Recentemente uma aluna em sala de aula me entregou uma
poesia intitulada: “Não há vagas”. Desanimada com a falta de oportunidades no
mercado de trabalho, fez uma dura critica social em relação às políticas
públicas e a falta de oportunidades para quem está ingressando no mercado de
trabalho.
Esta poesia me fez refletir profundamente e fiquei
incomodado quando passo nas ruas das periferias e vejo dezenas de jovens dentro
de bares jogando bilhar durante o dia. Muitos deles concluíram o Ensino Médio e
não tiveram condições de ingressarem em uma faculdade e também não conseguiram
o tão desejado primeiro emprego. Já outros desistiram de estudar e apenas
passam o tempo nestes bares ou nos novos “points” que são os salões de
cabeleireiros ou as novas barbearias que se espalham pelos bairros.
Na verdade, há um exército gigantesco de jovens que poderiam estar exercendo uma atividade,
mas estão sendo ignorados pelo Poder Público. Não apenas os jovens, mas muitos
que perderam seus empregos nos últimos anos e, que, infelizmente estão sendo
ignorados por conta de suas baixas qualificações profissionais e também pelos
novos paradigmas dentro do Mercado de Trabalho, onde muitas profissões deixaram
de existir e as pessoas já não se enquadram nestes novos postos.
Por conta deste problema grave que estamos vivendo, começam
a se propagarem campanhas em prol do “empreendedorismo”, se não há vagas, então
“crie a sua”. Programas na televisão abordam constantemente este tema e sempre
mostram os casos de sucesso, mas se esquecem que de cada 10 novas empresas,
apenas uma sobrevive neste novo cenário do tal Mercado e as outras nove terão
seus nomes negativados e com enormes dividas a serem pagas.
A classe média
adora o bordão e as novas empresas agora levam o nome de “Start Up”. Mas na
verdade, as pessoas continuarão a ficar desempregadas e a enviar seus
currículos... Mas infelizmente “não há vagas”.