-finais que entram para a história, mas têm jogos que são eternos, este jogo Palmeiras 2 x 0 São Paulo, o Sérginho chulapa apostou com Luis Pereira e perdeu, no final ele deu uma volta olimpica com a camisa do Palmeiras.

 
 As vitórias do Palmeiras sobre o timinho que são mais lembradas são as duas libertadores, mas destaco esta aqui, do campeonato Paulista de 86, um baile do Verdão.


 Este foi um jogo sensacional, um gol de Mirandinha no final, depois o golaço olímpico de Éder...
 

 Um jogo memorável. Após perder a primeira partida por 5 a 0, todos estavam certo que o Palmeiras estava morto, mas o time devolveu a goleada 5 a 1 no Grêmio. Foi eliminado por um gol.


 Uma sacola em cima do Santos...

Literatura Infantil


Tive a oportunidade de estudar com a professora Loraine Miranda e testemunhar sua dedicação a dois temas bem específicos: literatura infantil e a paixão por quadrinhos. Hoje seu trabalho é baseado na literatura infantil junto aos pequenos, em palestras para professores de letras e pedagogia.

Fotos raras de 1958




Estas imagens foram tiradas há 54 anos - Foi em 14 de agosto de 1958, quando meu pai, Sebastião Pires Filho, um garoto de 22 anos trabalhou na reforma elétrica do aeroporto de Congonhas. No final, todos se reuniram para uma foto.

Peter Murphy em São Paulo

Peter Murphy - Bauhaus

Peter Murphy - Bauhaus
Carioca Clube em 14.08.2013

MTV: que pena! Ou... Já foi tarde!

Nunca esqueço o dia 20 de outubro de 1990. A estreia da tão esperada MTV Brasil, era o assunto dos jovens da época. Nas escolas, faculdade roda de amigos... Todos só comentavam a estreia da MTV, no canal 32. Liguei e fiquei antenado o que iria ver, o que iria passar... Nunca me esqueço do clipe do Jorge Bem Jor, “Umbabarauma, homem gol”, que passou exaustivamente naquele e em toda aquela semana, onde tudo era novidade. Daquele dia em diante, a geração dos anos 90 seria influenciada por aquele canal e toda a “contracultura” que iria nascer. Depois de tantos anos, a notícia do fim da MTV no canal aberto e, perguntamos: Que pena? Ou será: “Já vai tarde”.
Foram vários Vjs que influenciaram musicalmente a vida de muitos garotos, inclusive a minha, nos anos 90, 2000... Testemunhamos nos últimos anos, a emissora aos poucos valorizar programas de auditório e colocava menos música e tinha como foco sempre os adolescentes, aliás, pré-adolescentes, e o nível dos Vjs foram caindo cada vez mais. Os Vjs que apresentavam novidades musicais não tinham mais espaço. E a geração que começou a acompanhar a emissora lá nos anos 90 abandonou a MTV, pois já tinha espaço para este público que gosta de música e, foi isso que aconteceu. A MTV abandou a música há anos.
A emissora abraçou gravadoras e seus interesses por bandas merchandising de garotos propagandas teen, que infestaram momentaneamente algumas rádios e já desapareceram. Os garotos já não compram mais CDs, baixam da internet. Então: Como premiar os mais vendidos? Na verdade, nem sempre os mais baixados, são os mais ouvidos. Como trabalhar com a qualidade musical? São respostas que a emissora não soube solucionar. Copiava fórmula americana do mainstrem que acontece por lá, e fracassou de vez.
Como mero telespectador, vi a MTV renegar, de certa forma, o publico da geração dos anos 90. É claro que a fila anda, tudo passa. Mas o público de 30 e poucos anos, é um público ativo, que vai a shows, consome CDs, camisetas de bandas... E a MTV não soube trabalhar com este público, assim como valorizar a cultura brasileira e as centenas de bons talentos musicais espalhados pelo nosso país. Enfim... A MTV estava agonizando com sua programação de baixa audiência e infelizmente de baixa qualidade. É certo que há exceções, sempre aparecia um talento aqui, outro acolá. Mas... Já foi tarde.

Torçamos que a nova MTV possa explorar o que não explorado nos últimos anos.

Caranguejos e Ovelha(s)

Estava conversando com amigos no Ramiros Bar e, eis que surge um vendedor de carangejos em um sábado à tarde, por volta das 17h. Coisa bem atípica. Em seguida me aparece um "retratista" daqueles bem antigos com um carneiro-ovelha... Não sei fazer tal definição. O fato é: comprei os caranguejos com a intenção de salvá-los (que ignorância a minha perante o reino animal), pois desejava criá-los em uma espécie de aquário improvisado no fundo do quintal de casa. Aproveitei o retratista para que regsitra-se o tal momento. O fato é que não levei os tais caranguejos para a panela e soltei todos no quintal, fiz alguns buracos... Resultado: Todos mortos três dias depois. Alguns por morte natural, outros foram vítimas de gatos ou sei lá o quê. Sei que um foi morto por golpes de madeira ao ser confundido com escorpião por um inquilino desavisado que deparou-se com danado à noite ao descer à escada.

Like a king

Sabe aquelas coisas que vc encontra em um brechó e se apaixona?Pois é! Trata-se de uma poltrona daquelas bem antigas! ao chegar em casa e sentar na tal poltrona é algo sensacional, principalmente com o controle remoto na mão.

