A minha escola está diferente

A minha escola dos tempos de criança era melhor do que as escolas dos meus outros amigos. Este pensamento era compartilhado por muitos moleques da minha infância. As aulas de educação física eram pela manhã, três vezes por semana, as meninas eram as mais bonitas, os professores eram os mais legais e carismáticos, quer dizer, nem todos.
Nas aulas de educação física das meninas, íamos assistir é claro, afinal, elas usavam saias e um shorts vermelho bem peculiar que as deixavam muito mais bonitas. Na escola, todos os anos tinha um campeonato de futebol para os meninos e de vôlei para as meninas, que paravam a aulas e todos assistiam. Era fantástico.

Sobre as "ilhas e suas estações" - "Seasons"

Ao ouvir a banda Future Islands, percebi que um som bem original, um estilo próprio e intimista que vale a pena ouvir cada trabalho deste grupo. Compartilho aqui dois momentos, de Seasons (vídeo original e ao vivo)


"...Seasons change, and I tried hard just to soften you The seasons change, but I've grown tired of tryin' to change for you Because I've been waiting on you I've been waiting on you Because I've been waiting on you I've been waiting on you..."

Sobre o acidente de Cristiano Araújo

“Não há nada no mundo mais nu que um esqueleto”, escreve José Saramago diante da representação tradicional da morte. 

 A morte do cantor Cristiano Araújo e sua namorada chocou o Brasil e, eu e tantos outros amigos, nuca ouvi falar neste cantor. Não conheço sequer uma música que possa me lembrar do artista tão querido por milhões. 
Recebi ainda via what’s app, as fotos horríveis do acidente que chocou o país. Na hora que sua morte foi divulgada na televisão, estava em uma padaria, fiquei perplexo a tristeza dos balconistas que me atendiam. 
Como não sou fã a modismos sertanejos, não conhecia seu trabalho, mas, que pelos fãs que conquistou deve ser de qualidade, ao menos para estas pessoas, pois nenhum trabalho é vão, desde que seja honesto, e isto ele era, pelo que li até o momento. Que Deus abençoe e console toda a família do cantor, e dos envolvidos no acidente, assim como todos os fãs.

A CARTA E SEUS SELOS EM VÃO. COMO RESTAURÁ-LOS?


A tecnologia trouxe tanta comodidade e acabou com velhos costumes, entre eles, escrever e enviar cartas. O e-mail e todas as redes sociais existentes cumprem o papel que antes era específico deste gênero literário, que era a carta. Junto com ela, tínhamos algo fundamental para o seu funcionamento. O selo. 

 O selo, por sua vez era outra ciência, pessoas do mundo inteiro e de todas as idades colecionavam selos e isto ganhou um nome específico: filatelia, ou seja, a arte de colecionar selos. No Posto dos Correios Central há até um museu destinado aos apreciadores desta arte. Acontece que, com a internet e o avanço tecnológico é difícil de encontrar selos à venda. Somente nos correios. Antes era vendido em todos os lugares, mas era uma tristeza. 

Os selos brasileiros eram terríveis, horríveis, feios de muitos de um extremo mal gosto. Durante décadas, os selos que comprava eram de frutas, aliás, desenhos de frutas, como bananas, uvas, jaboticabas, etc… E o pior, tinha uma legenda. Quando não eram de frutas, era da Bandeira Nacional, com exceção de datas comemorativas. Em suma. Não achava legal.
Estes dias recebi uma correspondência em casa. Era uma multa de trânsito, e na carta (que só os órgãos públicos, políticos e lojas, ainda utilizam), dizia para eu enviar um recurso pelo correio. Então fui até a agência envelopei e me surpreendi quando a atendente começou a selar o envelope com selos que remetia a parceria diplomática entre Brasil – Croácia. 

Os selos apresentam retratos estilizados e monocromáticos de dois grandes cientistas: o croata Nikola Tesla, e o brasileiro, Mario Schenberg. Bem legal. Achei que o Detran não merecia receber tal documentação com um selo destes. Fiz questão de leva-los para casa e registrei a postagem para que a atendente não colocasse os selos na tal carta. E ainda tinham outros selos sensacionais engavetados e sendo utilizados não para o envio de cartas para pessoas, mas sim para órgãos públicos, que apenas recebem a mercadoria e jogam os envelopes fora.

