Sobre o acidente de Cristiano Araújo

“Não há nada no mundo mais nu que um esqueleto”, escreve José Saramago diante da representação tradicional da morte. 

 A morte do cantor Cristiano Araújo e sua namorada chocou o Brasil e, eu e tantos outros amigos, nuca ouvi falar neste cantor. Não conheço sequer uma música que possa me lembrar do artista tão querido por milhões. 
Recebi ainda via what’s app, as fotos horríveis do acidente que chocou o país. Na hora que sua morte foi divulgada na televisão, estava em uma padaria, fiquei perplexo a tristeza dos balconistas que me atendiam. 
Como não sou fã a modismos sertanejos, não conhecia seu trabalho, mas, que pelos fãs que conquistou deve ser de qualidade, ao menos para estas pessoas, pois nenhum trabalho é vão, desde que seja honesto, e isto ele era, pelo que li até o momento. Que Deus abençoe e console toda a família do cantor, e dos envolvidos no acidente, assim como todos os fãs.

A CARTA E SEUS SELOS EM VÃO. COMO RESTAURÁ-LOS?


A tecnologia trouxe tanta comodidade e acabou com velhos costumes, entre eles, escrever e enviar cartas. O e-mail e todas as redes sociais existentes cumprem o papel que antes era específico deste gênero literário, que era a carta. Junto com ela, tínhamos algo fundamental para o seu funcionamento. O selo. 

 O selo, por sua vez era outra ciência, pessoas do mundo inteiro e de todas as idades colecionavam selos e isto ganhou um nome específico: filatelia, ou seja, a arte de colecionar selos. No Posto dos Correios Central há até um museu destinado aos apreciadores desta arte. Acontece que, com a internet e o avanço tecnológico é difícil de encontrar selos à venda. Somente nos correios. Antes era vendido em todos os lugares, mas era uma tristeza. 

Os selos brasileiros eram terríveis, horríveis, feios de muitos de um extremo mal gosto. Durante décadas, os selos que comprava eram de frutas, aliás, desenhos de frutas, como bananas, uvas, jaboticabas, etc… E o pior, tinha uma legenda. Quando não eram de frutas, era da Bandeira Nacional, com exceção de datas comemorativas. Em suma. Não achava legal.
Estes dias recebi uma correspondência em casa. Era uma multa de trânsito, e na carta (que só os órgãos públicos, políticos e lojas, ainda utilizam), dizia para eu enviar um recurso pelo correio. Então fui até a agência envelopei e me surpreendi quando a atendente começou a selar o envelope com selos que remetia a parceria diplomática entre Brasil – Croácia. 

Os selos apresentam retratos estilizados e monocromáticos de dois grandes cientistas: o croata Nikola Tesla, e o brasileiro, Mario Schenberg. Bem legal. Achei que o Detran não merecia receber tal documentação com um selo destes. Fiz questão de leva-los para casa e registrei a postagem para que a atendente não colocasse os selos na tal carta. E ainda tinham outros selos sensacionais engavetados e sendo utilizados não para o envio de cartas para pessoas, mas sim para órgãos públicos, que apenas recebem a mercadoria e jogam os envelopes fora.

As balas do farol

Arte - Sérgio Pires e Bodão
Com milhares de pessoas desempregadas, há cada vez mais gente trabalhando no mercado informal, há ainda o aumento daquelas pessoas que vendem balas no farol, carregadores de baterias de telefones celulares, crianças que são utilizadas pelos pais para ganharem trocados lavando os vidros do carro nos sinais. Agora estão surgindo uma nova leva de pessoas que ganham alguns trocados, são os malabaristas e mágicos, que durante um minuto alegram os motoristas e recebem um dinheirinho, na verdade, os semáforos da cidade estão um verdadeiro ponto comercial e um palco a céu aberto.

O lado negativo são as crianças que são exploradas nestes locais e o poder público não faz absolutamente nada. Quando uma criança bate nos vidros fechados de nossos carros, apenas balançamos a cabeça dizendo que não temos nada, no máximo, procuramos algumas moedinhas e damos as crianças.

Isto acontece em todas as equinas das grandes cidades do país, onde nós as ignoramos e também não fazemos nada, nossos governantes têm o conhecimento desta situação e apenas fingem que trabalham, no Poder Legislativo, por exemplo, há inúmeros requerimentos de votos de congratulações a artistas da televisão, mas não há projetos de inclusão.

Diante desta situação, cabe agora ao Ministério Público pressionar os responsáveis por esta situação, para que alguma medida seja tomada urgentemente e algumas atitudes possam ser realizadas.


O governo do Estado e as Prefeituras, culpam sempre o governo Federal, que por sua vez, se isenta. Enquanto isso, iremos ter vários saquinhos de balas pendurados em nossos retrovisores e pessoas implorando para comprar qualquer coisa em algum semáforo. Já nos bairros ricos, onde as pessoas já têm quase tudo, há shows circenses, malabares, etc.

Oportunidade (in)conveniente



Sabe, a subversão das palavras é algo bem interessante e, às vezes bem criativo. Recentemente observei isto em um grande shopping que é frequentado por pessoas da classe A e B, ou seja, de pessoas que não têm dó de gastar seus nobres trocados em  coisinhas simples. 



Vi esta subversão ao perceber que a palavra "oferta" foi substituída por "oportunidade", talvez por uma questão bem mais ideológica do que emocional. É sabido que uma oferta é uma oportunidade de adquirir o produto por um preço abaixo do mercado, mas substituir a tão querida oferta não tem preço.