O PAPA E A RELIGIÃO


Gostei do Papa. Achei um cara simpático, extrovertido e com ideologias bem diferentes dos demais Papas que vi nesta pequena jornada que estamos aqui presentes. Sou um cristão praticante, nascido dentro da igreja católica e convertido ao protestantismo. Não por influência religiosa de terceiros, mas por acreditar que Jesus Cristo é o próprio Deus, dentro da trindade divina e que todos nós devemos ser “santos”, capazes de todas as proezas divinas, sem intercessor algum. Ou seja, podemos ter contato direto com Deus sem necessariamente confessarmos nossos pecados com qualquer outra pessoa, mas sim diretamente a Deus.
Acredito que a religião pode ser uma entidade social capaz de influenciar diretamente a sociedade dentro de um estado laico. Afinal, o estado só é laico por conta da Reforma Protestante. E dentro deste estado, todos nós podemos exercer nossas crenças e religiões das mais diversas, respeitando umas as outras. Pois são elas que pregam a “igualdade, fraternidade e o amor ao próximo.
Por conta disto, acredito que a religião exerce um papel preponderante dentro de nossa sociedade, mesmo aqueles que têm à crença de nada acreditar, são “crentes no ateísmo”, e fazem parte deste mesmo grupo.
Aliás, não existe maior crença burguesa que é o ateísmo. No Brasil, menos de 10% da população brasileira se declararam não acreditar em nada, e  estas pessoas, de acordo com o censo, fazem parte da classe média alta, ou seja, burgueses.
Muitos destes, recortam uma pequena frase de um discurso marxista: “A religião é o ópio do povo”. E, esta mesma frase está completamente equivocada em sua essência, pois Marx nunca fez tal afirmação. A oração completa é:  ”O sofrimento religioso é, a um único e mesmo tempo, a expressão do sofrimento real e um protesto contra o sofrimento real. A religião é o suspiro da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração e a alma de condições desalmadas. É o ópio do povo.” Karl Marx, “Uma Contribuição à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel” (1844)
Marx fala então do “sofrimento religioso”, não da religião em sí. Em outras palavras, ele até enaltece a importância social da religião. E é aí que gostaria de chegar: o discurso ecumêncio do Papa, foi extremamente importante para todas as religiões em seu contexto social.
É preciso então nos despirmos de nossa vaidade e voltarmos à cruz, e reconhecermos Aquele que morreu por nós.

Muro


Palmeiras e a influência na black music do Brasil

Platéia lotam o a sede social do Palmeiras em um dos bailes da Chic Show
Nos anos 70 e 80 a equipe da Chic Show difundia a cultura da música negra para o Brasil, especificamente para o estado de São Paulo. Durante o mês aconteciam vários shows espalhados pela cidade promovidos pela equipe, mas no final de cada mês, o evento acontecia na sede social da Sociedade Esportiva Palmeiras. Sim. Era no Palmeiras, um clube tipicamente italiano, que a cultura negra se difundiu em São Paulo por meio de seus bailes.
As galerias da 24 de maio, ainda não abrigavam as lojas de rock, mas sim, os salões de cabelereiros e dezenas de lojas que vendiam discos e produtos da cultura negra, e alí, também vendiam os ingressos para o baile do Palmeiras. Lá, passaram artistas como Earth, Wind and Fire, Cool and the Gang, James Brown, Areta Franklin, Betty Wright, Zapp, Tim Maia, Jorge Ben... Era o maior polo cultural da cultura negra do país. 
É algo bem interessante de se lembrar, pois pouco se fala disto, como um clube em um bairro tipicamente "burguês" como o Palmeiras e com toda a sua origem italiana abriu as portas para a cultura da periferia, ao contrário dos demais clubes "populares" de São Paulo.

Rap in New York

Achei um vídeo que tinha esquecido no celular. Este vídeo tem 2 anos, quando desci do metro em NY e fiquei de boca aberta. 

Bob Dilan e Agnaldo Timóteo

A poesia transformada em música "The rising sun" de Bob Dilan ficou mundialmente conhecida com a banda The Animals. No Brasil, esta canção fez um enorme sucesso na mesma época na voz de Agnaldo Timóteo.

Nos anos 60/70 Timóteo era dono de uma das mais importantes vozes da Música Popular Brasileira. Talvez o primeiro negro a ganhar um destaque tão importante em uma época, bem mais preconceituosa do que os tempos atuais. Seu talento, foi provado no grande sucesso "Meu Grito", cuja interpretação é algo espetacular.
O cantor Agnaldo Timóteo deixou de existir há décadas e deu lugar há um político "ultra-conservador-arbitrário" que nem merecem comentários.
The rising sun é um clássico do rock mundial, mesmo sem aquela velocidade tradicional da música, é uma balada suave com letra envolvente.


Quando criança, lembro de um vizinho a tirar notas desta música em frente ao portão de casa, sentado na calçada. De tanto ouvir esta canção, acabei por detestá-la por muito tempo. Mas hoje eu a escutei novamente. E refiz todo o meu pensamento sobre esta canção e me fez reconhecer o quanto Agnaldo Timóteo é importante para o rock nacional.

Totonha - Marcelino Freire



Capim sabe ler? Escrever? Já viu cachorro letrado, científico? Já viu juízo de valor? Em quê? Não quero aprender, dispenso.

