Às vezes me veem algumas saudades sem datas, pois as datadas já não tem mais graça. Iguais às histórias mal contadas de sonhos mal acabados. Da janela lembro-me das felicidades de ouvir e falar de sonhos que foram idealizados e concretizados e de muitos outros que ficaram pelo caminho ou os que ficaram no quase, pois não aconteceram por falta de planejamento e de coragem e também do tempo de esperança que o tempo deixou pelo caminho.
Há sonhos medrosos, mas também há os que são inquietos, que matam a esperança e os objetivos acabam se sucumbindo no tempo… Estes maltratam os desejos e ficam na subjetividade e ficam remoendo lembranças de tempos errantes, esperando calmamente por novos dias, mas quando percebe, estes, viraram semanas, que viraram meses e depois anos…
O tempo que temos é a idade que nos resta. A visão da idade que chega é a restauração dos desejos inquietos, trazendo à tona as saudades datadas. Quem sabe elas poderão ser lembradas em saudades futuras, como os sonhos concretizados e os novos que ainda virão e, assim se faz o renovo do tempo que se foi e da idade que te chega.
Há uma história, cujo autor não é conhecido que tem o seguinte diálogo: Em certa ocasião alguém perguntou a Galileu Galilei:
– Quantos anos tens?
– Oito ou dez, respondeu Galileo, em evidente contradição com sua barba branca.
E logo explicou:
Tenho, na verdade, os anos que me restam de vida, porque os já vividos não os tenho mais.
Posso dizer ainda mais… O autor se enganou no final deste breve diálogo, pois como disse o poeta Renato Russo, “Temos todo o tempo do mundo”, inclusive os tempos vividos, pois eles são as maiores riquezas que podemos ter, pois eles nos somam e fazem com o que somos hoje.
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