Hoje eu cai! Literalmente tombei! É estranho confessar um
acidente cujo culpado é você mesmo! Sabe quando você está andando e fica
pensando na vida e tropeça, tenta se manter em pé arrumando um passo aqui e
outro ali e de repente a queda? Pois é! Aconteceu hoje. Fazia tempo que não
caia, assim, do nada. Geralmente caio sempre quando estou jogando bola, agente
leva um empurrão aqui, outro ali; se joga no chão quando cata no gol, ou dá
aquele carrinho. Mas, do nada, sem empurrão nenhum, apenas andando, tropecei e
cai. Caracas! E desta vez tem um culpado: o celular.
A última vez já tem décadas, tropecei em uma pedra e torci o
tornozelo. Tive que ficar dois meses com uma tala no pé. Desta vez, o celular
foi à causa deste acidente. Todos nós sabemos que falar ao celular e fazer outra
atividade qualquer, é correr risco desta segunda atividade dar completamente
errado.
Estava em um áudio tão tranquilo e falava com eloquência
enquanto caminhava por uma descida pela calçada com a cabeça levemente empinada
para encostar a boca no microfone do aparelho... Quando de repente meu pé
direito deu uma topada em um cimentado desta calçada que estava pelo menos uns quatro
centímetros mais alto que o piso da via... O resultado foi devastador.
Na mão esquerda estava o aparelho próximo à boca, na mão
direita levava uma mochila e no momento do tropeço o desequilíbrio aconteceu de
forma súbita no momento em que o pé direito topou com o tal obstáculo. O corpo
foi jogado pra frente imediatamente e nesta hora, cambaleante e sem mãos,
tentei equilibrar-me com uma passada um pouco maior com a perna esquerda quando
senti uma forte dor no músculo posterior da coxa. Nestes milésimos de segundo
passou um filme e pensei: Fudeu! Vou cair, ainda tive tempo de dar mais um
passo com a perna direita, completamente desequilibrada, sem mãos... O chão se
aproximava em câmera lenta... "Não
acredito que estou caindo", pensei.
O chão ainda não tinha chegado, mas o corpo voava pela
calçada em um voo sutil... Resolvi largar a mochila e o pouso começou com o
cotovelo direito na terra da calçada e logo em seguida vi o celular escapara da
minha mão esquerda, encerrando de vez o assunto que nem lembrava mais; senti a
parte lateral do corpo deslizar repentinamente pelo cimento crespo do asfalto,
o suficiente para deixar o sangue à mostra e finalmente aceitei a queda: caí.
A sensação é hilariante, pois todos na via que passavam já
me julgavam: "Tá vendo o que dá?! Andar e falar ao celular ao mesmo
tempo", imaginei este pensamento. Enfim! Todas as quedas há um aprendizado,
pois o mais importante é se levantar.