Deixa pra gente que é moço. Gente que tem ainda vontade de doutorar. De falar bonito. De salvar vida de pobre. O pobre só precisa ser pobre. E mais nada precisa. Deixa eu, aqui no meu canto. Na boca do fogão é que fico. Tô bem. Já viu fogo ir atrás de sílaba?

O governo me dê o dinheiro da feira. O dente o presidente. E o vale-doce e o vale-lingüiça. Quero ser bem ignorante. Aprender com o vento, ta me entendendo? Demente como um mosquito. Na bosta ali, da cabrita. Que ninguém respeita mais a bosta do que eu. A química.


Tem coisa mais bonita? A geografia do rio mesmo seco, mesmo esculhambado? O risco da poeira? O pó da água? Hein? O que eu vou fazer com essa cartilha? Número?


Só para o prefeito dizer que valeu a pena o esforço? Tem esforço mais esforço que o meu esforço? Todo dia, há tanto tempo, nesse esquecimento. Acordando com o sol. Tem melhor bê-á-bá? Assoletrar se a chuva vem? Se não vem?


Morrer, já sei. Comer, também. De vez em quando, ir atrás de preá, caruá. Roer osso de tatu. Adivinhar quando a coceira é só uma coceira, não uma doença. Tenha santa paciência!


Será que eu preciso mesmo garranchear meu nome? Desenhar só pra mocinha aí ficar contente? Dona professora, que valia tem o meu nome numa folha de papel, me diga honestamente. Coisa mais sem vida é um nome assim, sem gente. Quem está atrás do nome não conta?

No papel, sou menos ninguém do que aqui, no Vale do Jequitinhonha. Pelo menos aqui todo mundo me conhece. Grita, apelida. Vem me chamar de Totonha. Quase não mudo de roupa, quase não mudo de lugar. Sou sempre a mesma pessoa. Que voa.


Para mim, a melhor sabedoria é olhar na cara da pessoa. No focinho de quem for. Não tenho medo de linguagem superior. Deus que me ensinou. Só quero que me deixem sozinha. Eu e minha língua, sim, que só passarinho entende, entende?


Não preciso ler, moça. A mocinha que aprenda. O doutor. O presidente é que precisa saber o que assinou. Eu é que não vou baixar minha cabeça para escrever.



Ah, não vou.

A paz de Marcelino Freire por Naruna Costa

Ler Marcelino Freire já obrigação. O escritor que (re)inventa a escrita e subverte a literatura em novos significados. Naruna Costa faz uma interpretação de emocionar.

Um sorriso não precisa ser "colgate"

Pois é, cresci com um certo jargão publicitário que, para ter um sorriso bonito tem que belas dentes, nem que todos eles sejam de porcelana, etc. Aprendo a cada dia que o sorriso é uma das coisas mais belas que o ser humano pode expressar, principalmente de uma criança, que não precisa de dente algum para demonstrar a sua felicidade. Acredito agora, que, ao sorrirmos nos transformamos de certa forma em pequenas crianças.

Visitas...


As modernidades tecnológicas fazem com que fiquemos atentos a todas as imagens dos celulares. Em junho recebi a visita do casal Nivaldo e Solange e Maria Helena.

A inútil derrubada da PEC 37

Um artigo muito pertinente que saiu hoje no jornal O Estado de São Paulo, esclarece porque a PEC 37 não deveria ter sido derrubada e, que foi, de forma errada apelidada de "lei da impunidade". Era exatamente ao contrário, pois se, aprovada, exigiria maior investigação dos casos pelos delegados, desta forma, seria necessário um maior aparato de pessoas capacitadas para fazer o serviço que compete à policia, que é investigar. Será que o Ministério Público e suas instâncias vão dar conta de fazer investigações com milhares de processos parados? Pois é né! O assunto era tão importante e não foi debatido. Os deputados com medo, retiraram o tema da pauta de imediato e o povo comemorou, sem saber o quê.

