Sob Pressão: O Desafio de Reconstruir o Humanismo

 


A pressão acompanha o ser humano desde o nascimento. Ela se manifesta nos primeiros passos, nas primeiras palavras, no ingresso na escola, no desempenho acadêmico e até mesmo nas brincadeiras da infância. O que antes era apenas parte do processo de amadurecimento, entretanto, ganhou novos contornos na vida adulta: passou a significar desempenho, produtividade e resultados mensuráveis. E, na lógica atual, quando esses resultados não se concretizam, instala-se o rótulo do fracasso.

Vivemos em uma sociedade cada vez mais orientada pela meritocracia, onde bens materiais, indicadores e gráficos positivos se transformam em símbolos máximos de competência. Nesse modelo, a desumanização não é um efeito colateral — é parte do processo. Basta observar o cotidiano das escolas estaduais de São Paulo, onde professores e estudantes convivem diariamente com metas, avaliações externas, plataformas digitais e cobranças que transformam a educação em território de constante monitoramento. Apesar dos avanços tecnológicos, o paradoxo é evidente: quanto mais ferramentas surgem para facilitar a vida humana, mais direitos parecem ser comprimidos em nome da eficiência e do lucro.

Esse cenário expõe o desgaste de um ideal que começou há séculos, no Renascimento, quando o humanismo colocou o ser humano no centro das reflexões e decisões. Hoje, esse princípio parece enfraquecido diante da lógica produtivista que orienta as relações sociais. A construção de um novo humanismo, capaz de restabelecer o equilíbrio entre a realização individual e o bem-estar coletivo, torna-se não apenas desejável, mas necessária.

Selfie com Smiths - "Foto-me"

 Passei uma tarde ouvindo Smiths... E me deparei fotografando-me... Caracas, todos horríveis, mas pode-se "ver a música" por meio da camisa e do disco.





Faça todo o bem que puder,

Por todos os meios que puder,
De todas as maneiras que você pode,
Em todos os lugares que você puder,
Em todas as vezes que você puder,
Para todas as pessoas que você puder,
Enquanto você pode sempre.

Sensações

SEDE... Eu tenho sede! Sede de olhar, sede degustar, sede de mastigar, sede de comer. TENHO SEDE... Até de beber!

Fome: de comida, de fast food, de coxinha, bata frita, esfiha, pastel, bolinho de carne, pizza de boteco... Fome! da palavra com sabor.



Política Social

 

"Os que comem bem, dormem bem e tem boas casas acham que o Governo gasta muito dinheiro em políticas sociais."
- Pepe Mujica.


RIP - Rick Davies

"...There are times when all the world's asleep

The questions run too deep
For such a simple man
Won't you please, please tell me what we've learned?
I know it sounds absurd
Please tell me who I am
I said, now, watch what you say, they'll be calling you a radical
A liberal, oh, fanatical, criminal
Oh, won't you sign up your name? We'd like to feel you're acceptable
Respectable, oh, presentable, a vegetable
Oh, take, take, take it, yeah
But at night, when all the world's asleep
The questions run so deep
For such a simple man
Won't you please (oh, won't you tell me)
Please tell me what we've learned? (Can you hear me?)
I know it sounds absurd (oh, won't you tell me)
Please tell me who I am
Who I am, who I am, who I am..."

Gosto e desgosto!

 



O que eu não gostava no passado, hoje gosto e o que eu gostava hoje não gosto. Nossos gostos são tão estranhos, assim como as nossas escolhas, do que gostar ou não. Quando criança por algum fato ou evento qualquer, decidimos gostar de algo, pelos nossos sentidos, e com o passar do tempo vamos mudando de ideia, experimentando as sensações que antes não gostávamos.

O mais estranho disto tudo é o desgostar, não é o “não gostar”. Isto pode acontecer por vários motivos e razões, pode ser desde algo comestível, até mesmo um estilo musical, um local que frequentava, ou até mesmo algo mais sério como um trabalho, emprego ou até mesmo uma pessoa.

