Sabores Piratas


Bolacha de sabor churrasco


Estes dias estava com uma fome danada, então resolvi comprar um salgadinho, escolhi batas chips. Então o vendedor me perguntou: você quer de sabor churrasco, bacon ou galinha? "Hã?!", respondi de imediato, sem saber ao certo se respondi perguntando ou como interjeição.

O fato é que comprei batatas de sabor "churrasco". Depois pedi uma pepsi com sabor limão. Horas mais tarde, cheguei em casa e resolvi fazer "miojo", aliás, era uma marca qualquer, e acabei comendo com sabor "camarão".

À tarde, me deu uma fome danada, então resolvi fazer uma boquinha né! E eis que encontro na geladeira uma margarina com sabor de presunto, não resisti e comi a tal margarina com com bolachas de sabor mel, uma mistura fantástica! E para beber, um tang de sabor uva.

À noite não foi diferente, encontrei no armário sardinhas da Gomes Costa de sabor limão, e as preparei com arroz de microondas Tio João, sabor carreteiro com tempero sazon, tudo escrito e registrado na embalagem super moderna.

Depois de tudo isso, cheguei a conclusão que "comi" apenas os sabores, o alimento em sí foi uma ilusão, pois não foi nada real. Me alimentei da verdadeira comida pirata e o pior, ninguém reclama disso! Se formos aos supermercados iremos encontrar uma série de: churrascos, bacon, galinha, farofa, pernil, presunto... Tudo falsificado ou disfarçados de outros produtos. É a modernidade alimentícia... Me deu até fome, acho que vou comer um frango... Sabor miojo!

Olhos e os pés

 


Sombras te acompanham na escuridão. Sozinho calcula o próximo passo… Alguém grita pelo seu nome em vão… Mente pesada, nervos de aço. Imagina então aquela música, os ritmos ditavam as batidas do coração. Aquela mensagem poderia lhe revigorar. Seus olhos então começam a se abrir levemente. Mesmo assim, seus passos eram incertos.

Olhos abertos na escuridão, uma falsa sensação de segurança.

Mas a música ditava o ritmo de seus passos… Caminho certo, caminho suave. Os Os olhos tentavam seguir os pés, mas não os viam na penumbra sombria… Aos poucos, seus olhos acostumados com a escuridão, começavam a ver. Seu caminho, seu ritmo, sua luz. Foi assim… Os olhos e os pés.

De repente... O novo!


Todas as mudanças requerem muita adaptação. Às vezes elas demoram de acontecer, outras, nem acontece. Sair do que seria algo "normal" de um estilo de vida e passar a ter outro é algo muito sofredor, não só do ponto de vista cultural, mas também do social e familiar.

Estar diante do novo, de uma rotina nova, de uma casa nova, cidade nova, país novo, amigos novos, trabalho novo e até mesmo uma família nova, não são coisas fáceis de se acostumar, aceitar ou até mesmo de vivenciar este "novo", por mais que tudo possa ser perfeito.

A nossa essência requer a nossa memória afetiva, não tem jeito. Sempre a nossa afeição pela terra, pelo espaço, pelos primeiros amigos, primeira escola, nossa família, a casa onde você sempre morou, será a soma de nossa constituição como pessoa e como identidade. Somos a soma de todas as coisas antigas, principalmente com os nossos "pares": pai, mãe, filho, tio, tia, primos, amigos... E os nossos lugares onde frequentamos e até o nosso time de futebol. Somos afeiçoados a tudo isto, principalmente às pessoas.

Por anos, aqui no Brasil, as migrações de pessoas que deixaram sua terra natal, para tentar uma vida melhor aqui em São Paulo, abandonaram suas casas, famílias por uma vida melhor. Algumas conseguiram retornar, outras não perderam laços, apenas conquistaram um novo espaço; outras desapareceram para sempre na cidade grande, como abordado no filme do diretor de cinema João Batista de Andrade em "O Homem que virou suco", de 1980.

O novo é um desafio e para vivenciá-lo é saber mesclar quem nós somos, nossas origens e aproveitar o que há de bom, pois a vida sempre pode nos surpreender e sem perceber nos deparamos... De repente... É tudo novo!

Incisão do tempo ou... Sobre envelhecer

A cantora norte-americana Bonnie Raitt tem uma música que sou um fã incondicional. A canção chama-se "Nick of Time" (Incisão do tempo), traduzir literalmente a canção às vezes não faz sentido algum, talvez o que a música quer dizer literalmente é "Sobre envelhecer".