IVES GANDRA MARTINS *
Em preciso, incisivo e gráfico editorial, o Estado de 30/6 (A3) sustentou que a derrubada da PEC 37 por oportunismo político terá efeitos desastrosos. Da análise dos argumentos lá expendidos, como das manifestações inúmeras de constitucionalistas, ministros do STF - na ativa ou aposentados - e do texto da Constituição federal (CF) se percebe que, efetivamente, a decisão foi, sem maiores estudos, tomada por um Congresso acuado pela multidão, que desconhecia o que a PEC propunha.
Pessoalmente, em palestras e artigos, sempre me manifestei no sentido de que aquela proposta de emenda era rigorosamente inútil. Afirmava o que já estava na Constituição e não tirava do Ministério Público (MP) poder que nunca teve.
A polícia judiciária não é um órgão subordinado ao MP, mas ao Poder Judiciário. O artigo 144, § 4.º, da CF - cuja redação é a seguinte: "às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares" - em nenhum momento estabelece que as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais pertencem, simultaneamente, ao Poder Judiciário e ao MP. Declara apenas que são do Judiciário.
Não sem razão, o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Ivan Sartori, em entrevista ao Estado, declarou que a PEC 37 não pretendia retirar nada do MP, pois não se retira de alguém algo que esse alguém não tem.
As competências do Ministério Público não são idênticas às do Poder Judiciário. A Constituição federal outorga ao Judiciário o dever de julgar, correspondente ao disposto nos artigos 92 a 126 da CF (capítulo III do Título IV). Para completar as "funções essenciais à Justiça" - é esse o enunciado do capítulo IV do Título IV da Lei Suprema - prevê que duas instituições conformam o tripé da prestação jurisdicional, a saber: o Ministério Público (artigos 127 a 132) e a advocacia (artigos 133 a 135).
Estão em igualdade de condições. Numa democracia, o MP tem a função principal de acusador, em nome da sociedade, e a advocacia, a função de defendê-la. Por essa razão, como cláusula pétrea, imodificável, o constituinte garantiu que a defesa, nos processos administrativos e judiciais, deve ser ampla (artigo 5.º, inciso LV). O uso de adjetivo com tal densidade ôntica não foi despiciendo, mas garantia absoluta de que tal direito, o de defesa, é um dos sustentáculos de um regime democrático, posto que inexistente nas ditaduras. Por isso tal disposição é cláusula pétrea da Carta Magna, não podendo ser alterada nem por emenda constitucional (artigo 60, § 4.º, inciso IV).
As funções dessas duas instituições são, pois, iguais (advocacia e Parquet) e dependem do Poder Judiciário para a solução dos conflitos.
Ora, o delegado é membro da polícia judiciária. Não é polícia do MP. Por essa razão, deve presidir o inquérito policial, devendo remeter suas conclusões ao magistrado, a que se subordina, e não ao titular do direito de acusar. Este, pela própria Constituição, pode requisitar investigações aos delegados e acusar os delegados suspeitos de prevaricação (artigo 129, incisos VII e VIII) - não mais que isso, visto que são parte nas investigações e não podem ser "parte" e "juiz" ao mesmo tempo.
Assim é que a própria Lei 12.830, de 20/6/2013, regulamentadora da investigação criminal, dispõe que as funções de polícia judiciária e de apuração de infrações penais são exercidas exclusivamente pelos delegados (artigo 2.º), cabendo-lhes a condução da investigação criminal (§ 1.º do artigo 2.º). Como se percebe, nunca estiveram os membros do MP incluídos entre os que podem dirigir a investigação. A própria lei mencionada diz que não estão, referindo-se apenas aos delegados. Até porque, se os tivesse incluído, a lei seria inconstitucional.
Por essa razão, constitucionalistas do porte de José Afonso da Silva, Nelson Jobim, Cezar Peluso e Marco Aurélio Mello já se manifestaram no sentido de que não cabem ao Ministério Público funções policiais, até porque não é preparado para tanto. Os delegados, sim. Os membros do Parquet têm outras funções - relevantíssimas -, que estão explicitadas no artigo 129 da Carta Suprema do País.
Como se percebe, a derrubada da PEC 37 nada representou, pois o artigo 144, § 4.º, da Lei Suprema não foi alterado, continuando a prever que a polícia judiciária - não o MP - é constituída apenas por delegados de carreira, os únicos com competência constitucional para conduzir as investigações criminais.
O acuado Congresso, que pouco antes aprovara lei na linha da PEC 37 a fim de atender ao clamor da multidão, que desconhecia o tratamento constitucional e legal do tema, derrubou a desnecessária proposta. Aprovada ou não, não modifica a clareza do artigo 144, § 4.º, da CF, ao estabelecer que apenas aos delegados cabe a apuração de investigação criminais.
Termino este breve artigo reiterando que o Ministério Público deve cuidar de suas relevantes funções, e não pretender invadir funções de outras instituições, para as quais não são devidamente preparados promotores e procuradores.
O povo foi às ruas contra a corrupção. O MP declarou que a PEC 37 era a PEC da Corrupção, como se todos os delegados fossem corruptos e todos os membros do MP, vestais. E o povo, contrário à corrupção, pensou ser verdade a marqueteira afirmação. Como o tempo é o senhor da razão, e como a Constituição não foi mudada, à evidência continuam os delegados a ser os representantes do Poder Judiciário e continuarão os membros do MP sem competência para conduzir as investigações criminais, a teor do que dispõe o artigo 144, § 4.º, da Lei Suprema. Cumpre-lhes, todavia, exercer suas relevantes funções, que não são poucas, em prol da sociedade. Mas apenas estas (artigo 129).
* IVES GANDRA MARTINS É PROFESSOR EMÉRITO DA UNIVERSIDADE MACKENZIE, DAS ESCOLAS DE COMANDO E ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO, SUPERIOR DE GUERRA E DA MAGISTRATURA DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL – 1ª REGIÃO..

Censurando a imprensa


As manifestações diárias chegaram a um ponto de retrocesso tamanho que, às vezes, é inacreditável. Estamos assistindo a uma revolta da classe média, por seus " e direitos" e "deveres" como nunca assistimos antes. Agressões aos jornalistas é o estopim de tudo, mas se esquecem, que, se não fossem as mesmas câmeras que, os manifestantes proíbem, foram as que mostraram as agressões da polícia.
Foi por meio de uma câmera de um repórter, que o "caso vinagre" veio ganhar a internet e as redes de televisão.

Proibir o trabalho de jornalistas, seja de qualquer tipo de emissora, é censura. Mostra um despreparo político dos manifestantes.
Protesto na porta de emissoras - Protestar simplesmente pelo fato de protestar, sem uma pauta prévia, o que significa? Ir até a porta da Rede Globo e dizer que ela não presta, que é isto, que é aquilo... Quer dizer o quê? Insatisfação? Será que o povo vai deixar de ver a novela, logo mais à noite? Impedir os jornalistas de trabalharem?