A cantora Adriana Calcanhoto em sua música “Senhas”, diz: “O que eu não gosto é do bom gosto; eu não gosto de bom senso; eu não gosto dos bons modos; não gosto”. Em sua música ela não diz o que gosta, apenas o que “não gosta”, o resto ela “atura”. E esta, é um verbo interessante “aturar”. Isto não quer dizer que gostamos de algo, apenas “aguentamos”, ou seja, sobrevivemos com aquilo que não gostamos, mas não há aqui o “desgosto” em si.

Mas para fechar este pequeno texto, quanto mais experiente ficamos, mas decepcionado com certas situações ficamos. Daí vem o termo “desgostoso”. O que antes era bom, hoje já não é mais, assim como o futebol, a música, a política, a economia do país, a política educacional... O mais triste é quando ficamos desgostosos com pessoas, por conta de desvio de caráter.

As dedicatórias e sua importância nos livros

 









As dedicatórias dos livros sempre me fascinaram. Certa vez comprei um livro usado e achei um ingresso de um show que aconteceu nos anos 70. Nas primeiras páginas ainda tinha uma dedicatória de amor para quem este livro era destinado.

Um dia achei um livro do Edgard Alan Poe usado e tinha uma dedicatória de um presente de aniversário.

Já achei um livro que tinha um ex-prefeito de uma cidade do interior de São Paulo.

Outro fato interessante é quando as pessoas apenas escrevem o seu nome e o ano em que o livro foi comprado. Ou ainda tem aquelas notas de rodapés ou escrevem fastos complementando as informações dos livros. Tudo isto é fantástico e pensei: Porque não há uma pesquisa sobre as dedicatórias de livro?

E ano passado, ao visitar a biblioteca da Universidade de Ohio, me deparei com estas dedicatórias de livros antigos e achei a coisa mais fantástica da biblioteca que merecia ser registrada.

Estaes livros expostos, mostram o quanto são importantes as dedicatórias em livros.

Reescrevendo-me



Novamente, após uma longa data, volto a escrever. Tantas coisas aconteceram desde os últimos textos. Aos poucos tentarei resgatar, palavras, imagens e reticências de um passado que está tão presente.

Excel agora é esporte!

Sim! É isto mesmo que vocês está lendo! Sabe quando você está de saco cheio de tanto preencher planilhas e elaborar tabelas com fórmulas mirabolantes e que gera stress e você vai ao médio e ele diz: "Você tem que praticar algum esporte pra relaxar!"... Pois bem ! A péssima notícia é...
Excel agira é esporte e por isto todos que trabalham com a ferramenta devem relaxar...


Veja a matéria na íntegra na Folha de São Paulo.


Furtou e transou em frente à vitima!!

Pois é! Uma notícia "cabulosa"... Uma novidade que terá neste blog é o compartilhamento de um vlog! Isto mesmo, agora o Armário Mecânico também estará no youtube!!



A queda!

Hoje eu cai! Literalmente tombei! É estranho confessar um acidente cujo culpado é você mesmo! Sabe quando você está andando e fica pensando na vida e tropeça, tenta se manter em pé arrumando um passo aqui e outro ali e de repente a queda? Pois é! Aconteceu hoje. Fazia tempo que não caia, assim, do nada. Geralmente caio sempre quando estou jogando bola, agente leva um empurrão aqui, outro ali; se joga no chão quando cata no gol, ou dá aquele carrinho. Mas, do nada, sem empurrão nenhum, apenas andando, tropecei e cai. Caracas! E desta vez tem um culpado: o celular.

A última vez já tem décadas, tropecei em uma pedra e torci o tornozelo. Tive que ficar dois meses com uma tala no pé. Desta vez, o celular foi à causa deste acidente. Todos nós sabemos que falar ao celular e fazer outra atividade qualquer, é correr risco desta segunda atividade dar completamente errado.

Estava em um áudio tão tranquilo e falava com eloquência enquanto caminhava por uma descida pela calçada com a cabeça levemente empinada para encostar a boca no microfone do aparelho... Quando de repente meu pé direito deu uma topada em um cimentado desta calçada que estava pelo menos uns quatro centímetros mais alto que o piso da via... O resultado foi devastador.