O vies lexical ideológico se fez presente, já que aquele público não procura ofertas, mas sim, a oportunidade de obter o objeto que está abaixo do preço médio dos demais produtos que eram vendidos nesta loja.

E, como era uma loja de CDs que estou cansado de adentrar e vasculhar estes produtos, percebi que estas "oportunidades" eram produtos de baixa qualidade, mas isto pouco importava, já que aquilo era só uma forma de adquirir o que era conveniente para os clientes.

Por isto, quando vou comprar algo, não busco oportunidade alguma, quero mesmo as ofertas e escritas em letras garrafais.

Por que amamos Seu Madruga

Uma forma de homenagear um ator que marcou gerações e continua a impactar novas gerações por meio de suas atuações. Um texto extraordinário em forma de poesia/cordel.

Buenos Aires III

Passar por Buenos Aires bem rápido é uma oportunidade para visitar cafés, restaurantes e uma boa caminhada em alguns lugares. Fui a San Telmo, um dos mais antigos bairros da Cidade de Buenos Aires e, aos domingos tem uma feira bem tradicional no local. O bairro San Telmo é pareceu uma das áreas mais bem preservadas, e é caracterizada por casas coloniais e as ruas empedradas.
À noite há vários locais para ver um show de tango, fui à Casa Homero Tango, um local bem tradicional, que valeu à pena. Há ainda o Hard Rock Café, que também é imperdível.

Não quero nada, mas te quero sim…

Não… Não quero nada. 
Quero a mim, a vitrine, lanchonete, iPod, revista, jornal, rádio, sorvete, cerveja, café, esfiha, o gol que não sai, o telefone que não toca, a caneta que escreve, máquina fotográfica, o GPS e o meu tempo.
 Não… Não quero nada. 
Quero você, o presente, o perfume, o diário, telefone, o cartão, a visita, o vinho seco, livro, um tênis, a camisa, barbeador, um olhar, sorriso e saliva.
Quero tudo. Andar, ler, fazer nada… Tá entendendo?
Mas te quero sim...

A superioridade do CD em relação ao LP ou  “vinil”

Ouvir disco em vinil está na moda. Vários grupos e artistas estão lançando e relançando álbuns em vinil. A indústria já está fabricando alguns toca-discos com modelos super chiques a preços meio “esquisitos” pela qualidade do som que é péssima, mas virou algo cult em lojas especializadas. 

Gosto dos vinis e tenho uma grande coleção e também um toca disco legal, mas quero lembrar que, lá nos anos 90’s com a popularização dos Compact Discs (CDs) me desfiz de uma colação enorme de discos em vinil e comecei a recomprar todos os álbuns que eu tinha em CDs. 

Depois de alguns anos, me arrependi, e entrei no time dos amantes do vinil novamente e comecei a amaldiçoar os CDs. Comecei a recomprar tudo de novo vinil e desta vez deu mais trabalho, pois tive que procurar por um toca-disco usado, já que os novos aparelhos não o fabricavam mais. Depois tive que procurar por uma agulha e também comecei a frequentar sebos a procura de discos usados e recomprei vários, alguns baratos e outros nem tanto. 

Mesmo, amaldiçoando os CDs nunca deixei de compra-los durante este tempo, e sempre elogiava o vinil pela arte da capa, etc. É legal ser nostálgico e ouvir a agulha pipocar no vinil, mas também é um saco. Às vezes o som fica meio “opaco” com um leve chiado dependendo da qualidade do aparelho, é horrível, mesmo assim, trata-se de um “vinil original”, diria os amantes deste estilo, que fiz parte, mas confesso... Estou saindo fora e voltando aos CDs. 

Não vou falar em termos técnicos, pois há vários posts bem legais que tratam deste assunto como o texto de Nacho Belgrande (http://whiplash.net/materias/news_805/220476-audio.html), quero relatar apenas minha decepção com o vinil e como ele é tratado no comércio atual. 

O tempo passou novamente e hoje ao ver os discos de vinis usados a R$ 50 e os títulos mais novos a R$ 150, percebemos que há uma moda latente, e não é a qualidade que está em pauta, mas sim “a moda de ficar antenado as coisas cults”, ao estilo índie. 

Ainda bem que nunca parei de comprar CDs, mesmo no auge do Napster e de outros sites quando muitos baixavam músicas da rede, todas as vezes que visitei a Galeria do Rock eu voltava para casa com um CD, só que desta vez não tinha mais um bom tocador, já que os aparelhos de DVDs substituíram os CDs Players, porém, de uma forma horrível, pois depende exclusivamente da conexão da televisão, diferente dos CDs players antigos, onde era possível programar, avançar e fazer suas escolhas musicais no próprio player. 

A qualidade do CD em relação ao vinil é bem “visível” quer dizer “audível”, com exceções de profissionais que trabalham com a música e possuem ótimos aparelhos, como os DJs e desta forma o som do vinil sai “perfeito”. Mas ouvir um vinil em casa sem um equipamento específico, definitivamente não é legal. 

Desta forma, fui à caça de um bom CD player, achei um aparelho usado em perfeito estado, um Compact Disc Philips Cd-610, por R$ 90. A qualidade é superior ao player do DVD e bem superior ao som do vinil. Indiscutível. 

Em tempos que poucas pessoas compram CDs, acho que, para quem gosta de música as bolachinhas não vão sair de moda, mesmo que outra moda apareça como a do vinil (que eu gosto), porém de qualidade inferior aos CDs, ouvir música de qualidade é do CD. MP3 nem pensar, é apenas para passar tempo no telefone ou no ipod.