A classe média, com assinatura de da sky, net, plano Combo, com internet de alta velocidade, assiste HBO, Warner, Sony, National Geografic, fã incondicional de "Two and half men" e "Big bang theory",  fala que não assiste a Globo e sai às ruas para protestar contra a emissora que aliena a população. Quem é alienado de quê? Não quero defender as novelas, pois não as assisto, mas não há mal algum, assim como ver qualquer seriado enlatado.
Ah! Então é o Jornal Nacional, Jornal da Globo... Por mais que eles tenham uma linha editorial que podemos ser contra, faz parte da democracia. A internet está aí para que possamos nos manifestar a respeito.

Será que a tal PEC 37 era ruim?


Há 15 dias nunca tinha ouvido falar sobre a tal PEC 37. Somente após as manifestações, todos ficaram sabendo da tal medida, que, segundo informações que circulavam na rede, impedia que o Ministério Público de realizar investigações, cabendo então, somente à Polícia Federal.
Toda a mídia e rede social foi taxativa para a retirada da tal medida. Antes que seja massacrado, por conta deste texto, se olharmos friamente para a tal PEC, veremos que ela não é absurda.
Vamos lá! Primeiro é preciso saber quais são as funções do Ministério Público. De acordo com a nossa constituição, artigo 129, dentre todas as suas funções, o MP pode “requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais”.
Sabemos que o Ministério Público é composto de promotorias e, nelas não há investigadores, peritos ou agentes policiais, para que façam quaisquer tipos de investigações. Como diz a constituição: ela requisita. Mediante casos que envolve crime do Poder Público, cabe ao MP solicitar investigações junto à polícia de sua comarca.
Mas, atualmente não funciona assim. Diante de todos os municípios espalhados pelo país, em alguns lugares, o MP é complacente com o Poder Público local. Estamos cansados de ver atrocidades políticas por aí e o MP dificilmente faz alguma coisa.
Mediante discussão tão importante, não vi opinião de advogados, juristas ou de qualquer outro profissional a respeito da tal PEC 37.
Tudo isto por conta de um deputado maranhense, Lourival Mendes (PTdoB), que protocolou tal projeto em um momento errado, quando o Ministério Público investigou todo o caso de corrupção no Governo Federal, criou-se então a ideia, que o MP faz o mesmo em todas as comarcas espalhadas pelo Brasil. E sabemos que isso não acontece.
Se o MP investigasse, as promotorias do Meio Ambiente não deixariam a devastação da Floresta Amazônica; os custos dos estádios para a Copa não seriam a mais cara de todos os tempos.

Ficam algumas dúvidas: será que os advogados, promotores, podem investigar a fundo, mesmo sem serem capacitados, como um agente policial ou investigador? Será que o MP vai agir no resto do país? 

Imprensa quer ridicularizar Dilma


Nos últimos dias é notório que a imprensa quer, de certa forma, ridicularizar a presidente Dilma. Todas as imagens dela quando são veiculadas, seu semblante mostra preocupação, e, às vezes, com "caretas", quando ela fala ao público.
Muitas vão dizer que a imagem espelha a realidade. Mas como demonstrar a realidade de uma expressão em fragmentos de segundos?
A folha de São Paulo, publicou esta foto na edição de hoje. Ontem, no Jornal da Globo havia uma foto parecida, porém com um semblante bem mais preocupado.
A situação do país é preocupante? Pode até ser. Mas em todas as fotos, nunca ela está falando. Nunca ela está em movimento. Todos os discursos há movimentos, gestos, ações que os fotógrafos amam registrar. Com a Dilma é diferente. Suas fotos são paradas demonstrando inércia. Para quem vê, demonstra incertezas. Fica óbvio então que a imprensa está batendo de frente.

Tarja Turunen - Nothing Else Matters na igreja da Finlândia

Não há detalhes deste vídeo, mas provavelmente seja um casamento da família real.