Na mão esquerda estava o aparelho próximo à boca, na mão direita levava uma mochila e no momento do tropeço o desequilíbrio aconteceu de forma súbita no momento em que o pé direito topou com o tal obstáculo. O corpo foi jogado pra frente imediatamente e nesta hora, cambaleante e sem mãos, tentei equilibrar-me com uma passada um pouco maior com a perna esquerda quando senti uma forte dor no músculo posterior da coxa. Nestes milésimos de segundo passou um filme e pensei: Fudeu! Vou cair, ainda tive tempo de dar mais um passo com a perna direita, completamente desequilibrada, sem mãos... O chão se aproximava em câmera lenta...  "Não acredito que estou caindo", pensei.

O chão ainda não tinha chegado, mas o corpo voava pela calçada em um voo sutil... Resolvi largar a mochila e o pouso começou com o cotovelo direito na terra da calçada e logo em seguida vi o celular escapara da minha mão esquerda, encerrando de vez o assunto que nem lembrava mais; senti a parte lateral do corpo deslizar repentinamente pelo cimento crespo do asfalto, o suficiente para deixar o sangue à mostra e finalmente aceitei a queda: caí.

A sensação é hilariante, pois todos na via que passavam já me julgavam: "Tá vendo o que dá?! Andar e falar ao celular ao mesmo tempo", imaginei este pensamento. Enfim! Todas as quedas há um aprendizado, pois o mais importante é se levantar.


E "SE"



 Às vezes imaginamos certas coisas bestas, tipo: Ah! Se eu ganhasse na loteria, faria isto, isto e isto!; ou ainda, se eu tivesse isto, faria aquilo de forma diferente: Na verdade o parâmetro deste pensamento é a particula "se". Nós a amamos!

O "Se" é a razão pela qual os sonhos nascem e também morrem, mas não podemos viver sem o "se". Se eu fosse rico: Se ganhasse na loteria; Se eu tivesse feito deste jeito; e por aí vai uma porrada de formas de se utilizar o "SE" com letras garrafais.

Na verdade, no caso de o SE ser uma partícula apassivadora, a frase estará na VOZ PASSIVA SINTÉTICA, ou seja, neste caso o sujeito simples é passivo: CANDIDATO, porque não é ele quem pratica a ação de APROVAR, ao contrário, ele é o alvo da ação verbal.

Mas, vou terminando por aqui, "Se" não vou me perder nestes pensamento insólitos!



Não!!

Não, isto não é apenas uma negativa, é a afirmação de uma discórdia,

Não! Não acredito na punidade dos impunes, pois a justiça é conivente,

Não! Não acredito na tolerância, pois a intolerância não tem misericórdia dos justos,

Não! Não acredito nas mídias sociais, pois a propaganda de fake news são as novas notícias de produtos sociais,

Não! Não aceito as esmolas dadas pelo governo, pois o apelo é por empatia social, mas sem a comoção social não verbalizada,

Sim! Acredito na mudança de sair da situação de vencido e ainda dar esperança ao perdido que há uma virada por vir. 

Sabores Piratas


Bolacha de sabor churrasco


Estes dias estava com uma fome danada, então resolvi comprar um salgadinho, escolhi batas chips. Então o vendedor me perguntou: você quer de sabor churrasco, bacon ou galinha? "Hã?!", respondi de imediato, sem saber ao certo se respondi perguntando ou como interjeição.

O fato é que comprei batatas de sabor "churrasco". Depois pedi uma pepsi com sabor limão. Horas mais tarde, cheguei em casa e resolvi fazer "miojo", aliás, era uma marca qualquer, e acabei comendo com sabor "camarão".

À tarde, me deu uma fome danada, então resolvi fazer uma boquinha né! E eis que encontro na geladeira uma margarina com sabor de presunto, não resisti e comi a tal margarina com com bolachas de sabor mel, uma mistura fantástica! E para beber, um tang de sabor uva.

À noite não foi diferente, encontrei no armário sardinhas da Gomes Costa de sabor limão, e as preparei com arroz de microondas Tio João, sabor carreteiro com tempero sazon, tudo escrito e registrado na embalagem super moderna.