“… I see my folks, they're getting old, I watch their bodies change

I know they see the same in me, And it makes us both feel strange

No matter how you tell yourself, It's what we all go through

Those lines are pretty hard to take when they're staring' back at you

Scared you'll run out of time…”


“... Eu vejo meus conhecidos, estão envelhecendo, observo seus corpos mudarem

Sei que observam o mesmo em mim e isso faz com que ambos nos sentimos estranhos

Não importa o que diga para si mesmo, é o que todos nós passamos

Essas linhas são difíceis de aceitar quando estão te encarando

Com medo de que ficará sem tempo...”



Há vida

 Um começo. Já são 19h26 do dia 12 de janeiro de 2022. Parece que foi ontem os fogos de artifícios estouraram no céu anunciando o fim de 2021 e nascia 2022 para o inicio de uma nova fase pós-covid-19. Eis que, nestes primeiros dias do ano surgem novas problemas, como a nova cepa da Covid, a Omicron e junto com ela a nova onda da gripe H1N1 e tudo começa novamente… O número de infectados aumenta a cada dia e sair às ruas há os novos riscos de contaminações.

Para piorar, ainda temos as chuvas torrenciais que alagam a Bahia e Minas Gerais, e causam inúmeros transtornos em São Paulo e outras regiões, deixando milhares de pessoas desabrigadas. O ano, aparentemente não começou bem, mas ainda há esperança… Ainda há vida! Ainda há amor.

Enquanto houver amor… Há vida… Há esperança!

Turma da Mônica - "Lições" para ser visto e apreciado

 Um filme que respeitou os quadrinhos de quem é ou já foi leitor da Turma da Mônica. Um filme mágico para as crianças pequenas e para as crianças velhas... kkkk...



Força feminina…

Pescadoras de Nova Olinda - MA

 

Estava no interior do Maranhão na cidade de Nova Olinda e fui até o fundo de um terreno onde tinha um rio e avistei duas pescadoras que, cantavam enquanto pescavam neste barquinho. Não resisti e tirei esta foto e elas seguiram com a cantoria e sua pesca.

Não... Não é normal!

 Não é normal ver o aumento de moradores de rua; o aumento da violência contra mulher e crianças; o aumento de pessoas, como crianças, jovens e idosos vendendo balas nos semáforos; pessoas revirando lixo em busca de alimentos; pessoas pedindo esmolas nas calçadas; ver os bares e botecos completamente lotados nas periferias, pois seus frequentadores não têm emprego; o aumento da evasão escolar nas periferias; a venda de ossos de boi como opção de alimentos; inflação a acima de 10% ao ano; o aumento do desemprego que chega a 15% da população brasileira; a desindustrialização do país em prol do agronegócio impactando diretamente no meio ambiente.... Não é normal.

Viagem ao tempo

Tenho saudades do passado que estava no presente
Pois o tempo do futuro guardo a lembrança de poder sonhá-lo
Até duvidei e questionei, afinal de contas, como sincronizar o tempo?
Pode ser o relógio mental de lembranças adormecidas contrapondo o presente…

A idade que te chega

 


Às vezes me veem algumas saudades sem datas, pois as datadas já não tem mais graça. Iguais às histórias mal contadas de sonhos mal acabados. Da janela lembro-me das felicidades de ouvir e falar de sonhos que foram idealizados e concretizados e de muitos outros que ficaram pelo caminho ou os que ficaram no quase, pois não aconteceram por falta de planejamento e de coragem e também do tempo de esperança que o tempo deixou pelo caminho.

Há sonhos medrosos, mas também há os que são inquietos, que matam a esperança e os objetivos acabam se sucumbindo no tempo… Estes maltratam os desejos e ficam na subjetividade e ficam remoendo lembranças de tempos errantes, esperando calmamente por novos dias, mas quando percebe, estes, viraram semanas, que viraram meses e depois anos…

O tempo que temos é a idade que nos resta. A visão da idade que chega é a restauração dos desejos inquietos, trazendo à tona as saudades datadas. Quem sabe elas poderão ser lembradas em saudades futuras, como os sonhos concretizados e os novos que ainda virão e, assim se faz o renovo do tempo que se foi e da idade que te chega.

Há uma história, cujo autor não é conhecido que tem o seguinte diálogo: Em certa ocasião alguém perguntou a Galileu Galilei:
– Quantos anos tens?
– Oito ou dez, respondeu Galileo, em evidente contradição com sua barba branca.
E logo explicou:
Tenho, na verdade, os anos que me restam de vida, porque os já vividos não os tenho mais.

Posso dizer ainda mais… O autor se enganou no final deste breve diálogo, pois como disse o poeta Renato Russo, “Temos todo o tempo do mundo”, inclusive os tempos vividos, pois eles são as maiores riquezas que podemos ter, pois eles nos somam e fazem com o que somos hoje.