Antiguidades

Achei este poema tão rico e cheio de detalhes que enriquece o nosso imaginário.
(De Cora Coralina)
Quando eu era menina
bem pequena,
em nossa casa,
certos dias da semana
se fazia um bolo,
assado na panela
com um testo de borralho em cima.
Era um bolo econômico,
como tudo, antigamente.
Pesado, grosso, pastoso.
(Por sinal que muito ruim.)
Eu era menina em crescimento.
Gulosa,
abria os olhos para aquele bolo
que me parecia tão bom
e tão gostoso.
A gente mandona lá de casa
cortava aquele bolo
com importância.
Com atenção. Seriamente.
Eu presente.
Com vontade de comer o bolo todo.
Era só olhos e boca e desejo
daquele bolo inteiro.
Minha irmão mais velha
governava. Regrava.
Me dava uma fatia,
tão fina, tão delgada…
E fatias iguais às outras manas.
E que ninguém pedisse mais !
E o bolo inteiro,
quase intangível,
se guardava bem guardado,
com cuidado,
num armário, alto, fechado,
impossível.
Era aquilo, uma coisa de respeito.
Não pra ser comido
assim, sem mais nem menos.
Destinava-se às visitas da noite,
certas ou imprevistas.
Detestadas da meninada.
Criança, no meu tempo de criança,
não valia mesmo nada.
A gente grande da casa
usava e abusava
de pretensos direitos
de educação.
Por dá-cá-aquela-palha,
ralhos e beliscão.
Palmatória e chineladas
não faltavam.
Quando não,
sentada no canto de castigo
fazendo trancinhas,
amarrando abrolhos.
“Tomando propósito”.
Expressão muito corrente e pedagógica. Aquela gente antiga,
passadiça, era assim:
severa, ralhadeira.
Não poupava as crianças.
Mas, as visitas…
- Valha-me Deus !…
As visitas…
Como eram queridas,
recebidas, estimadas,
conceituadas, agradadas!
Era gente superenjoada.
Solene, empertigada.
De velhas conversar
que davam sono.
Antiguidades…
Até os nomes, que não se percam:
D. Aninha com Seu Quinquim.
D. Milécia, sempre às voltas
com receitas de bolo, assuntos
de licores e pudins.
D. Benedita com sua filha Lili.
D. Benedita – alta, magrinha.
Lili – baixota, gordinha.
Puxava de uma perna e fazia crochê.
E, diziam dela línguas viperinas:
“- Lili é a bengala de D. Benedita”.
Mestre Quina, D. Luisalves,
Saninha de Bili, Sá Mônica.
Gente do Cônego Padre Pio.
D. Joaquina Amâncio…
Dessa então me lembro bem.
Era amiga do peito de minha bisavó.
Aparecia em nossa casa
quando o relógio dos frades
tinha já marcado 9 horas
e a corneta do quartel, tocado silêncio.
E só se ia quando o galo cantava.
O pessoal da casa,
como era de bom-tom,
se revezava fazendo sala.
Rendidos de sono, davam o fora.
No fim, só ficava mesmo, firme,
minha bisavó.
D. Joaquina era uma velha
grossa, rombuda, aparatosa.
Esquisita.
Demorona.
Cega de um olho.
Gostava de flores e de vestido novo.
Tinha seu dinheiro de contado.
Grossas contas de ouro
no pescoço.
Anéis pelos dedos.
Bichas nas orelhas.
Pitava na palha.
Cheirava rapé.
E era de Paracatu.
O sobrinho que a acompanhava,
enquanto a tia conversava
contando “causos” infindáveis,
dormia estirado
no banco da varanda.
Eu fazia força de ficar acordada
esperando a descida certa
do bolo
encerrado no armário alto.
E quando este aparecia,
vencida pelo sono já dormia.
E sonhava com o imenso armário
cheio de grandes bolos
ao meu alcance.
De manhã cedo
quando acordava,
estremunhada,
com a boca amarga,
- ai de mim -
via com tristeza,
sobre a mesa:
xícaras sujas de café,
pontas queimadas de cigarro.
O prato vazio, onde esteve o bolo,
e um cheiro enjoado de rapé.

Manifestações sem respeito não há mudança

Vivemos em tempos de crise, mesmo com as condições de um Brasil bem melhor, em relação há tempos passados. Índice de desemprego caiu, o número da classe média aumentou, assim como o número de novos milionários. 
O trânsito caótico revela que as concessionárias estão aumentando a cada dia, as vendas dos automóveis. O número gigantesco de novas faculdades revelam também que o acesso à educação superior está mais fácil, mesmo com uma qualidade duvidosa.
A situação melhorou. Hoje existe o vários programas govenamentais, onde os estudantes podem ter acesso à educação superior de forma gratuita, o FIES está mais acessível, bem diferente de anos passados. O número de cotas nas universidades públicas trazem ainda, a oportunidade, de ingressar em uma universidade de ponta, mesmo, que esta política, ainda que cause discussões, de quem é favorável ou não à esta política.
Sabemos que o país mudou para melhor. Porém, ainda vemos escolas em ruínas espalhadas pelo país, hospitais sem leitos, sem médicos, condução precária,  corrupções, etc. Isto justifica as manifestações.
Mas, ainda não ouvi ninguém falar da principal mudança para que todas estas outras aconteçam: o respeito. Sim, o respeito em todos os sentidos, que envolve a educação e o direito do próximo.
A corrupção está ligada diretamente a tirar vantagens do “outro” em benefício de si próprio. E isto tem relação direta com respeito, desde as pequenas coisas do nosso dia a dia, como respeitar o farol vermelho, respeitar as vagas dos idosos e portadores de necessidades especiais nos estacionamentos, não jogar lixo nas ruas, não andar com o som do carro ligado no talo, com aqueles amplificadores potentes e por aí vai.
O respeito ao próximo é uma questão essencial para que possamos cobrar isto do “outro”. Não há mudança política se não houver uma mudança em nosso comportamento.  Todos sabem, mas por mais que seja “clichê”, é preciso falar: “amai o próximo como a ti mesmo”. É por aí, desta forma acontece este respeito.
É necessário ir às ruas. Sim. Mas a mudança principal acontece dentro de nós mesmos, e isto reflete até na hora em vamos às compras, aí podemos agir como consumidores conscientes, e ter condições de fazer uma mudança social em todos os sentidos.

A música toca a alma...

Sempre desejei tocar um instrumento, ter uma banda, poder tocar aquela música que gostamos. Passaram-se anos e anos e, enfim tomei coragem e comecei a estudar violão e guitarra. Depois de seis meses, consegui tirar as duas primeiras músicas... "Você" (versão Paralamas do Sucesso) e "Lotta Love" e Harvest Moon do Neil Young. Emoção sem igual quando batemos os últimos acordes de cada música.

Grata visita de amiga...

Na última segunda-feira, dia 3 de junho, uma velha amiga ancorou em casa em uma grata visita. Desde que terminamos a faculdade de Letras na FAD em 2007, nunca mais tinha visto a Denise Tamiko. Thank's Denise pela visita.