Depois de tudo isso, cheguei a conclusão que "comi" apenas os sabores, o alimento em sí foi uma ilusão, pois não foi nada real. Me alimentei da verdadeira comida pirata e o pior, ninguém reclama disso! Se formos aos supermercados iremos encontrar uma série de: churrascos, bacon, galinha, farofa, pernil, presunto... Tudo falsificado ou disfarçados de outros produtos. É a modernidade alimentícia... Me deu até fome, acho que vou comer um frango... Sabor miojo!

Olhos e os pés

 


Sombras te acompanham na escuridão. Sozinho calcula o próximo passo… Alguém grita pelo seu nome em vão… Mente pesada, nervos de aço. Imagina então aquela música, os ritmos ditavam as batidas do coração. Aquela mensagem poderia lhe revigorar. Seus olhos então começam a se abrir levemente. Mesmo assim, seus passos eram incertos.

Olhos abertos na escuridão, uma falsa sensação de segurança.

Mas a música ditava o ritmo de seus passos… Caminho certo, caminho suave. Os Os olhos tentavam seguir os pés, mas não os viam na penumbra sombria… Aos poucos, seus olhos acostumados com a escuridão, começavam a ver. Seu caminho, seu ritmo, sua luz. Foi assim… Os olhos e os pés.

De repente... O novo!


Todas as mudanças requerem muita adaptação. Às vezes elas demoram de acontecer, outras, nem acontece. Sair do que seria algo "normal" de um estilo de vida e passar a ter outro é algo muito sofredor, não só do ponto de vista cultural, mas também do social e familiar.

Estar diante do novo, de uma rotina nova, de uma casa nova, cidade nova, país novo, amigos novos, trabalho novo e até mesmo uma família nova, não são coisas fáceis de se acostumar, aceitar ou até mesmo de vivenciar este "novo", por mais que tudo possa ser perfeito.

A nossa essência requer a nossa memória afetiva, não tem jeito. Sempre a nossa afeição pela terra, pelo espaço, pelos primeiros amigos, primeira escola, nossa família, a casa onde você sempre morou, será a soma de nossa constituição como pessoa e como identidade. Somos a soma de todas as coisas antigas, principalmente com os nossos "pares": pai, mãe, filho, tio, tia, primos, amigos... E os nossos lugares onde frequentamos e até o nosso time de futebol. Somos afeiçoados a tudo isto, principalmente às pessoas.

Por anos, aqui no Brasil, as migrações de pessoas que deixaram sua terra natal, para tentar uma vida melhor aqui em São Paulo, abandonaram suas casas, famílias por uma vida melhor. Algumas conseguiram retornar, outras não perderam laços, apenas conquistaram um novo espaço; outras desapareceram para sempre na cidade grande, como abordado no filme do diretor de cinema João Batista de Andrade em "O Homem que virou suco", de 1980.

O novo é um desafio e para vivenciá-lo é saber mesclar quem nós somos, nossas origens e aproveitar o que há de bom, pois a vida sempre pode nos surpreender e sem perceber nos deparamos... De repente... É tudo novo!

Incisão do tempo ou... Sobre envelhecer

A cantora norte-americana Bonnie Raitt tem uma música que sou um fã incondicional. A canção chama-se "Nick of Time" (Incisão do tempo), traduzir literalmente a canção às vezes não faz sentido algum, talvez o que a música quer dizer literalmente é "Sobre envelhecer".

“… I see my folks, they're getting old, I watch their bodies change

I know they see the same in me, And it makes us both feel strange

No matter how you tell yourself, It's what we all go through

Those lines are pretty hard to take when they're staring' back at you

Scared you'll run out of time…”


“... Eu vejo meus conhecidos, estão envelhecendo, observo seus corpos mudarem

Sei que observam o mesmo em mim e isso faz com que ambos nos sentimos estranhos

Não importa o que diga para si mesmo, é o que todos nós passamos

Essas linhas são difíceis de aceitar quando estão te encarando

Com medo de que ficará sem tempo...”