As balas do farol

Arte - Sérgio Pires e Bodão
Com milhares de pessoas desempregadas, há cada vez mais gente trabalhando no mercado informal, há ainda o aumento daquelas pessoas que vendem balas no farol, carregadores de baterias de telefones celulares, crianças que são utilizadas pelos pais para ganharem trocados lavando os vidros do carro nos sinais. Agora estão surgindo uma nova leva de pessoas que ganham alguns trocados, são os malabaristas e mágicos, que durante um minuto alegram os motoristas e recebem um dinheirinho, na verdade, os semáforos da cidade estão um verdadeiro ponto comercial e um palco a céu aberto.

O lado negativo são as crianças que são exploradas nestes locais e o poder público não faz absolutamente nada. Quando uma criança bate nos vidros fechados de nossos carros, apenas balançamos a cabeça dizendo que não temos nada, no máximo, procuramos algumas moedinhas e damos as crianças.

Isto acontece em todas as equinas das grandes cidades do país, onde nós as ignoramos e também não fazemos nada, nossos governantes têm o conhecimento desta situação e apenas fingem que trabalham, no Poder Legislativo, por exemplo, há inúmeros requerimentos de votos de congratulações a artistas da televisão, mas não há projetos de inclusão.

Diante desta situação, cabe agora ao Ministério Público pressionar os responsáveis por esta situação, para que alguma medida seja tomada urgentemente e algumas atitudes possam ser realizadas.


O governo do Estado e as Prefeituras, culpam sempre o governo Federal, que por sua vez, se isenta. Enquanto isso, iremos ter vários saquinhos de balas pendurados em nossos retrovisores e pessoas implorando para comprar qualquer coisa em algum semáforo. Já nos bairros ricos, onde as pessoas já têm quase tudo, há shows circenses, malabares, etc.

Oportunidade (in)conveniente



Sabe, a subversão das palavras é algo bem interessante e, às vezes bem criativo. Recentemente observei isto em um grande shopping que é frequentado por pessoas da classe A e B, ou seja, de pessoas que não têm dó de gastar seus nobres trocados em  coisinhas simples. 



Vi esta subversão ao perceber que a palavra "oferta" foi substituída por "oportunidade", talvez por uma questão bem mais ideológica do que emocional. É sabido que uma oferta é uma oportunidade de adquirir o produto por um preço abaixo do mercado, mas substituir a tão querida oferta não tem preço.

O vies lexical ideológico se fez presente, já que aquele público não procura ofertas, mas sim, a oportunidade de obter o objeto que está abaixo do preço médio dos demais produtos que eram vendidos nesta loja.

E, como era uma loja de CDs que estou cansado de adentrar e vasculhar estes produtos, percebi que estas "oportunidades" eram produtos de baixa qualidade, mas isto pouco importava, já que aquilo era só uma forma de adquirir o que era conveniente para os clientes.

Por isto, quando vou comprar algo, não busco oportunidade alguma, quero mesmo as ofertas e escritas em letras garrafais.

Por que amamos Seu Madruga

Uma forma de homenagear um ator que marcou gerações e continua a impactar novas gerações por meio de suas atuações. Um texto extraordinário em forma de poesia/cordel.

Buenos Aires III

Passar por Buenos Aires bem rápido é uma oportunidade para visitar cafés, restaurantes e uma boa caminhada em alguns lugares. Fui a San Telmo, um dos mais antigos bairros da Cidade de Buenos Aires e, aos domingos tem uma feira bem tradicional no local. O bairro San Telmo é pareceu uma das áreas mais bem preservadas, e é caracterizada por casas coloniais e as ruas empedradas.
À noite há vários locais para ver um show de tango, fui à Casa Homero Tango, um local bem tradicional, que valeu à pena. Há ainda o Hard Rock Café, que também é imperdível.

Não quero nada, mas te quero sim…

Não… Não quero nada. 
Quero a mim, a vitrine, lanchonete, iPod, revista, jornal, rádio, sorvete, cerveja, café, esfiha, o gol que não sai, o telefone que não toca, a caneta que escreve, máquina fotográfica, o GPS e o meu tempo.
 Não… Não quero nada. 
Quero você, o presente, o perfume, o diário, telefone, o cartão, a visita, o vinho seco, livro, um tênis, a camisa, barbeador, um olhar, sorriso e saliva.
Quero tudo. Andar, ler, fazer nada… Tá entendendo?
Mas te quero sim...