Seja bem vindo João Vitor


Há tempos não atualizo o Armário Mecânico, e em poucas linhas é dificil descrever os últimos acontecimentos. No último dia 20 de março, nasceu João Vitor, my baby. Hoje com 2 meses e 16 dias.

Contra Feliciano ou a favor da PLC 122?


Quando o deputado Marcos Feliciano (PSC) foi eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos no mês passado, criou-se um “celeuma” em torno deste nome. O deputado foi e ainda está sendo acusado de racismo e de homofóbico por se posicionar “contra” o homossexualismo. Esta mesma comissão foi recusada pelo PT e dos demais partidos de sustentação do governo e, agora, devido às manifestações, esta “Mesa” torna-se uma das mais importantes do momento.
Estas manifestações não acontecem pelo nome de Feliciano, há algo mais importante em jogo, que é a PLC 122, que está parada nesta comissão desde 2006. Trata-se do projeto que criminaliza a “homofobia” e a iguala ao racismo. E quem preside a Mesa desta Comissão tem o poder de arquivar ou não, e ele, Feliciano pode deixar parada esta PLC. Por isso, é alvo de manifestações dos ativistas, mas não pelo seu posicionamento em si.
Para Feliciano, o homossexualismo é “opção sexual”, ou seja, comportamental, e diz claramente ser contra, e, isto em rede de televisão. Segundo ele, caso esta lei seja aprovada e se iguale ao racismo, pronunciar-se contra a homossexualidade, seria crime, como já acontece em casos de crime racial. “É antidemocrático. Cada um deve expressar seus pensamentos, é democracia”, diz ele em uma de suas “pregações”. Por ter este posicionamento, é acusado de homofóbico.
Em relação aos negros, a teoria do deputado evangélico, é que os ancestrais que povoaram a Etiópia, na África, são descendentes de um neto amaldiçoado de Noé chamado Canaã e esse seria o motivo das doenças e da miséria naquele continente, que originou a raça negra. Ao ser recriminado por internautas, Feliciano justificou: “Africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé. Isso é fato. O motivo da maldição é a polêmica. Não sejam irresponsáveis twitters”.Isso foi o cúmulo e prova o desconhecimento bíblico do deputado. Depois nas redes sociais afirmou que “A podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam (sic) ao ódio, ao crime, à rejeição. Amamos os homossexuais, mas abominamos suas práticas promíscuas”, disparou.
Feliciano colocou-se no paredão por estas duas situações e acabou sendo contestado também por parte dos evangélicos.
Protestos e homofobia - Nos últimos dias, Feliciano ganhou força. Isto por conta do “ativismo gay”. Após afirmar que não renunciaria, o deputado foi ameaçado, assim como sua família. A briga engrossou ainda mais quando um vídeo de um ativista do Movimento LGBT, Marcio Retamero, que se intitula pastor, chama de “desgraçados” e de “fundamentalistas religiosos” os políticos que defendem a família e a fé cristã, no vídeo ele fala que pegaria em armas para defender sua causa. Esta apologia à violência e desrespeito às liberdades de expressão e religiosa ocorreram durante um seminário LGBT, no Congresso Nacional, em Brasília, evento comandado pelo deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), ou seja, poderíamos até chamar este caso de homofobia destes ativistas.
Nunca, antes na história, o povo foi às ruas para defender uma comissão. Aliás, ninguém frequenta as reuniões das comissões nas Assembleias Legislativas do país. Na quarta-feira ele mandou prender um manifestante que atrapalhou o andamento da reunião e ainda o chamou de nazista entre outros palavrões, e foi, capa de vários jornais do país por tal atitude, que, em outras palavras é bem pior que a PLC 122. O posicionamento de Feliciano nesta comissão é claro, impedir que a PLC 122 seja votada, e tem apoio de todos os cristãos (evangélicos e parte da igreja católica). Mesmo sem se manifestar sobre o caso, a igreja católica acompanha o debate de longe, mesmo porque, segundo a matéria publicada na Folha de São Paulo desta quarta-feira, afirma que a maioria dos católicos brasileiros é “liberal”, por conta disto, silêncio absoluto.
Particularmente, sou contra a PLC 122 – Feliciano não me representa, mas neste caso, vou ter que repensar meu posicionamento, como muitas pessoas.
Sérgio Pires

Conversinha



(poderia chamar este diálogo que testemunhei dentro de um ônibus de: “microconto”?)

Você viu a Maria Tereza ontem menina? Vi não. Ela pegou o das 7h30, ontem saí mais cedo. Você sabia que ela trocou de emprego? Sabe onde tá agora? Onde? Lá na loja do Itaim. Que bom, né? Ela sempre queria sair de Santo Amaro, né? Depois que largou daquele encosto? Ela ainda estava com ele? Ih não! Tem gente que não sabe dar valor. Ela tinha deixado o Carlos. Aquele moreno que tinha um filho com aquela loira oxigenada? A própria. É verdade. Ele sim é um pedaço. Todo educado, agora trabalha lá no Plaza Sul. O que ele faz? Sei não. A Claudia disse que ele é chefe de cozinha de um restaurante. Mas me conta da Maria Tereza! Você sabe o que ela me disse? O quê? Ela tá desconfiada. De quê menina? Atrasou. Ih! Será? Acho que a danada tá grávida. Nossa!
O diálogo continuou, porém tive que descer do ônibus. Foi isso que ouvi

Sócrates, Lula, Suplicy e Marta

Uma imagem histórica, possívelmente em 1984 ou 1985 provavelmente na época da Democracia Corintiana, que foi um marco no futebol. Foi algo histórico como o Corinthians atuou e mostrou a cara, contra o sistema político vigente naquela época. Hoje, se o Dr. Sócrates estivesse vivo, não sei se estaria apoiando a política atual. Mas uma coisa é certa, contra o PT acho que não estaria também. Mas a imagem é realmente histórica e também agradável pelos sorrisos de todos.

