As vontades e os desejos



Nestes momentos em que o mundo está passando por esta epidemia do Covid-19, muitos estão ignorando a quarentena, outros estão exagerando em termos de cuidados pessoais e se negam até a saírem de seus quartos, mas o fato é que estamos passando por uma mudança de paradigma da forma como vivemos. Após este período que alguns falam que vai levar mais um ou até dois ou três meses de clausura, ou seja, em que toda a economia para e as pessoas não podem ir às ruas, exceto a serviços essenciais, os cuidados pessoais na forma como as pessoas se convivem deve mudar.

Ainda não sabemos como será esta nova construção de identidade social que deverá ser desenvolvida, mas é certo que nunca mais seremos os mesmos. Com certeza serão desenvolvidas novas leis e obrigações que deveremos seguir. Talvez cada pessoa deverá andar com sua máscara pessoal, nos restaurantes, novas obrigações de higiene e de atendimento deverão ser estabelecidas para que as pessoas possam ter segurança em consumir os alimentos no local.

Enquanto isto, as pessoas que estão enclausuradas, estão fazendo promessas para que, quando tudo isto passar, poder realizar suas vontades, de se reunir com suas famílias, amigos fazer uma grande confraternização. Outros desejam apenas que o mundo volte ao normal para poder ir ao shopping fazer compras, ou ir até o calçadão da praia para se exercitarem ou até mesmo, para voltar ao seu ritmo normal de trabalho, em sua empresa ou em seus escritórios.

A tarefa mais difícil não é a clausura em si, mas é não saber o que fazer. É não saber aproveitar o tempo, que outrora reclamávamos por não tê-lo, e agora que o temos, não sabemos o que fazer com ele. A população não tem vontade de ler; não tem vontade de aproveitar e estudar, de meditar, de rezar, orar, de repensar a forma como estamos vivendo.

Como população, este deveria ser o nosso desejo, de refletir o nosso modo de vida. De repensar o nosso dia a dia e também de fazer novos planos. Para muitos o ano de 2020 acabou, mas na verdade 2020, é o ano definitivo deste novo século. Um novo jeito de viver e de olhar a vida deverá mudar. Basta saber agora se é para o bem ou para o mal. Isto dependerá apenas do nosso desejo e da nossa vontade.



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