Olhares cônicos a açucarados


Sabe quando você sai com amigos para almoçar e na mesa além dos alimentos tem um bom papo, boas lembranças, bons comentários? Pois é depois dos prazeres (in)saciáveis da alimentação, eis que chega a hora de aguardar o garçon trazer a conta e nesta hora, eis que surpreendo a todos e, ao invés de pedir o tradicional cafezinho, resolvi exagerar. Pedi um sorvete. Mas não era um simples sorvetinho. Era o SORVETE. Todos ficaram encantados com o danado que derretia deliciosamente. E os olhares ficaram açucarados.

O Retorno


Há tanto tempo escrevendo e rascunhando este espaço e por isso, torna-se difícil abandoná-lo. Pensei em desistir e abandonar tudo... Tentei mudar lá pro “Verbo Digital” da “wordpress” e descobri que existem milhares de blogs com este nome. Então mudei, criei o sergiospires.com, e também o http://serpires.wordpress.com/, depois criei ainda um outro e virou uma bagunça danada. Então resolvi voltar ao Armário Mecânico, mas em breve as configurações deste blog será padronizado assim como os textos que terão um padrão de tamanho, para que, no mínimo fique agradável.

Quebra-te o queixo


Quando criança, um senhor de avental azul e com um sino na mão passava pela rua Sto. Afonso, bem em frente a minha casa e badalava um sino. 
A molecada saia até a rua a via lá... Aquele quitute adocicado feito a base de coco. Era o "quebra-queixo". Lembro que entrava para dentro de casa em busca de moedas para comprar o doce que te melecava todo. Depois da primeira mordida o açucar insistia em esticar, tipo queijo quente.
Naquela época já era raro ver o "tiozinho" vendendo estes quitutes pelas ruas, hoje então não é raro. É raríssimo. Pode servir até de pauta, virar matéria, sei lá. Só sei que me surpreendi nesta semana andando pelo centro de Diadema. Eis que encontro com uma menina chamada Dina. Ela vende quebra-queixo pelo centro de Diadema. Faz o quitute com a receita de sua mãe, que outrora badalava o sino pelas ruas da cidade vendendo o doce para a alegria da criançada. Não resisti ao vê-la. Comprei um, e fiquei com a boca toda adocicada de memórias.

As crianças, as mulheres e o elevador

Estes dias, fui à casa de um amigo que mora em um apartamento e quando entrei no elevador, observei duas mulheres com filhos da mesma idade, de aproximadamente cinco anos. Eram dois meninos: o primeiro estava segurando um carrinho de plástico, sem rodinhas, e as portinhas estavam soltas, e toda hora caia no piso. Ele dirigia este pequeno automóvel pelas paredes do elevador, e na sua boca saia o barulho de um motor potente; o outro tinha um carrinho de controle remoto, e apenas segurava-o com as mãos.

De repente surgiu um diálogo. "Olha que carrinho legal, me deixa ver?", perguntou o guri que tinha o carrinho de plástico. "Tó, foi meu pai que me deu", respondeu o outro. Um diálogo incrível surgiu entre as crianças, como se elas se conhecessem há muito tempo. O mais triste desta história, é que as duas mulheres, que pareciam ser a mãe dos garotos nem se olharam, eram como se fossem invisíveis. Observava a tudo e sorria para os moleques.

Fiquei pensando em como definir uma explicação para que duas crianças tão diferentes que não se conhecem, mas tornam-se amigas de uma forma tão natural e pura, não importando a classe social. 

Lembrei-me de Jesus, quando disse: "Portanto, quem se tornar humilde como esta criança, esse é o maior reino dos céus" (Mateus 18/4). Por outro lado, o mundo adulto é cheio de justificativas, tentando explicar o inexplicável e são capazes de virar a cara e ignorar outra pessoa, como aconteceu com as duas mulheres.

Mudança de blog - Novo projeto - New Project

Olá pessoal, depois de 8 anos de Armário Mecânico, sendo 5 anos neste endereço do blogger e três anos no UOL. Resolvo parar este projeto e mudar o nome do blog e disponibilizar e trabalhar com novas propostas.
Este endereço continuará o mesmo, mas não terá mais novas postagens. Obrigado por acompanhar este blog durante estes anos.
Para o novo projeto farei uma enquete aqui na barra lateral onde todos os visitantes poderão escolher o melhor nome para o futuro blog.

Obrigado!


God Bless you all




Hello everybody, after 8 years of Armário Mecânico, with 5 years in this address of the blogger and three years in UOL. I resolved to stop this project and rename the blog and provide and work with new proposals.
This address will remain the same, but will have no more new posts. Thanks for following this blog over the years.
For the new project I will make a poll in the sidebar here, where all visitors can choose the best name for a future blog.

Thank you!


God Bless you all